2013/12/31

2013...2014

Foi um ano longo. Quer dizer, foi igual aos outros, eu sei, mas pareceu muito mais comprido.

Talvez porque mais de 8 meses deste ano passei-os em Macau, com a distância o tempo parece mais longo.

Foi um ano, apesar de tudo, positivo. A trabalhar no estrangeiro, mas junto da Sara. 


Foi um ano com viagens, descoberta de novos lugares, culturas, formas de trabalhar diferentes. Foi um ano de eleições em que apenas pude participar na parte inicial do processo (pois fui depois para Macau) e apesar de ter acabado a minha dissertação, a defesa foi adiada para 2014 porque o timing apertado não permitiu a defesa este Natal.

Resta, por isso, esperar que passem estas horas finais de chuva e frio que restam de 2013 para que 2014 inicie o seu longo caminho que irá terminar, como todos os outros anos, num fim-de-ano como todos os outros de reflexão e contagem decrescente para o ano que se seguirá...

A todos os familiares e amigos, um grande abraço e um ano de 2014 carregado de novos projectos, com muito sucesso e saúde, paz e alegria. Bom ano!

2013/12/07

Leituras [80] - A Vida no Céu, de José Eduardo Agualusa

Devem comprar o livro aqui.
Mais um livro deste autor luso-angolano que não defrauda os seus leitores. A Vida no Céu é um fantástico romance.

A história desenvolve-se como tantas outras que ele escreve de forma linear, escorreito, aprazível. O autor constrói e define bem os seus mundos de fantasia, num futuro próximo para o antevermos e imaginarmos possível e distante para percebemos a fantasia da sua prodigiosa imaginação. E depois com o seu jeito tropical a embalar o ritmo da aventura, é tudo mais fácil, mais agradável, mas interessante de se ler.

Gosto muito, cada vez mais, de José Eduardo Agualusa, autor que merece mais altos voos e prémios...

Imaginar um Grande Desastre de proporções bíblicas que força os sobreviventes da terra a viverem longas décadas no ar enquanto o planeta está cheio de água é algo que por mais impossível que possa parecer, parece ser possível de acontecer um dia.
A partir daí, a forma como descreve a nova organização das cidades e do mundo que resta no ar à espera que as águas baixem um dia é fabulosa.

Um excelente livro. Um excelente escritor. Imperdível.

Sinopse:

"A Vida no Céu é um romance distópico, num futuro que se segue ao Grande Desastre, e em que o Mundo deixou de ser onde e como o conhecemos. Encontrando-se o globo terrestre inteiramente coberto por água, e a temperatura, à superfície, intolerável, restou ao Homem subir aos céus. Mas essa ascensão é literal (não é alusiva ou simbólica): a Humanidade, reduzida agora a um par de milhões de pessoas, habita aldeias suspensas e cidades flutuantes - dirigíveis gigantescos denominados Tóquio, Xangai ou São Paulo -, e os mais pobres navegam o ar em pequenas balsas rudimentares. Carlos Benjamim Moco é o narrador da história. Tem 16 anos e nasceu numa aldeia, Luanda, que junta mais de cem balsas. O desaparecimento do pai fará com que Benjamim decida partir à sua procura."

2013/12/03

Chiang Mai, Tailândia

Tive a oportunidade de dar um pulinho à Tailândia, a meras 2h30 de distância de Macau, e aproveitei para conhecer o norte, a provincia de Chiang Mai.

Que é uma cidade pequena relativamente ao tamanho e população do país e por isso mais sossegada que a capital Bangkok, sem praia e atractividade do sol e águas transparentes que o sul tem.

E que tinha Chiang Mai de atrativo para lá ir?



A tirar uma pestaninha com o meu "Hobbes"


Tigres!


Quem quer uma banana, quem é?

Hora do banho deles...

...e hora do nosso banho!


E no final comprei esta obra de arte.



Elefantes!




E a tribo das mulheres-girafa.

E as quintas das orquídeas e os imensos templos.
E não há muito mais que se possa ver. Estive três dias lá, mas dois tinham chegado para o efeito.

Conselhos: comprar um pacote no próprio hotel de viagem para ir aos elefantes num dia e aos tigres no outro. Quem for mais aventureiro, tem ainda desportos radicais tipo rapel, sliding, rafting e outros na floresta - mas essa não é a minha praia.

Vale a pena visitar? Sim, vale. Até porque os tailendeses são extremamente simpáticos, a comida é razoavelmente boa e o clima é muito agradável (quase 30 graus no final de Novembro...).

2013/11/25

25 de Novembro, para que ninguém esqueça!

E nestes dias que tanto fazem lembrar esse Verão quente, ao ver a postura de Eanes (o grande obreiro desse dia e primeiro PR eleito) com a postura de Soares (outro vencedor desse dia que tanto se bateu então contra a mesma extrema-esquerda e militares que agora reúnem consigo na Aula Magna e segundo PR eleito) percebo que a idade actua de forma diferente sobre as pessoas: na maior parte dos casos, como com Eanes, refina as suas qualidades; nalguns casos, como com Soares, acentua os seus defeitos...

O meu agradecimento ao General Ramalho Eanes por esse dia e pelo comportamento cívico e moral irrepreensível que tem tido nestes dias tão difíceis, como o teve nessa longínqua época de 1975.

Foram homens como ele que nos permitiram evoluir e melhorar a qualidade de vida numa República Democrática em vez de nos afundarmos numa qualquer República Popular como queriam homens como Vasco Lourenço, Vasco Gonçalves, Cunhal, Jerónimo e tantos outros que agora sob a batuta de Soares revivem esses longínquos dias do poder na rua como forma de intimidação do Governo democrática e legalmente eleito.

2013/11/20

"Eu estou aqui"!

Pois está. Estava lá e partiu a louça toda!



Cada corrida, cada golo, cada bicada nos Platter's e Platini's deste mundo da bola.

Ontem, hoje de madrugada em Macau, Ronaldo mostrou que este ano o prémio de melhor jogador do mundo tem de ser para ele.

3 golos que garantiram a qualificação de Portugal para o Mundial de 2016 no Brasil mas, acima de tudo, uma exibição portentosa e ao mais alto nível, aliás na senda de outras que tem feito nos últimos 2 meses, levando já mais de 60 golos marcados este ano civil - mais só ele do que muitas equipas!

Ronaldo ontem foi fenomenal. Foi galáctico. Foi do outro mundo. Pena é que apenas Moutinho e Pepe sejam do mesmo calibre, havendo uma enorme mediania nos restantes jogadores. Mas valha-nos que como grupo funcionam bem.

Dificilmente poderemos ser campeões do mundo, eu sei. Mas com Ronaldo num dia assim e se os outros não falharem muito, tudo é possível.

Que venha o campeonato do mundo...

Nota - Concordo com o Ibrahimovic: um mundial sem ele não é a mesma coisa. De facto, grandes jogadores como ele fazem falta a estas grandes competições. Mas entre ele ou o Ronaldo, o nosso faz ainda mais falta...

2013/11/17

Leituras [79] - O Palácio da Meia-Noite, de Carlos Ruíz Záfon

Um dos mais fracos livros deste autor, talvez porque é um dos primeiros que escreveu e que foi agora publicado por cá, este "O Palácio da Meia-Noite".

Sejamos claros, o livro não é fraco. Mas atendendo ao elevado nível a que o autor nos habituou, a bitola é tão alta que um dos seus primeiros escritos não poderia, como o próprio autor reconhece logo no principio numa nota justificativa, ser do mesmo quilate.

Em todo o caso, a fantasia que o autor aqui nos retrata está bem pensada e a acção desenvolvida em Calcutá, na India, é interessante. Mas também o facto do autor não estar no seu habitat natural (Barcelona) faz com que as descrições não sejam tão realistas precisas, não nos prendam tanto, como acontece nos mais recentes livros que escreveu.

Para quem nunca leu nada de Záfon, este é um bom livro para começar a entrar neste autor. Para quem já leu, a não ser que não tenha mais nada sobre a sua mesinha de cabeceira, ou que esqueça aquilo que o autor é capaz de escrever hoje, então é um livro dispensável de ser lido.

Sinopse:

"No coração de Calcutá esconde-se um obscuro mistério...
Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios.Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios.
Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios."

2013/11/07

Já cheira ao GP de Macau

E começa já este fim-de-semana, o 60º Grande Prémio de Macau. Hoje ao passar na Praça de Tap Seac vi o parque fechado com os primeiros carros lá estacionados, mas ainda cobertos com uma lona.

As ruas da cidade já há mais de uma semana que se encontram com os rails de protecção e redes de segurança. As bancadas na zona do Hotel Lisboa e do Reservatório estão montadas. E a nova torre de controle acabou por estar pronta em tempo útil.

A cidade irá parar. Literalmente. Boa parte do transito automóvel estará cortado entre as 6 da manhã deste sábado e o final da tarde de domingo e entre as 6 da manhã da próxima quinta e o fim da tarde de domingo. E antecipando um pouco o que vi aqui na golden week dos chineses, desconfio que a cidade vai ficar a abarrotar pelas costuras, carregada de turistas que irão ver as corridas de dia e jogar e encher os hoteis dos casinos de noite. Bem, e de dia também, muito provavelmente...

Entretanto, o passe já cá está, para poder assistir em local quase priveligiado, na "Curva da Maternidade", como se vê na foto ao lado. Ou aqui. Mas a parte interessante é mesmo o próximo fim de semana, com as corridas de WTCC e de Formula 3, onde o vencedor do ano passado e nosso compatriota Felix da Costa é um dos favoritos para vencer novamente e onde o esta semana vencedor da etapa de Shangai, Tiago Monteiro, estará a correr também quase em casa depois do excelente comportamento o ano passado aqui em Macau.
Não há Formula 1 aqui porque a parte final do circuito é demasiado estreita e julgo que por mais que quisessem as boxes dificilmente comportariam o circo da F1. Mas há a certeza que alguns dos pilotos que aqui vão andar no outro fim-de-semana vão estar na disciplina máxima em bem pouco tempo. Afinal, 15 dos 22 pilotos que esta época lá estão já correram (e até ganharam, por sinal o tetra-campeão do Mundo, Sebastien Vettel) o GP de Macau algures na sua carreira...

2013/11/04

O fim do estado de graça

O empate em Belém foi, quanto a mim, o fim do estado de graça do actual treinador do FC Porto.

Mais do que o resultado, a parte pior foi a falta de vontade e fio de jogo, a pouca astúcia nas substituições e o não assumir, no final, do mau jogo e mau futebol praticado. Porque quem vem dizer bem da entrega dos jogadores, do futebol praticado e deitar as culpas no estado do relvado não tem condições para ser treinador do FC Porto. Disse-o inúmeras vezes sobre o anterior treinador quando no final de imensos maus jogos veio dizer estas mesmas palavras, repito-o agora.

Fonseca teve um inicio complicado devido a uma questão: a perda de Moutinho. O motor e principal pensador do jogo do FC Porto, depois de sair, deixou um enorme vazio no meio-campo. Mas também teve a possibilidade de escolher entre inúmeras opções que a SAD lhe colocou à disposição para formar o seu meio-campo: Fernando (que não foi vendido e há o risco, quase certo, de sair a custo 0 no final da época), Lucho, Defour, Castro, Tiago Rodrigues, Izmaylov, Carlos Eduardo, Josué e Herrera. Nunca nos últimos 3 anos o FC Porto teve tantos homens para o miolo do terreno, todos com características diferentes, como esta pré-época. A opção de dispensar uns e ficar com outros foi, tanto quanto tenha percebido, do treinador. A opção de mudar o sistema táctico de 4123 para 4213 também foi do treinador e era de supor que ao fazer isso estivesse a pensar nas escolhas que fez para o seu meio-campo.

Assim, 3 meses depois da época se iniciar em princípios de Agosto, cerca de 1/3 da época decorrida, era suposto começar a ver resultados das opções tomadas.

O problema é que aquilo que se vê não é famoso.

Nem o meio-campo carbura nem é estável nem sequer agora é certo que ainda jogue em 2-1 como tentou o treinador ao longo destes meses. As várias combinações que experimentou foram sendo relegadas para trás por novas combinações - Fernando com Josué e Lucho, Fernando com Defour e Lucho, Fernando com Herrera e Lucho, ora Josué, Defour e Herrera mais atrás, ora mais à frente, ora Lucho solto a 10 ora Lucho a fazer o vai-vem defesa-ataque, ora Fernando quase encostado aos centrais, ora livre para subir até ao ataque... ninguém se entende e ninguém cria automatismos dessa forma. Mais, acho que houve erros de avaliação de jogadores. Izmaylov nunca foi opção e há mais de um mês que nem sequer está no Porto ficou e ocupou uma vaga que poderia ter sido de Tiago Rodrigues ou de Castro. Castro foi dos melhores da pré-época e era o único capaz de substituir Fernando, com diferentes características, mas foi dispensado. Tiago Rodrigues foi dos que melhores apontamentos mostrou na pré-época, mas foi dispensado em desfavor de Carlos Eduardo que mostrou claramente que ainda é cedo para o seu tempo no clube, se alguma vez o vier a ter. Josué foi o que melhor soube interpretar o lugar que Moutinho desempenhava na equipa, mas rapidamente passou para as alas (onde não tem velocidade para tal) e para o banco.

Da defesa, continuo na minha: esta tripla de centrais que perdura já há algum tempo (esta é a 3ª época) é a mais fraca em 30 anos de FC Porto. Não são maus jogadores, mas nenhum deles é acima da média. Bruno Alves, que foi o mais fraco de todos os acima da média que o FC Porto teve nos últimos 30 anos, é imensamente superior a Otamendi, Mangala ou Maicon. Vale-nos Helton que é um grande guarda-redes, como ainda este fim de semana se viu.

Nas laterais, a chamada de Fucile poderia abrir espaço para uma rotação de jogadores com Danilo e Alex Sandro, dando tempo de jogo aos 3, mas ao invés Fucile foi posto novamente de lado até ao ponto de, segundo parece, ter tido outra pega com este novo treinador - mais um jogador perdido.

Na alas à frente, Varela ficou e mesmo sendo bipolar, é o melhor de todos. Mas continua a faltar aquela classe de fora de série. E Licá tem de ser ainda rotinado e não passa de um bom banco, mas nunca é jogador para ser titular de caras do FC Porto. Ricardo é o jogador que tem mais potencialidade para crescer e ser o desequilibrador que precisamos, mas lançar um miudo de 20 anos neste contexto não é fácil. E não há mais alternativas, porque nem Izmaylov nem Josué são extremos, nem Kelvin parece contar para este treinador.

Por último, na frente, Jackson continua mal servido e mesmo assim continua a marcar. Ghilas, que se calhar é melhor extremo com a excepção de Varela que qualquer um dos outros, continua a não jogar nem ter minutos e até Kléber, a maior nulidade que passou pelo FC Porto desde Vinha, já foi chamado para o banco num jogo da Taça...

Enfim, com as derrotas para a Liga dos Campeões e com os dois empates despropositados no Estoril e em Belém, aquilo que tinha tudo para ser uma época de sucesso pode começar a complicar-se e boa parte da culpa a poder ser assacada ao treinador.

Vítor Pereira tinha de sair e não tinha condições para ser treinador de um FC Porto europeu - servia para consumo interno e mal. Mas como sempre desconfiei, a aposta em Paulo Fonseca era de extremo risco e está a falhar. Quando havia Leonardo Jardim e Domingos na fase final da época passada. Ou Domingos, que ainda está livre. Um, como se vê no Sporting para onde foi substituir outra nulidade como Jesualdo, está a fazer a melhor carreira do clube desde que este foi campeão há muitos, muitos anos. O outro tem trabalho feito que fala por si e é um portista de alma.

Paulo Fonseca perdeu o seu momento. O seu estado de graça terminou. Exige-se agora a reviravolta completa, agarrar o campeonato e a Liga dos Campeões já, com vitórias indiscutíveis. Até ao Natal tem de ganhar todos os jogos, para ganhar o campeonato e a qualificação na Liga dos Campeões, sem compromissos nem meias-vitórias ou vitórias morais. Só assim mostrará a sua capacidade de liderar esta equipa e estar preparado para o cargo que ocupa. Este é o momento de mostrar se é da estrutura de Quinito ou se de Villas-Boas.

2013/10/21

Leituras [78] - O Principe da Neblina, Carlos Ruiz Záfon

Este foi outro livro que li numa penada. Para já, porque é pequeno e lê-se assim muito rapidamente. Mas também porque é, como o autor me habituou, fácil e agradável de ser lido.

A primeira parte da trilogia de contos "Neblina" que o autor nos vai brindar nos próximos tempos.

Este sobre um estranho e diabólico ser, "O Príncipe da Neblina" que realiza qualquer desejo a preços muito elevados, como seria de esperar. E é quando os Carver ocupam uma casa abandonada há longos anos na costa sul inglesa que toda a história se desencadeia.

Sinopse:
O primeiro livro da trilogia Neblina.
Um diabólico príncipe que tem a capacidade de conceder e realizar qualquer desejo... a um preço muito elevado. O novo lar dos Carver, numa remota aldeia da costa sul inglesa, está rodeado de mistério. Respira-se e sente-se a presença do espírito de Jacob, o filho dos antigos donos, que morreu afogado.As estranhas circunstâncias dessa morte só se começam a perceber à medida que os jovens Max, a irmã Alicia e o amigo Roland vão descobrindo factos muito perturbadores sobre uma misteriosa personagem de seu nome… o Príncipe da Neblina.

2013/10/20

Leituras [77] - Inferno, de Dan Brown

Já o acabei de ler há tanto tempo e tão rapidamente que até já li outro livro depois deste!

E que excelente livro que este é.

Novamente passado em Itália, desta vez a acção deste "Inferno" centra-se na bela cidade de Florença, que nos é descrita até nos pormenores menos conhecidos.

Uma empolgante história com os habituais turn-overs a que o autor já nos habituou e que em capítulos curtos e empolgantes se desenvolve a uma cadência que nos faz querer sempre mais um.

Gosto do género: mistura de história das artes e locais famosos com factos reais e romanceando algumas coisas, obtém-se uma história fantástica.

Vale bem a pena a leitura.

Sinopse:
«Procura e encontrarás.»
É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences.
Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas.
Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefactos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a poderem encontrar a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível…
Passado num cenário extraordinário, inspirado por um dos mais funestos clássicos da literatura, Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página e não o largará até que feche o livro no final. 
Críticas de imprensa«O Inferno está repleto de truques (…) O senhor Brown acaba não só por nos deixar um trilho de migalhas acerca de Dante (afinal de contas, isto é o Inferno), mas também por brincar com os conceitos de tempo, género, identidade, célebres atrações turísticas e medicina futurista.(...)
A grande ênfase está na prodigiosa pesquisa e na paixão por factoides que enformam as histórias do senhor Brown, a facilidade com que os põe em ação, os truques engenhosos e os grandes clímaces.»
The New York Times
«O mais próximo que um livro pode ser de um filme de verão estrondoso.»
USA Today
«Rápido, inteligente, bem informado. Dan Brown é o mestre do thriller intelectual.»
The Wall Street Journal
«Dan Brown no seu melhor.»
The Washington Post
«Puro divertimento, mensagens codificadas, história da arte, ciência e uma catástrofe iminente.»
Daily News

2013/10/17

O fim do iGoogle é a 31 de Outubro

Sim, leram mal. Eu não disse do Google. Disse do iGoogle!

Que é dos mesmo donos e funciona como uma página de entrada do browser com várias caixas que nos trazem aplicações como jornais, caixa de gmail, count-downs, notas, jogos, metereologia, calendários e outras coisas mais. Há anos que a uso como página de entrada, uma página do Google personalizada à nossa medida. Há coisa de um ano atrás, a Google anunciou que ia encerrar. E agora, diariamente, anda a relembrar isso mesmo.

Faltam 15 dias, dizem eles. Convidam-me a usar o +Google - que é uma especie de cronologia do Facebook e não um agregador de sites noticiosos e aplicações - não é o mesmo e para isso já tenho o Facebook.

Não percebo porque é que acaba o iGoogle. A página de entrada nunca mais será a mesma...


2013/10/05

Jorge Álvares: 500 anos depois de chegar à China

Estátua de Jorge Alvares, na Praça Jorge Alvares,
em Macau (foto Wikipedia)
Assim o diz a estátua em sua honra na praça com o mesmo nome, Jorge Alvares.

Faz este ano de 2013 os 500 anos que Jorge Alvares aportou na ilha de Lin-Tin, hoje Hong Kong, tendo sido, segundo os registos, o primeiro europeu a chegar à China pela via marítima, oriundo da Malaca.

Mais uma vez, Portugal passou ao lado desta data (pelo menos que saiba...) e parece que continua a haver gente em Portugal que em vez de ter orgulho de uma gesta de gente que teve a coragem de embarcar em "cascas de noz" e atravessar mares desconhecidos, permitindo que ainda hoje a nossa língua e cultura esteja espalhada por todos os continentes, mas dizia eu que em vez de ter orgulho, essa gente parece ter vergonha.

Pois quem vive a Diáspora, como eu, e para mais teve a felicidade de a viver nos locais por onde os portugueses estiveram há 500 anos, em tenho muito orgulho e estou muito grato a estes nossos antepassados - sem eles, sem a sua coragem, sem os novos mundos que deram ao mundo, eu não teria tido a oportunidade de ter estado no Lobito ou em Macau...

2013/10/02

Autárquicas 2013 [3] - O distrito de Braga

Fiquei surpreendido, por um lado, e não fiquei, por outro, com os resultados distritais.

Tabela dos resultados do distrito de Braga (fonte: DGCI)

Surpreendido porque não esperava um comportamento de excelência das coligações do PSD-CDS no distrito. Não fiquei surpreendido porque, conhecendo pessoalmente alguns dos candidatos e os concelhos em causa relativamente bem, sabia que as coisas iriam correr bem.

Não posso, como é evidente, deixar de saudar a estrondosa vitória do amigo Ricardo Rio em Braga! Porque não só ganhou, como soube-o fazer de forma expressiva, terminando com o "reinado" do mais antigo autarca do país, Mesquita Machado. E conseguiu-o porque foi perseverante, porque desde que se candidatou em 2005 a primeira (época em que o conheci) percebi que as suas qualificações o guindavam para aquele dia, mais cedo ou mais tarde, porque não desistiu de Braga e tentou novamente, ainda sem sucesso, em 2009 para apenas em 2013 conseguir a almejada e merecida vitória. Um exemplo para Guimarães, não se deve trocar de candidato sem mais nem menos quando o actual, mesmo não tendo vencido, tem qualidades, projecto e equipa que permitem a aspirar à vitória.

Outro resultado marcante for a vitória, que eu esperava apesar de saber difícil, em Vieira do Minho. Sabia que a equipa e o candidato eram bons, não sabia até que ponto um concelho dominado pela máquina instalada no poder (à semelhança de Guimarães...) teria a "coragem" de mudar. Teve. Felizmente, porque agora o ar de Vieira do Minho, mesmo sem a Epmar, é respirável...

Depois, a manutenção dos municípios que já eram presididos pela coligação, como Famalicão, Esposende, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde e Celorico de Basto era esperado, sendo que a novidade foi a expressão dos resultados, mormente em Famalicão e Esposende.

Das que perderam, para além de Guimarães, também Vizela e Fafe tiveram comportamentos razoáveis, em especial em Vizela onde as habituais "cabazadas" deram lugar a uma vitória renhida.

Surpresa foi o resultado da lista de independentes em Fafe que quase ganhava a CM, ficando a uns meros 15 votos de superar o eterno PS de Fafe.

Menos bom apenas os resultados de Amares, Cabeceiras e Barcelos. Em especial, este último, que em tempos era um forte bastião do PSD, agora não consegue recuperar a credibilidade que já ali teve.

Apesar de tudo, 7 municípios em 14, quando antes eram apenas 5 presidências, é um excelente score, talvez o melhor do país no que toca ao PSD ou coligações PSD-CDS, para mais quando a erosão do Governo nacional se fez (faz) sentir enormemente neste momento. De parabéns, duplos, o Paulo Cunha, quer pelo trabalho realizado no distrito, quer no seu concelho onde sucedeu ao carismático Armindo Costa com melhor resultado do que a ultima eleição de 2009! Teve o mesmo número de Câmaras que o PS, mas conquistou a capital de Distrito e teve mais votos e mais percentagem que o PS (42,43% na soma de todas as coligações e PSD por si só contra 38,76% do PS) e foi o grande vencedor deste distrito.

2013/10/01

Autárquicas 2013 [2] - Resultados de Guimarães

Não foram, como se sabe, os que eu gostava que tivessem sido.

Quadro comparativo dos resultados autárquicos em Guimarães 2009-13 - Fonte: DGAI

O PS ganhou em quase todos os campos. Teve mais votos, mais mandatos, mais presidências de juntas de freguesia. Mas perdeu votos, perdeu muitos votos, perdeu 8.419 votos, colocando-se quase ao nível de votação de 1989 e inferior, por isso, a todas as demais eleições de António Magalhães.

A CDU, ao contrário do que aconteceu nacionalmente, não conseguiu melhorar a sua performance quer em votos, quer em eleitos. E, pior, perdeu a emblemática Vila de Pevidém para a Coligação e ficou reduzida à presidência da Junta de Gondar, mas em minoria, tendo perdido a maioria para a Coligação que conseguiu passar de 1 para 2 eleitos lá.

O BE foi, tal como a nível nacional, um desastre. Perdeu votos, eleitos e quase desapareceu do mapa autárquico vimaranense, tal como do país. A liderança repartida não consegue compensar a ausência do todo-poderoso Louça e o partido, ou a coligação de partidos e interesses desagrega-se não fosse a imprensa levar ao colo o BE, já teria desaparecido, qual PCTP-MRPP.

A outra coligação de Guimarães, o PPM com o PPV, não surtiu qualquer efeito e nem aos mil votos chegou. Apesar de tudo, dobraram o número de votos que a soma de ambos os partidos obteve nas últimas eleições Legislativas em Guimarães. Mas mesmo que esta coligação tivesse concorrido com a Coligação Juntos por Guimarães, a soma aritmética desses poucos mais de 800 votos em nada alterava as contas finais, mantendo a Coligação os 4 vereadores eleitos.

Por último, o PCTP-MRPP quase desapareceu do mapa, restando agora pouco mais de 400 eleitores que ainda confiam, vá-se lá saber porquê...

Já analisando os resultados da Coligação Juntos por Guimarães, que apoiei, assumo que perdeu e estava a "jogar" para ganhar. No futebol, diria que perdeu a final mesmo tendo jogado um futebol bonito e melhor que o adversário.

Mas a Coligação teve, apesar de tudo, um excelente comportamento. Vejamos:

  • cresceu 1107 votos em relação à soma de votos PSD+CDS em 2009, sendo que foi o único concorrente que entre 2009 e 2013 aumentou a sua base de apoio, pois o PS, a CDU, o BE e o PCTP-MRPP perderam todos votos, tendo aumentado o numero de inscritos entre ambas as votações;
  • aumentou de 3 para 4 vereadores a presença no executivo municipal;
  • teve o melhor resultado autárquico de sempre, superando até em votos as vitórias de António Xavier e apenas ficando em % atrás das suas duas vitórias (ver historial de resultados coligido pelo amigo Amaro das Neves no seu Memória de Araduca), ou seja, nunca o PSD ou uma coligação em que estivesse envolvido teve tantos votos em Autárquicas, em Guimarães.
  • a Coligação venceu metade das Juntas de Freguesia das vilas (Caldelas, Pevidém, S. Torcato e Serzedelo) e ainda freguesias importantes como Sande S. Martinho e, particularmente, Ponte.
  • a Coligação venceu o simbólico centro da cidade (a Junta de Freguesia da União das Freguesias de S. Sebastião, S. Paio e Oliveira).
  • perdeu menos mandatos na Assembleia Municipal do que a proporção de perda de deputados entre as legislaturas (isto é, passou de 70 para 49 deputados a composição da AM, uma redução de 30% de eleitos, mas a Coligação ficou com 19 deputados quando antes tinha 25 na soma PSD+CDS, uma perda de apenas 24%).
  • aumentou o peso de presidência de Juntas de freguesia: tinha a presidência de 19 Juntas de Freguesia (27% do total de freguesias) e agora, após a agregação, tem a presidência de 14 Juntas de Freguesia (29% do total de freguesias).
  • e mais importante, quanto a mim, diminuiu a diferença para o PS de 20.035 votos para cerca de metade, 10.509 votos.

E é este último número que me deixa confiante para o futuro.

Porque num momento tão difícil para os representantes do PSD e do CDS se apresentarem a votos, devido à crise financeira que ainda atravessamos e porque conotados com as medidas gravosas que têm de ser aplicadas no país pelo Governo, conseguir recuperar 10 mil votos de diferença é algo de extraordinário e demonstrativo da qualidade do projecto apresentado. Não fosse a base de partida tão má, e talvez hoje as coisas fossem diferentes.

Ricardo Rio debateu-se com o mesmo problema em Braga quando se candidatou pela primeira vez em 2005. Tinha uma diferença brutal para o PS que não seria fácil de reverter. Foi perseverante e foi diminuindo a diferença a cada eleição até que finalmente agora conseguiu ganhar.

É neste exemplo que devemos colher inspiração.

Por mim, nomeava desde já o André Coelho Lima o candidato para 2017. Porque fez um trabalho exemplar e merece ver renovada a confiança para trabalhar para a vitória nas próximas autárquicas. Eu continuo a acreditar no seu, no nosso projecto.

2013/09/30

Autárquicas 2013 [1] - Ainda não foi desta...

Antes de mais, parabéns aos vencedores das Autárquicas em Guimarães.
Espero que tenham consciência que tendo sido eleitos pelo povo, estão ao seu serviço e não ao serviço do partido!
E espero que saibam ser mais integradores e conciliadores com os adversários políticos do que anteriormente acontecia pois os adversários de ontem serão, agora, colegas de construção de um concelho melhor e mais forte.

De resto, estou triste, como é evidente.

Não posso deixar de esconder a decepção que sinto neste momento, como é evidente.

Porque genuinamente acreditava no projecto que não venceu, encabeçado pelo André, mas que representava o esforço, dedicação e contribuição de muitas, inúmeras pessoas. Acreditava que era fundamentado, pensado, sério e merecedor da oportunidade de governar. Infelizmente, a maioria assim não pensou, é a democracia.

Possivelmente, não teremos transmitido a mensagem da melhor forma. A culpa, em ultima análise e quanto a mim, é sempre nossa - não acredito em culpar os outros. Mas houve atenuantes, sem duvidas! Por exemplo, a influência da governação nacional reflectiu-se também em Guimarães. Por exemplo, o medo de mudar, de arriscar no desconhecido quando havia algo familiar como alternativa.

Mas não posso deixar de estar satisfeito com o resultado obtido, o melhor desde as vitórias de António Xavier nos anos 80, tendo a Coligação encurtado a diferença de votos para o PS de 25 mil para apenas 10 mil. Foi uma derrota, mas foi muito honrosa e mostrou ao PS que não pode descuidar-se porque, mesmo não tendo ganho, a Coligação tem um projecto muito forte e que, tal como em Braga o várias vezes derrotado Ricardo Rio soube não desistir e melhorar o seu projecto, eleição após eleição, até à fantástica vitoria de ontem, pode amanha ser eleito para gerir os destinos do concelho.

Penso que as bases estão lançadas. Faltará, talvez, encontrar melhor a forma de comunicar o projecto e reforçar o conceito, as pessoas que o integram e talvez o resultado possa ser diferente na próxima vez.

André, em teu nome cumprimento toda equipa que deu tudo para alcançar o melhor resultado possível. Sabor agridoce este, que mesmo tendo encurtado desta forma o resultado, não chegou para ganhar - mas, de facto, o ponto de partida era muito atrás...

2017 será o teu ano! Vamos começar hoje a trabalhar nisso! Abraço, André!


2013/09/29

É hoje!

Há muitos anos que não vivia uma noite eleitoral madrugada dentro.

Hoje, graças à diferença do fuso horário Portugal-Macau, que é de 7 horas neste momento (e em breve será de 8 horas quando a hora mudar em Portugal e aqui se mantiver...) os resultados deverão começar a ser conhecidos pelas 3h da manhã e só pelas 4h ou 5h é que devem começar a chegar os primeiros resultados, via internet no site das Eleições Autárquicas 2013 do concelho que mais interessa, Guimarães.

Vai ser uma noite longa. E sofrida, naquele misto de ansiedade de ver plasmado o resultado de parte do meu esforço e envolvimento (mesmo que tenha sido só na fase inicial do processo e não tenha participado na fase mais envolvente, cansativa mas também gratificante que é campanha eleitoral. Em 2005, quando participei activamente em todas estas fases, quando percorri inúmeras freguesias na fase de encontrar os candidatos, de visitas às instituições e estive activamente envolvido no processo de elaboração das 71 listas entregues no Tribunal (e que trabalheira que então deu, num processo quase perfeito, com apenas 1 elemento recusado em mais de 1000 candidatos apresentados) os resultados foram, tão somente, os melhores desde as vitórias do Sr. António Xavier nos idos de 80. Confio que desta será melhor que em 2005. Confio que desta vez poderei celebrar a vitória como fiz em 1986, há quase 30 anos atrás. Será a maior injustiça da noite eleitoral se assim não for...

Resta-me, serenamente, aguardar pelo veredicto do povo vimaranense.

2013/09/17

Macau [14] - Eleições

É uma região autónoma diferente daquela que deixamos em 31 de Dezembro de 1999.

Desde logo, porque as eleições são diferentes. Ao contrário do que deixamos, a eleição pelos cidadãos dos eleitos, hoje os representantes dos cidadãos na Assembleia Legislativa não são todos eleitos pelos cidadãos. Mais grave, nem sequer são todos eleitos.

Como se pode ler na página da internet, há 3 tipos de deputados.

Uns são aqueles que este domingo foram eleitos pelos cidadãos que quiseram ir votar.

Outros são aqueles que os sindicatos elegem, numa distorcida e algo sindicalista/corporativista visão da sociedade.

Por fim, uma terceira categoria são os deputados indicados pelo próprio Governo da Região Autónoma Especial de Macau (RAEM) que, por sua vez, não é eleito mas indicado pelo Governo Central de Pequim...

Ou seja, dos 33 deputados, apenas 14 são eleitos pelo Povo (nem metade...) numa visão algo distorcida do conceito de Democracia que impera no ocidente. Não fosse a China, apesar da famosa máxima de "um país, dois sistemas", um país comunista!

Em todo o caso, a campanha foi animada e com muita polémica, esclarecedora para quem esteve atento à mesma.

E um orgulho para a comunidade portuguesa. Não só porque vários candidatos eram portugueses, como se expressam em português e, cereja no topo do bolo, foram eleitos dois portugueses, um deles por eleição directa, José Pereira Coutinho, sendo que este alargou em muito e melhorou a sua base de votos em relação às eleições de 2009.

Este advogado de origem goesa é o único que se expressa sempre em português no parlamento (e relembro que o português é uma língua oficial da RAEM) e que, pelo menos a mim pessoalmente, me dá um prazer e orgulho imenso ver este deputado a usar a nossa língua e o nosso país tantas vezes como termo de comparação daquilo que há a melhorar em Macau.

Parabéns ao José Pereira Coutinho, um nobre defensor da nossa herança cultural neste cantinho do outro lado do mundo!

2013/09/06

O TC falou e, como eu acreditava que ia acontecer, autorizou as candidaturas de Menezes, Seara & Cia

Não sou jurista, como sabem. Mas do que li em vários artigos de opinião na imprensa, fiquei convencido que a decisão do TC era a única possível.

Em caso de dúvida, o beneficiado é o réu. E deve ser sempre aplicada a pena menos lesiva. São preceitos seguidos pelos juízes e que num caso destes iriam ser usados, como era evidente.

Porque a lei não era clara e só conjugando uma série de leituras de vários artigos da Constituição, da própria Lei e ainda de alguns acórdãos anteriores do TC é que se conseguia ter uma noção ampla e geral para se concluir que a proibição tinha de ser territorial e não de cargo. E se o território mudou, como é o caso das uniões de freguesias, isso liberta o (ex-)presidente de JF para um novo mandato.

E atenção, porque eu não concordo com a lei - acho-a demasiada branda! Quanto a mim, a restrição não deveria centrar-se apenas à presidência dos órgãos locais mas estender-se a todos os eleitos (por exemplo, os vereadores podem ser eleitos 4, 5 ou mais vezes consecutivas o que não faz sentido nenhum...) e também a outros cargos como ministros, secretários de Estado e deputados, por exemplo. Mas concordo em absoluto com a leitura territorial que da lei se fez agora.

E penso que, acima de tudo, fica o negativo do Parlamento não ter cumprido a sua função devidamente. Duas vezes! A primeira ao aprovar uma lei mal escrita. A segunda ao não clarificar a lei há um ano atrás quando já na altura haviam sido detectados os problemas da lei e se adivinhava a polémica que iria acontecer.

Mas enfim... agora que está tudo resolvido, os "dinossauros" têm caminho aberto para disputarem novas eleições em concelhos vizinhos ou em juntas de freguesia unificadas ou vizinhas.

Última nota para uma certa esquerda que, há uma semana atrás, criticava violentamente quem criticava as decisões do TC e agora, sem qualquer vergonha, vem criticar esta decisão do TC que não convinha a essa mesma esquerda. Coerência? Nenhuma. Novidade na falta de coerência? Nenhuma também, só os tolos se deixam enganar pela esquerda-caviar...

2013/08/22

Ceuta, 22 de Agosto de 1415

Há 598 anos atrás, conquistou-se Ceuta.

Tendo a armada portuguesa fundeado ao largo a 21 de Agosto e entrado na cidade sem encontrar resistencia, na manha do dia 22 Agosto foi dada como tomada a cidade e hasteada a bandeira de Ceuta com a coroa portuguesa no seu centro, que ainda hoje representa esta cidade.

Painel da Estação de S. Bento alusiva à batalha da conquista de Ceuta

Iniciou-se nessa data, nesse dia, a expansão portuguesa, o primeiro momento de globalização que as sociedades do planeta assistiram nos 150 anos seguintes.

Demos novos mundos e novas rotas ao mundo. E tudo começou ali, em Ceuta.

Daqui a 2 anos serão os 600 anos dessa data célebre. Haverá celebração para o efeito?

2013/08/14

Abrangência

A coligação Juntos por Guimarães é mais do que apenas um candidato. Ou mais do que apenas uma equipa. É uma coligação, de facto. Que se apresenta com 3 partidos que habitualmente concorrem isolados - e que até poderiam ter sido mais, caso o interesse demonstrado por pelo menos mais uma força política tivesse sido concretizado.
É positivo perceber que 3 partidos, normalmente oponentes, conseguiram encontrar uma plataforma comum de entendimento e apoiar o candidato André Coelho Lima na corrida à Câmara Municipal.

É, sem dúvidas, o candidato da abrangência. E isto explica porque só agora os partidos surgem nos cartazes da coligação - a coligação, desde o principio, foi um processo em crescimento e movimento, que não se fechou em si mesma e concretizou-se com a junção recente do Movimento Partido da Terra, após o CDS-PP ter sido o primeiro a formar a coligação com o PSD.
Juntos por Guimarães cada vez mais se assume como tal, não só do ponto de vista retórico do slogan, mas do ponto de vista factual: são vários partidos que se juntam, por Guimarães, em torno do melhor candidato, André Coelho Lima.

Conheço o André há 16 anos. Vi-o completar o curso, dar os primeiros passos como dirigente desportivo do Vitória, crescer nas estruturas da JSD e depois do PSD, desenvolver diversas actividades e cargos em várias associações de Guimarães. Participei, com ele e na mesma equipa, em muitas destas actividades. Sei bem da sua preparação, carinho pela sua terra, dedicação sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de ajudar a sua terra, as suas associações, as suas pessoas.

Sei bem das pontes e da abrangência que consegue construir nos projectos onde se envolve, da competência com que desempenha as suas funções, do estudo exaustivo que faz de cada assunto que tem de tratar, das profundas reflexões que faz para cada tema que tem em mãos. Por isso não me admira que tenha conseguido abranger 3 partidos tão diferentes entre si, na sua candidatura. Por isso, apoio o André e a coligação "Juntos por Guimarães"!

2013/07/30

441.504.000 segundos depois!

Sim, foram 441.504.000 segundos!

Ou 7.358.400 minutos!
Ou 122.640 horas!
Ou 5.110 dias!

Ou ainda, se preferirem, 14 anos.

E tão bom hoje como no primeiro dia...

Começou ainda no outro milénio, em 1999! E, como o coelhinho da Duracell anuncia, dura, dura, dura, dura, dura, dura... e dura!

2013/07/28

Leituras [76] - A Mão do Diabo, de José Rodrigues dos Santos

Em pouco mais de 15 dias li este "A Mão do Diabo" do nosso José Rodrigues dos Santos, um livro bem pensado, bem escrito, envolvente e que toca no ponto fulcral dos nossos dias: a crise que nos assola e os seus responsáveis.

Não sendo um livro político, é um livro que aponta aos políticos e às suas políticas e prioridades o dedo acusador - não só aos de hoje, mas acima de tudo aos dos últimos 30 ou 40 anos que, como eu já aqui escrevi bastas vezes - são quem nos trouxe até à situação presente.

É um livro, como o próprio autor reforça no final, que não traz (quase) nada de novo, apenas colige informação diversa e dispersa através dos personagens e tira conclusões sobre a crise e o que nos trouxe até ela.
Só fica no ar a questão do enigmático DVD com gravações acusatórias entre um hipotético primeiro-ministro português e o seu ministro das finanças, entre outras, que se queria destruído. O autor fala em "ficção" com aspas e reforça as aspas em comentário na última frase do livro (pág. 589). Eu, até pela frase em que ele coloca um personagem a dizer que "poderemos arranjar um qualquer presidente de um Supremo Tribunal que, alegando não haver nada de relevante nesse disco, dê ordens para o destruir" (pág. 565), encontro notáveis semelhanças com um caso bem real que se passou neste rectângulo e que envolveu o anterior primeiro-ministro e um DVD com escutas que o presidente do Supremo Tribunal quis destruir (mas não tenho certezas sobre o sucesso da intenção face à teimosia do juiz do processo em não o fazer) à tesourada...
Coincidências? I don't think so...

Como cita JRS no final, "para que o mal triunfe basta que os homens bons nada façam" (Edmund Burke), razão maior porque não consigo deixar de continuar a participar activamente na política...

Sinopse
A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.
O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.
O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.

A verdade oculta sobre a crise.
Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.

2013/07/15

As dívidas escondidas com o rabo de fora...

...da Câmara de Municipal de Guimarães, que o gestor financeiro dos últimos 12 anos, e candidato à presidência pelo PS, nos lega para o futuro.

Só a empresa municipal VIMÁGUA tem, segundo o "Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2011 e 2012", em 2011 uma dívida superior a 30 milhões de Euros. Isto é dívida dos municípios que, através do "artificio" SEL consegue desorçamentar daquilo que é publicamente aprovado na Assembleia Municipal. Ou seja, a Câmara deve mais de 70 milhões, aos quais se junta, pelo menos, a 11ª empresa pública local do país mais endividada, que deve só ela quase metade do valor da dívida da própria CMG. Aliás, durante os 3 anos em análise, a média da dívida foi de 30.001.753€. Uma barbaridade!

Ou seja, o município de Guimarães deve mais de 100 milhões de Euros, entre dívidas directas e indirectas! Que equivale a um orçamento anual da CMG, grosso modo. Ou seja, para pagar tudo o que deve, a CMG tinha de durante um ano apenas usar as suas receitas para pagar as suas novas dívidas, não pagar despesas correntes, não pagar ordenados, não fazer obras de reparação e manutenção, não lançar novas obras, não gastar um cêntimo em nada que não fossem os 100 milhões de dívidas que acumulou...

Este é o legado da gestão financeira do Dr. Domingos Bragança.
E é por isso é que vou votar no André Coelho Lima e na Coligação Juntos por Guimarães no próximo dia 29 de Setembro - quero mudar este estado de coisas, esta pré falência anunciada, mudar Guimarães.

Fonte: Anuário dos Municípios Portugueses 2011 e 2012

2013/07/13

No topo do ranking...

...onde não queria que Guimarães estivesse!

Depois de ontem ter falado dos juros que a CM Guimarães paga anualmente, um dos 20 municípios do país que mais pagou juros em 2012, hoje temos um quadro que explica a razão desses juros.

Fonte: Anuário dos Municípios Portugueses 2011 e 2012

A CM Guimarães é, tão só, o 15º município do país com maior endividamento liquido, em 2012, tendo no período de 2007 a 2012 um endividamento médio de 71.032.317,50€...

Este é, repito o que já disse ontem, o legado que o gestor financeiro do município vai deixar ao seus sucessores, à próxima geração. Resta, por isso, aos vimaranenses, uma de duas opções: ou manter o actual estado de coisas ou apostar no André Coelho Lima para inverter estas politicas de pouco rigor orçamental, despesismo e gestão de merceeiro.

A 29 de Setembro, eu vou votar JUNTOS POR GUIMARÃES, vou votar ANDRÉ COELHO LIMA. Por um futuro melhor!

2013/07/06

Leituras [75] - A Filha do Papa, de Luís Miguel Rocha

Capa do livro na Wook
Do amigo Luís Miguel Rocha, terminei ontem a leitura do seu mais recente livro, "A Filha do Papa".

Como já nos habituou, li uma história contada a um ritmo alucinante, com as reviravoltas que o autor é mestre (expect the unexpected...) e escrita de uma forma cuidada e conhecedora dos locais e assuntos que aborda. O autor é um poço de sabedoria sobre o Vaticano (como diria o Jô Soares, ele sabe tudo sobre Papas) e a forma apaixonada como (d)escreve entusiasma-nos como leitores a avançar sempre mais uma página, mais um capitulo... e a devorarmos o livro.

Esta história de Sarah e Rafael gira em torno da figura do Papa Pio XII, o Papa durante o período da II Grande Guerra e que nos dá a conhecer alguns factos sobre a figura deste homem que teve de gerir a Igreja num dos mais difíceis períodos dos últimos 100 anos.

Felizmente que a veia criativa deste amigo autor é inesgotável e Luís Miguel Rocha já se encontra a escrever nova aventura da Sarah Monteiro. Que deve começar ali no quarto 509 do Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro, pegando na deixa que o maléfico JC deixou na página 428 deste fantástico romance.

Caro amigo, já agora e se me permite, uma sugestão: e que tal uma passagem da Sarah Monteiro e do Rafael aqui por Macau, onde a Igreja e os Jesuítas têm ainda uma forte presença e força neste recanto perdido da Ásia?

Mal posso esperar pela nova obra... Mas entretanto fica mais uma fantástica obra de Luís Miguel Rocha, a ler obrigatoriamente!

Sinopse
Será o antissemitismo a verdadeira razão para o Papa Pio XII não ter sido beatificado?
Quando Niklas, um jovem padre, é raptado, ninguém imagina que esse acontecimento é apenas o início de uma grande conspiração que tem como objetivo acabar com um dos segredos mais bem guardados do Vaticano - a filha do Papa Pio XII.
Rafael, um agente da Santa Sé fiel à sua Igreja e à sua fé, tem como missão descobrir quem se esconde por detrás de todos os crimes que se sucedem e evitar a todo o custo que algo aconteça à filha do Papa.
Conseguirá Rafael ser uma vez mais bem-sucedido? Ou desta vez a Igreja Católica não será poupada?

Video onde o autor responde a perguntas de leitores da Wook

2013/07/04

A reviravolta?

Afinal, de irrevogável passou a promovível. Portas, dando o dito por não dito, acaba não só por ficar no Governo, segundo vão dizendo os jornais, como ainda é promovido a Vice-Primeiro Ministro e da Economia.

Passos Coelho surpreendeu tudo e todos quando veio na sua declaração dizer que não só não aceitava a demissão de Portas como, ainda por cima, não se demitia nem "desistia do país".

Inverteu aí a tendência do processo e soube arranjar caminho para salvar a coligação.

Portas, na sua já tradicional imitação de Pimenta Machado (o célebre o que é verdade hoje, é mentira amanhã) vai continuar no Governo mesmo que a ministra da Finanças não mude.

Disto tudo, algumas conclusões: PPC tem mais força do que aquela que aparenta, Portas perdeu a face e boa parte do prestigio (até interno, muitos dos seus colegas no partido não compreenderam que na noite anterior ao pedido de demissão nada tivesse dito numa reunião do partido sobre o assunto) e a coligação vai se manter em funções governativas pelo menos para já e por mais algum tempo.

Por outro lado, esta confusão veio criar condições para uma verdadeira remodelação - se bem que não tenho muitas certezas sobre a capacidade de atrair novas pessoas para o elenco governativo neste momento, pois só com espírito de missão ainda maior do que o de Passos Coelho é que a coisa vai...

Fico satisfeito por saber que o entendimento foi possível ser atingido e mais ainda se conseguirmos evitar eleições antecipadas, que a maioria da população moderada não queria, por um lado, e evitou-se um período turbulento de gestão, eleições que conduziriam inevitavelmente a um vazio politico governativo de novas coligações e a uma certa nova intervenção externa, por outro lado, que talvez desta forma possa ainda ser evitada - única forma de garantir que, de facto, daqui a um ano recuperámos a independência financeira.

Mudar Portugal implicará, sempre, um entendimento entre os dois líderes do PSD e CDS. E só é pena o líder do PS estar mais próximo dos radicais da extrema-esquerda e situacionistas do que das forças democráticas e progressistas que estão no Governo, porque era importante que esta remodelação permitisse a entrada de um certo PS moderado e anti-socrático na salvação do país. Assim a insegurança pueril do seu líder compreendesse que nunca chegará a governar se continuar próximo da extrema-esquerda.

2013/07/02

Está o caldo entornado...

...e deitados dois anos de esforços fora de um momento para o outro.

A demissão de Portas, na sequência da demissão de Gaspar e da nomeação de Maria Luís Albuquerque, agudizou a situação que já há algum tempo ameaçava acontecer, numa coligação pouco unida e coesa (ao contrário do que acontece em Guimarães, onde boa parte dos quadros de ambos os partidos são amigos e conhecidos de longa data e têm aprofundado o relacionamento ao longo desta campanha, na coligação nacional eram pessoas que não só não tinham laços de amizade como nem sequer os queriam aprofundar) e mostrou que Passos Coelho perdeu a capacidade de liderança do processo governativo.

O país, que se vai afundar novamente do ponto de vista financeiro e ficar numa situação parecida com a Grécia, mas para pior, fica nas mãos de Cavaco e da possibilidade do caos surgir uma espécie de governo de salvação nacional tri-partido entre PSD, CDS e PS. Ou então, não sei o que será do futuro mais próximo. Triste sina a nossa...

Apesar de alguns radicais festejarem (lá está, a esquerda caviar e o champanhe...) tenho para mim que ainda vão amargar muito estes acontecimentos dos princípios de Julho de 2013...

2013/07/01

2013/06/21

O meu primeiro Tufão!

Bebinca.
É o nome do primeiro Tufão a que assisto aqui em Macau. 
Mas, coitadito, é um grau 1 numa escala até 10 e vai passar a mais de 200 km da cidade. O que significa que neste momento está um tempo excelente, foi um dia de sol e calor.
Pouco mais, afinal, que uma tempestade tropical. Que só se fará sentir amanhã e domingo com alguns aguaceiros - mas sempre com calor!


Pode ser acompanhado a partir do site do Instituto Meteorológico de Macau, aqui.

2013/06/08

Novo rumo, linha a 180º, virei a Oriente

Uma nova aventura vai começar... no estrangeiro, desta vez em Macau.

A partir de 2ª feira, inicio a minha colaboração profissional na Westar Architects International, um gabinete de arquitectura de origem americana, de Las Vegas, e que está um pouco por todo o mundo - incluindo Macau e Hong Kong.

Confesso que não é aquilo que eu queria, ter de emigrar novamente, depois de mais de 4 anos em Angola entre 2006 e 2010. Mas há oportunidades que quando aparecem temos de agarrar com as duas mãos, os dois pés e tudo o mais que pudermos.

Foi este o caso: ter a oportunidade de ser gestor de projectos e liderar uma equipa criativa em projectos de arquitectura num gabinete desta dimensão é, no mínimo, irrecusável.

Novamente de malas feitas para no exterior fazer aquilo que em Portugal não consigo, agora porque a crise parou todo o sector da construção e actividades conexas, há uns anos atrás porque um arquitecto nas obras em Portugal é coisa rara e difícil de ser aceite.

Há quase 7 anos atrás, em 2006, anunciava aqui que virava de rumo a 180º para Sul. Agora, faço-o novamente, não para Sul mas para o Oriente. Na altura dizia que "não sei quando volto (de vez, porque pelo menos no Natal e férias estarei cá) nem tão pouco sei ainda ao certo quando quando vou, mas vou dando noticias por aqui". Hoje quase posso repetir as palavras. Não sei quando volto de vez, novamente, sabendo que nas férias e no Natal aqui voltarei sempre que possível, mas parto já com saudades e vontade de regressar - mesmo sabendo que o país está mal, que a crise é enorme e que nada é fácil para um arquitecto em Portugal. Sou optimista por natureza e tenho sempre esperança que o amanhã vai ser melhor e trazer a hipótese de regressar.

Pelo menos, desta vez, parto mas acompanhado. Ou melhor, parto só, mas tenho quem me espere à chegada a Macau. Porque a dois, tudo é mais fácil e mais saboroso.

2013/05/30

Leituras [74] - As Sete Maravilhas do Mundo, de Steven Saylor

Mais uma obra de um dos meus autores favoritos, que nos transporta mais de 2000 anos no tempo e nos descreve, desta vez, a fantástica viagem que Gordiano, o Descobridor, fez pelo mundo conhecido para nos mostrar "As Sete Maravilhas do Mundo" antigo:

  1. a grande pirâmide de Gizé (2550 a.C.)
  2. os jardins suspensos e as muralhas da Babilónia (600 a.C.)
  3. a estátua de Zeus em Olimpia (432 a.C.)
  4. o templo de Artemisia (ou Artémis) em Éfeso (356 a.C. mas conhecida uma reconstrução em 750 a.C.)
  5. o mausoléu de Halicarnasso (350 a.C.)
  6. o colosso de Rodes (290 a.C.)
  7. o farol de Alexandria na ilha de Faros (280 a.C.)


Como habitualmente, Saylor faz descrições muito vivas do mundo e do estilo de vida de então, explicando comidas, roupas ou monumentos com precisão e vivacidade. Ler o livro é ser transportado até aos locais descritos, no seu tempo.

A história desta vez leva-nos até ao jovem Gordiano, que com os seus 18 anos acabados de fazer, é enviado pelo pai com o seu tutor, o poeta Antípatro, por uma viagem pelo mundo para visitar todas as maravilhas do mundo antigo que, cerca de 92 a.C., já então eram ruínas - com a excepção da grande Pirâmide que ainda hoje sobrevive!

Em vários livros da série, o autor havia mencionado já esta viagem. Desta vez, finalmente, escreveu-a. Percebe-se assim, um pouco melhor, os antecedentes do personagem principal e como conheceu a sua mulher Betesda. Para quem segue a série, este é um livro imprescindível. Para quem nunca leu nenhum livro da série, este é o indicado para começar a ler as aventuras de Gordiano, o Descobridor.


Sinopse
Nesta cativante prequela à série Roma Sub Rosa, Steven Saylor leva-nos de volta aos dias de juventude de Gordiano. O ano é 92 a.C. e Gordiano acaba de completar 18 anos, prestes a embarcar na aventura de uma vida: uma viagem longínqua para ver as Sete Maravilhas do Mundo. Ainda não é chamado de O Descobridor - esse título pertence a seu pai. Acompanhando-o nas suas viagens segue o seu tutor, Antípatro de Sídon, o poeta mais famoso do mundo. Juntos, professor e aluno, embarcam numa viagem para as fabulosas cidades da Grécia e Ásia Menor, Babilônia e Egito. 


Críticas de imprensa 
«O conhecimento enciclopédico Saylor e o seu cuidado com o pormenor estão em exposição ampla, assim como a sua impressionante capacidade de tecer séculos de história numa uma narrativa de entretenimento. [Saylor consegue] proeza magnífica de contar histórias.»
Historical Fiction Review

«Saylor é um excelente guia através deste submundo fascinante. Um ficção histórica soberba.»
Booklist

«Saylor descreve vividamente o modo como a família sobrevive à destruição de Pompéia, ao incêndio de Roma e à perseguição de judeus e cristãos. O final [pode] ser sinal para outro volume desta série grandiosa.»
Publishers Weekly

2013/05/27

Um dia histórico em Guimarães

Todos os que me conhecem sabem que sou portista dos sete costados.

O momento da entrega da Taça, vivido no Toural

Mas também sabem que tenho uma costelinha do Vitória - já fui sócio de lugar anual e não descarto a hipótese de voltar a ser se a vida se proporcionar para tirar partido disso. Viver naquela cidade 3/4 da minha vida tem os seus efeitos...

Foi por isso com imensa alegria - pessoal, mas também pelos imensos amigos que tenho que são vitorianos dos sete costados - que vivi ontem o final de tarde em que o Vitória venceu a Taça de Portugal, um dia histórico para Guimarães.

A todos os meus amigos, verdadeiros vitorianos, os meus parabéns, foi justo e merecido ganharem este título que faltava nas montras do museu do clube. Hoje o Vitória é um pouco maior. Fiquei satisfeito por vos ver comemorar assim, com tanto entusiasmo e orgulho bairrista, esta vitória do Vitória. Mas agora, por favor, percebam que isto não é o fim de um capitulo e de um ano difícil  Tem de ser, isso sim, o principio de uma nova era e de um ciclo que se quer recheado de vitórias sustentadas e sustentáveis à realidade local. Gostava de vos ver lutar pelo titulo junto do meu FC Porto, isso era fantástico para o futebol e para a cidade. Penso que ainda não será para a próxima época, mas quero acreditar que este ano foi o principio desse capitulo que irão conseguir escrever na vossa - nossa - história a breve prazo.

Viva o Vitória!

2013/05/25

O sucesso do futebol alemão

Muito interessante o conjunto de artigos que o Mais Futebol publicou sobre o sucesso que o futebol alemão tem no presente, medido pela inédita final da Champions League exclusivamente alemã que mais logo o Bayern e o Dortmund vão disputar em Londres.

Imagem Mais Futebol

Os artigos podem ser lidos aqui e aqui.

Resumidamente, o que se pode ler é que o sucesso do "novo" futebol alemão baseia-se na formação e no forte investimento que aí fizeram desde que em 2000 perderam 3-0 contra Portugal - chegam até ao extremo de considerar que tudo começou com um túnel de Capucho sobre o idoso Mathaus.

E como foi feito esse investimento?

Pelos clubes, que para se inscreverem na 1ª Liga (e depois também na 2ª Liga) foram obrigados a terem academias de formação com determinadas condições e características  bem como uma maior atenção da Federação nas camadas jovens.

O resultado é evidente: desde 2006 que estão no pódio de todas as competições, ganharam títulos inéditos nos escalões de formação e estão na 2ª final consecutiva da Liga dos Campeões, esta ineditamente com 2 equipas alemãs.

Portugal, com as devidas diferenças, deveria apostar num processo semelhante - talvez com mais investimento da Federação e menos dos clubes, já que esta tem contas a prazo com dezenas de milhões de euros que nada rendem ao futebol nos bancos. Enquanto planteis como o do Benfica ou o do FC Porto joguem finais europeias quase sem portugueses, não está garantida a renovação da Selecção e é um falso domínio do país - que se traduz em maus resultados de uma Selecção que não tem bases de captação e renovação, onde apenas os clubes recheados de estrangeiros fazem sucesso e a Selecção definha a cada apuramento - e o mais estranho é que ambos os clubes tem academias e fazem um forte investimento nos escalões de formação, mas sem o retorno que se esperaria, talvez porque são poucos os clubes que apostam nisso.