2007/09/29

Desfiliação

Ex.mo Senhor Secretário Geral, Miguel Macedo,
Caro companheiro,
num processo longamente amadurecido, venho pelo presente solicitar a minha desfiliação partidária do PSD, partido onde milito activamente há mais de 10 anos, tendo por empenho e dedicação ocupado diversos cargos partidários na estrutura juvenil e no PSD de Guimarães, secção onde milito e na secção distrital. Representei o PSD em diversas eleições e referendos, fui membro de Juntas de Freguesia e Assembleias Municipais. Sou, inclusivamente, militante honorário da JSD.
Sou, fui sempre, simpatizante da social-democracia e não será por me desvincular do partido que perderei essa ligação.
O que me move neste momento a sair do partido é o oposto do que me moveu a entrar. No momento em que solicitei a minha filiação, movia-me um desejo de ajudar o partido a reconstruir-se do golpe que foi a eleição do Eng. Guterres e do final do "Cavaquismo". Trabalhei arduamente para reconstruir o PSD em Guimarães, no distrito de Braga e no levar o PSD até às vitórias nacionais. Servi o partido com muitos sacrificios pessoais, profissionais, familiares e até financeiros. Tenho como maior mágoa nunca ter conseguido ajudar a derrotar o Partido Socialista na Camara de Guimarães.
Mas neste momento não encontro razões para ser militante e defender um partido em cujas estruturas directivas não me revejo e das quais discordo nas suas linhas de rumo e actuação política. Já muito me custou uma vez ter de representar o partido, por inerência do cargo que então ocupava, com uma liderança que apesar de breve e transitória do Dr. Pedro Santana Lopes causou mais estragos que algumas vitórias do PS dentro do próprio PSD.
Não me revejo numa JSD liderado pelo companheiro Pedro Rodrigues. Não me revejo num partido liderado pelo Dr. Luis Filipe Menezes. Este já não é o meu PSD.
Aos meus amigos da concelhia de Guimarães, uma palavra de apoio e incentivo e a certeza que poderão contar comigo para lutar pela obtenção da vitória no Municipio, que merecemos pela equipa que temos lá. Espero poder contribuir, mais modestamente agora que me encontro a trabalhar no estrangeiro, para essa vitória. Mas por fora, como independente.
Um abraço amigo, quem sabe se não será um até já,
Nuno Henriques de Carvalho da Silva Leal

PSD: o meu final de caminhada

A vitória do populismo, dos resquicios do "menino guerreiro", da ala esquerda do partido, não me deixa outra alternativa.

Da mesma forma que entrei, há 12 anos atrás, agora saio.

Naturalmente. Entrei porque senti que era um espaço político onde havia diversidade, credibilidade, ideias, pessoas sérias e responsáveis. Hoje ainda as há, como é evidente. E muitas. Mas acontece que ao contrário do que então acontecia, hoje essas pessoas são reservas morais para um futuro cheio de amanhãs radiosos e a liderança do partido volta a descer a níves que poucos pensariam voltar um dia a ver.

O PSD é hoje um partido que ainda vive a recuperar dos maus tempos do santanismo. E agora levar com os santanistas novamente poderá ser a machadada final no partido.

Eu já tinha decidido deixar o partido há alguns meses atrás, com a eleição do inenarrável actual líder nacional da JSD, Pedro Rodrigues. Teria muito a falar sobre ele, mas não lhe dou esse gosto de protagonismo. O que tinha a dizer sobre esse vulto da política vimaranense toda a gente já me ouviu dizer nos locais próprios. Se não o fiz naquele momento, tal deveu-se ao pedido de vários amigos meus que continuavam (continuam?) empenhados em lutar por dentro para regenerar o PSD.

Mas hoje de manhã, depois de dormir sobre o assunto, as coisas não mais podem ficar na mesma. Não vou, não posso, não quero compactuar com 2 lideranças nas quais não me revejo, não me identifico. E pior ainda do que os líderes em muitos casos, são as equipas que os rodeiam.

É por isso o fim de um ciclo.

Quem sabe se um dia regresso? O futuro está cheio de incógnitas...

2007/09/27

Lindo espectáculo, meus senhores!

É impressionante como tem baixado a qualidade dos políticos em Portugal a cada ano que passa. Quem tem andado na política, como eu andei 8 anos consecutivos, nota isso bem. Parte do meu afastamento deveu-se à saturação desta actividade que, quando vivida da forma como eu fiz, chega a ser muito cansativa - não falando no dispendioso que se pode tornar. Mas outra parte teve a ver com a sensibilidade que começei a ter em relação à linha de rumo do partido.

Neste momento, com um líder de oposição populista e do calibre de um Santana Lopes (aliás, apoiado por grande parte da sua "entourage") e com um líder partidário como Marques Mendes, com um líder da JSD do calibre do derrotado Pedro que sucedeu ao inenarrável , nunca tantos e tão fracos políticos andaram no PSD nacional.

Estou triste. Não me reconheço nem é este o PSD que ajudei a reconstruir depois do "desastre" de 1996. Cada vez sinto menos ligação ao partido, talvez ajudado pela distancia a que estou de Portugal, mas com toda a certeza muito mais pelos homens que o lideram. É tudo pequeno, mesquinho, ambicioso, com vistas curtas e ideias sem rasgo nem brilho. São re-activos e não pró-activos. São egoistas no pensamento da sobrevivência política, são apoiantes de um ou de outro consoante vejam que os ventos e as marés empurrem numa determinada direcção.

Sá Carneiro, agora que recebeu a companhia de Magalhães Mota, deve revoltar-se cada vez que estes senhores falam nesta campanha eleitoral interna, cada vez que alteram normas de funcionamento do partido, cada vez que fazem política!

2007/09/26

Novo Redondo

Ontem fui ao Novo Redondo, que é como quem diz, fui ao Sumbe, capital do Kwanza Sul e que nos idos coloniais era denominado desta forma, como muito bem a Bernardete lembrou. Devido à reconstrução da Escola do II e III Níveis 14 de Abril que estamos a executar, esta é uma peregrinação que agora faço semanalmente, numa viagem agora mais calma e confortável, pelo menos enquanto a estrada que os chineses andam a construir se mantiver em bom estado.




Para mais tarde, algumas fotos actuais.

Entretanto, estou a programar uma visita à nossa obra do Alto-Catumbela para a próxima semana, visto que a mesma está prestes a terminar.

Mais noticias e fotos em breve...

2007/09/19

Trinta e cinco!

Os 25 foram na Ásia, numa viagem de 15 dias pela China.

Os 35 são em África, em Angola, numa viagem que já vai em mais de um ano e cujo término deve ser antes dos 40, espero eu...

Segundo me contam, que já lá vai muito tempo, eram 8h35 da manhã quando na maternidade da Lapa, no Porto, vim até cá ver como eram as coisas. Ainda por cá ando, sempre procurando a felicidade, quase sempre perto de a atingir mas sempre a um infimo de distancia de a alcançar.

Para manter a tradição, espero que os 45 sejam noutro continente especial, talvez a Austrália, um sonho antigo que tenho. Espero cá estar para o contar...

Abraço amigo aos leitores e leitoras que me têm vindo a acompanhar nesta jornada grandiosa que é a vida, até já!

2007/09/18

Aos leitores...

...que me têm deixado palavras tão simpáticas de apoio a esta nova fase da minha vida profissional, os meus sinceros agradecimentos.

2007/09/16

1ª obra concluída

Só apanhei a parte final da obra enquanto director, mas acompanhei-a enquanto preparador e levei com algumas dores de cabeça finais para a fechar, mas está feita.

Ou quase, pois há sempre alguns pormenores para rematar mais tarde...

Em todo o caso, a obra está entregue ao BESA e em breve abrirá mais um balcão deste banco português em Angola.

2007/09/15

Novas responsabilidades!

Acontecimentos diversos levaram a nova (r)evolução na minha profissional, tendo a partir do dia 31 de Agosto passado a assumir as funções de Director Técnico das obras no Lobito, naquele que é – de longe – o mais aliciante desafio que tive na minha carreira profissional. Mas é também aquele que mais responsabilidades me traz. Sobre todos os pontos de vista: humanos, financeiros, técnicos.

Sou agora responsável por uma frente de obra com várias obras orçadas em vários milhões de dólares, no Lobito e no Sumbe, com muitas pessoas sob minha responsabilidade directa, quer "expatriados", quer nacionais. “Grandes poderes, grandes responsabilidades”, assim dizia o tio Ben ao Peter Parker em “O Homem Aranha”. E como eu o percebo neste momento…

Espero estar à altura para desempenhar estas novas funções, pois gostaria de não desiludir quem confiou nas minhas capacidades e quem acreditou que estarei em condições de abraçar esta árdua tarefa.

Da minha parte, como sempre, podem esperar sempre total comprometimento com a função e a empresa – da qual vesti a camisola com orgulho. Costumo dizer que esta foi a melhor aposta profissional que poderia ter feito e tive a sorte de acontecer no momento em que foi e a coragem de ter avançado naquela altura.

Ao Jorge Matos, que me convidou para vir para Angola e que me abriu esta porta, desejo o melhor. Sem ele, hoje não estaria onde estou profissionalmente, pelo que para sempre terei esta divida de gratidão. Obrigado, meu amigo.

É uma nova Linha de Rumo que se começa aqui a traçar. Uma vida feita de traços que esboçam a procura da felicidade. Ainda não alcançada, se calhar nunca o será totalmente... Mas eu cá vou traçando as linhas, sempre!

2007/09/11

Angola again...

Já cheguei há umas duas semanas e só agora tenho oportunidade de escrever as primeiras linhas. Muitas mudanças, de vulto, aconteceram nestes dias de Angola. A seu tempo falarei sobre isso. Para já, apenas uma palavra aos leitores no sentido de dizer que não deixei nem abandonei o blog, apenas tenho tido pouco tempo disponivel para poder aqui escrever, coisa que espero nas próximas semanas venha a melhorar, apesar de saber que nunca mais terei a mesma disponibilidade que tinha antes.

Até já...