2004/07/13

Que governo?

Algumas ideias e muitos nomes têm circulado na imprensa como possiveis ministros para o governo que Santana Lopes deverá apresentar na sexta-feira ao Presidente da República.

Algumas notas sobre o assunto.

1. Parecem-me, na generalidade, nomes crediveis e com provas dadas (uns) ou com excelentes condições para virem a desempenhar um excelente trabalho (outros) para estes dois anos finais de legislatura. Aliás, até diria que se os nomes que têm sido postos cá fora corresponderem à realidade, Santana Lopes deverá conseguir formar uma equipa com, à partida, bastante mais forte do que a anterior de Durão Barroso, o que não será nada mau para começar...

2. A forma imaculada como Santana tem tratado do assunto, não dando ele próprio a conhecer, confirmanfo ou desmentindo, qualquer nome que tenha surgido. Isso é importante nesta fase e de forma a não queimar nomes, para agora ou para uma futura remodelação.

3. A questão de haver mais ministérios e menos secretarias de estado parece pacífica, pelo menos para mim. Julgo que este governo que está agora em gestão é o mais pequeno desde há 30 anos, pelo que não será por haver mais um ou até dois ministros que se vai deitar tudo a perder. E penso que existem algumas áreas que são actualmente secretarias de estado, como a Juventude ou o Ambiente por exemplo, que quanto a mim - e defendo-o há muitos anos - deveriam ser ministérios; a importância destes temas no contexto político do mundo actual já o justifica plenamente.

4. A deslocalização de ministérios e secretarias de estado. Julgo que isso é fundamental. E não é deslocando as pessoas que neles trabalham. Há muitos anos que este país vive à volta de Lisboa e é sabido que um dos principais factores de crescimento do país têm sido a prestação de serviços inerentes aos vários órgãos de Estado. Ora se os mesmos forem espalhados pelo país, mais zonas vão ter um novo impulso de crescimento graças a esse movimento... E depois, porque não há-de estar a Economia no Porto? Ou a Educação em Coimbra? Ou o Turismo no Algarve? Ou a Cultura em Évora? Ou a Indústria em Guimarães? Ou a Investigação e Ciência em Aveiro? Porque tem que estar sempre tudo em Lisboa? Não percebo... Na Holanda há ministérios espalhados por várias cidades. Na Bélgica também. E provavelmente noutros países da Europa também. Porque não em Portugal também? Não temos aeroportos e autoestradas e comboios a unir todas estas regiões do país?

Enfim, que mais se poderá dizer ainda? Que Jorge Sampaio tinha razão quando achou que a estabillidade não poderia ser alcançada de outra forma que não a inerente à posição que tomou? Que apesar disso continuo a achar que é um fraco Presidente da República (não é por ter feito aquilo que eu achava que devia ter feito agora que me vou esquecer de tudo o que devia ter feito nos "anos Guterres" e não fez!)? Que a deputada e "quase" Ministra dos Negócios Estrangeiros do PS, Ana Gomes, foi completamente "desbocada" nas suas afirmações, faltando claramente ao respeito ao seu camarada de partido e Presidente da República, num registo próximo do utilizado pela coligação PSR-UDP (BE)?

Enfim, é o país que temos...

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