2014/05/05

O algodão não engana!



Facto: a saída foi limpa. Sem novo programa de ajustamento, sem outros apoios. Portugal conseguiu por si só ter dinheiro para o próximo ano e ter as taxas de juro mais baixas desde o 1º governo Sócrates (ou seja, antes da crise mundial) e apresenta resultados sustentáveis de crescimento económico - apesar da austeridade.

Agora o que eu não percebo é porque é que ninguém consegue reconhecer esse mérito ao governo - para o bem ou para o mal, momentos houve em que apenas o governo parecia acreditar nas medidas que tomava - e agora que vemos 3 anos depois que resultaram naquilo que era o grande objectivo do governo - terminar o período de apoio da Troyka sem necessitar de o prolongar ou renovar e voltarmos a ter alguma independência financeira - foi conseguido todos acham que foi por acaso, por obra dos ourtros, por tudo menos por acção do governo.

Meus caros, o algodão não engana. O que foi conseguido nestes 3 anos foi imenso, como muitos sacrifícios de todos e que ainda vamos pagar por muitos anos - mas foi por acção do governo que foi conseguido. Se fossem dados ouvidos à oposição, tínhamos renegociado a dividida ou até não pagávamos a dividida - mas o governo não seguiu esse caminho e conseguiu pôr o pais no rumo certo e teve a sua saída limpa.

Pode nem sempre ter tomado as melhores opções, pode nem sempre ter seguido o melhor caminho, pode ter tido muitas decisões discutíveis - mas conseguiu cumprir o que se propôs e colocar o pais no rumo do crescimento, sustentado - apesar da austeridade.

Parabéns a Pedro Passos Coelho enquanto chefe do executivo porque a sua teimosia e preserveranca é que permitiram este desfecho. Pode não ganhar as eleições (veremos daqui a um ano como estará o pais e como estará a oposição...) mas se não fosse ele, neste momento, sei que estaríamos bem pior que a Grécia. 

(Nota - para quem não se lembrar, há 3 anos atrás o ministro das finanças de Sócrates anunciava que só havia dinheiro até Maio, para Junho ou havia dinheiro da Troyka ou o governo não tinha como pagar ordenados e pensões! Ver em http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1828896 Este foi o pais que Pedro Passos Coelho recebeu. Sem dinheiro e amarrado a um acordo com a Troyka que condicionava os seu futuro próximo. Mas entregará um pais bem diferente nesse aspecto, felizmente.)