Ano novo, de regresso a Angola. Vida nova, tempo de reflexão e reformulação do futuro da minha vida pessoal.
O tempo, essa 4ª dimensão que Picasso celebrizou na tela e relativo segundo Einstein, sendo algo real e imaterial simultaneamente, é aquilo que nos marca a vida. É o ano civil onde estamos, é o ano de nascimento e a nossa idade, é tempo que demoramos a chegar ao emprego, é o tempo que duram os momentos importantes da nossa vida.
E como todas as coisas que têm vida nascem, crescem e morrem, também os momentos que nos marcam a vida parecem ter um momento em que surgem, ou nascem, outro em que se desenvolvem, ou crescem, e acabam sempre por terminar e dar lugar a outros acontecimentos, ou morrem.
Não sei se esta etapa é um desses momentos, um momento em que algo se está a transformar e evoluir. Sei apenas que 9 anos é bastante tempo, não sendo uma vida é um largo período de tempo, tanto maior quanto mais novos somos.
Tenho assim um período de reflexão em aberto, um período de auto-questão permanente sobre se vale a pena seguir da forma como estão as coisas compostas e da forma como quero seguir o percurso de vida. Por isso ao ano novo corresponde, neste momento, uma vida nova. Não porque seja nova num sentido literal do termo, mas porque corresponde a um período de reflexão solitário e sem compromissos sobre o compromisso conjunto que me orientava desde Julho de 1999. Quero descobrir se vale a pena seguir por esse caminho, se o que me move são rotinas ou sentimentos, se eu quero aquilo que queremos e se queremos aquilo que eu quero.
Estou triste mas aliviado, por mais estranho que isso possa soar. Estou consciente do que fiz e avalio os erros que cometi, mas espero que dessa avaliação saia a percepção de como actuar futuramente para não os repetir. Porque sou um humano como os outros e erro, mas gosto de pensar que sou capaz de aprender com os erros cometidos. E, por exemplo, tenho hoje a sensação que errei em prolongar uns dias o que deveria ter terminado no final do ano. Foi uma opção que tomei consciente, no momento em que a tomei, que era a melhor para mim, para nós. Afinal não foi, sei-o hoje. O que aconteceu de seguida era inevitável que acontecesse, como se comprovou. Apenas espero que o mesmo tempo me permita percepcionar outros erros e tirar outras conclusões sobre mim, sobre nós, sobre os sentimentos.
A decisão que tomei foi uma decisão solitária, ponderada por meses de dúvidas e perguntas para as quais fui adiando as respostas que deveria ter encontrado. A decisão decorre de uma busca interior que começou após o inicio da etapa angolana e não foi recente. A decisão foi adiada mais do que devia ter sido, mas foi tomada no momento em que tal me foi possivel.
Que foi agora.
Ano novo, vida nova...
Que tudo lhe corra sempre pelo melhor, nesta nova etapa!
ResponderEliminarBernardete
Neste Natal quasi nem "saboreaste" o puré e a vitela...Ficou cá o Castello d'Alba e prometo que me lembrarei de ti(além do habitual) quando o degustar.Os meus votos de Felicidades neste Ano Novo.
ResponderEliminarTio