E nestes dias que tanto fazem lembrar esse Verão quente, ao ver a postura de Eanes (o grande obreiro desse dia e primeiro PR eleito) com a postura de Soares (outro vencedor desse dia que tanto se bateu então contra a mesma extrema-esquerda e militares que agora reúnem consigo na Aula Magna e segundo PR eleito) percebo que a idade actua de forma diferente sobre as pessoas: na maior parte dos casos, como com Eanes, refina as suas qualidades; nalguns casos, como com Soares, acentua os seus defeitos...
O meu agradecimento ao General Ramalho Eanes por esse dia e pelo comportamento cívico e moral irrepreensível que tem tido nestes dias tão difíceis, como o teve nessa longínqua época de 1975.
Foram homens como ele que nos permitiram evoluir e melhorar a qualidade de vida numa República Democrática em vez de nos afundarmos numa qualquer República Popular como queriam homens como Vasco Lourenço, Vasco Gonçalves, Cunhal, Jerónimo e tantos outros que agora sob a batuta de Soares revivem esses longínquos dias do poder na rua como forma de intimidação do Governo democrática e legalmente eleito.
2013/11/25
2013/11/20
"Eu estou aqui"!
Pois está. Estava lá e partiu a louça toda!
Cada corrida, cada golo, cada bicada nos Platter's e Platini's deste mundo da bola.
Ontem, hoje de madrugada em Macau, Ronaldo mostrou que este ano o prémio de melhor jogador do mundo tem de ser para ele.
3 golos que garantiram a qualificação de Portugal para o Mundial de 2016 no Brasil mas, acima de tudo, uma exibição portentosa e ao mais alto nível, aliás na senda de outras que tem feito nos últimos 2 meses, levando já mais de 60 golos marcados este ano civil - mais só ele do que muitas equipas!
Ronaldo ontem foi fenomenal. Foi galáctico. Foi do outro mundo. Pena é que apenas Moutinho e Pepe sejam do mesmo calibre, havendo uma enorme mediania nos restantes jogadores. Mas valha-nos que como grupo funcionam bem.
Dificilmente poderemos ser campeões do mundo, eu sei. Mas com Ronaldo num dia assim e se os outros não falharem muito, tudo é possível.
Que venha o campeonato do mundo...
Nota - Concordo com o Ibrahimovic: um mundial sem ele não é a mesma coisa. De facto, grandes jogadores como ele fazem falta a estas grandes competições. Mas entre ele ou o Ronaldo, o nosso faz ainda mais falta...
Cada corrida, cada golo, cada bicada nos Platter's e Platini's deste mundo da bola.
Ontem, hoje de madrugada em Macau, Ronaldo mostrou que este ano o prémio de melhor jogador do mundo tem de ser para ele.
3 golos que garantiram a qualificação de Portugal para o Mundial de 2016 no Brasil mas, acima de tudo, uma exibição portentosa e ao mais alto nível, aliás na senda de outras que tem feito nos últimos 2 meses, levando já mais de 60 golos marcados este ano civil - mais só ele do que muitas equipas!
Ronaldo ontem foi fenomenal. Foi galáctico. Foi do outro mundo. Pena é que apenas Moutinho e Pepe sejam do mesmo calibre, havendo uma enorme mediania nos restantes jogadores. Mas valha-nos que como grupo funcionam bem.
Dificilmente poderemos ser campeões do mundo, eu sei. Mas com Ronaldo num dia assim e se os outros não falharem muito, tudo é possível.
Que venha o campeonato do mundo...
Nota - Concordo com o Ibrahimovic: um mundial sem ele não é a mesma coisa. De facto, grandes jogadores como ele fazem falta a estas grandes competições. Mas entre ele ou o Ronaldo, o nosso faz ainda mais falta...
Posted by
Nuno Leal
at
1:29 da tarde
0
comments
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels:
Futebol,
Mundial 2016,
Portugal,
Ronaldo,
Selecção
2013/11/17
Leituras [79] - O Palácio da Meia-Noite, de Carlos Ruíz Záfon
Um dos mais fracos livros deste autor, talvez porque é um dos primeiros que escreveu e que foi agora publicado por cá, este "O Palácio da Meia-Noite".
Sejamos claros, o livro não é fraco. Mas atendendo ao elevado nível a que o autor nos habituou, a bitola é tão alta que um dos seus primeiros escritos não poderia, como o próprio autor reconhece logo no principio numa nota justificativa, ser do mesmo quilate.
Em todo o caso, a fantasia que o autor aqui nos retrata está bem pensada e a acção desenvolvida em Calcutá, na India, é interessante. Mas também o facto do autor não estar no seu habitat natural (Barcelona) faz com que as descrições não sejam tão realistas precisas, não nos prendam tanto, como acontece nos mais recentes livros que escreveu.
Para quem nunca leu nada de Záfon, este é um bom livro para começar a entrar neste autor. Para quem já leu, a não ser que não tenha mais nada sobre a sua mesinha de cabeceira, ou que esqueça aquilo que o autor é capaz de escrever hoje, então é um livro dispensável de ser lido.
Sinopse:
"No coração de Calcutá esconde-se um obscuro mistério...
Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios.Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios.
Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios."
Posted by
Nuno Leal
at
2:54 da tarde
0
comments
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels:
Leituras
2013/11/07
Já cheira ao GP de Macau
E começa já este fim-de-semana, o 60º Grande Prémio de Macau. Hoje ao passar na Praça de Tap Seac vi o parque fechado com os primeiros carros lá estacionados, mas ainda cobertos com uma lona.
As ruas da cidade já há mais de uma semana que se encontram com os rails de protecção e redes de segurança. As bancadas na zona do Hotel Lisboa e do Reservatório estão montadas. E a nova torre de controle acabou por estar pronta em tempo útil.
A cidade irá parar. Literalmente. Boa parte do transito automóvel estará cortado entre as 6 da manhã deste sábado e o final da tarde de domingo e entre as 6 da manhã da próxima quinta e o fim da tarde de domingo. E antecipando um pouco o que vi aqui na golden week dos chineses, desconfio que a cidade vai ficar a abarrotar pelas costuras, carregada de turistas que irão ver as corridas de dia e jogar e encher os hoteis dos casinos de noite. Bem, e de dia também, muito provavelmente...
Entretanto, o passe já cá está, para poder assistir em local quase priveligiado, na "Curva da Maternidade", como se vê na foto ao lado. Ou aqui. Mas a parte interessante é mesmo o próximo fim de semana, com as corridas de WTCC e de Formula 3, onde o vencedor do ano passado e nosso compatriota Felix da Costa é um dos favoritos para vencer novamente e onde o esta semana vencedor da etapa de Shangai, Tiago Monteiro, estará a correr também quase em casa depois do excelente comportamento o ano passado aqui em Macau.
Não há Formula 1 aqui porque a parte final do circuito é demasiado estreita e julgo que por mais que quisessem as boxes dificilmente comportariam o circo da F1. Mas há a certeza que alguns dos pilotos que aqui vão andar no outro fim-de-semana vão estar na disciplina máxima em bem pouco tempo. Afinal, 15 dos 22 pilotos que esta época lá estão já correram (e até ganharam, por sinal o tetra-campeão do Mundo, Sebastien Vettel) o GP de Macau algures na sua carreira...
As ruas da cidade já há mais de uma semana que se encontram com os rails de protecção e redes de segurança. As bancadas na zona do Hotel Lisboa e do Reservatório estão montadas. E a nova torre de controle acabou por estar pronta em tempo útil.
A cidade irá parar. Literalmente. Boa parte do transito automóvel estará cortado entre as 6 da manhã deste sábado e o final da tarde de domingo e entre as 6 da manhã da próxima quinta e o fim da tarde de domingo. E antecipando um pouco o que vi aqui na golden week dos chineses, desconfio que a cidade vai ficar a abarrotar pelas costuras, carregada de turistas que irão ver as corridas de dia e jogar e encher os hoteis dos casinos de noite. Bem, e de dia também, muito provavelmente...
Entretanto, o passe já cá está, para poder assistir em local quase priveligiado, na "Curva da Maternidade", como se vê na foto ao lado. Ou aqui. Mas a parte interessante é mesmo o próximo fim de semana, com as corridas de WTCC e de Formula 3, onde o vencedor do ano passado e nosso compatriota Felix da Costa é um dos favoritos para vencer novamente e onde o esta semana vencedor da etapa de Shangai, Tiago Monteiro, estará a correr também quase em casa depois do excelente comportamento o ano passado aqui em Macau.
Não há Formula 1 aqui porque a parte final do circuito é demasiado estreita e julgo que por mais que quisessem as boxes dificilmente comportariam o circo da F1. Mas há a certeza que alguns dos pilotos que aqui vão andar no outro fim-de-semana vão estar na disciplina máxima em bem pouco tempo. Afinal, 15 dos 22 pilotos que esta época lá estão já correram (e até ganharam, por sinal o tetra-campeão do Mundo, Sebastien Vettel) o GP de Macau algures na sua carreira...
2013/11/04
O fim do estado de graça
O empate em Belém foi, quanto a mim, o fim do estado de graça do actual treinador do FC Porto.
Mais do que o resultado, a parte pior foi a falta de vontade e fio de jogo, a pouca astúcia nas substituições e o não assumir, no final, do mau jogo e mau futebol praticado. Porque quem vem dizer bem da entrega dos jogadores, do futebol praticado e deitar as culpas no estado do relvado não tem condições para ser treinador do FC Porto. Disse-o inúmeras vezes sobre o anterior treinador quando no final de imensos maus jogos veio dizer estas mesmas palavras, repito-o agora.
Fonseca teve um inicio complicado devido a uma questão: a perda de Moutinho. O motor e principal pensador do jogo do FC Porto, depois de sair, deixou um enorme vazio no meio-campo. Mas também teve a possibilidade de escolher entre inúmeras opções que a SAD lhe colocou à disposição para formar o seu meio-campo: Fernando (que não foi vendido e há o risco, quase certo, de sair a custo 0 no final da época), Lucho, Defour, Castro, Tiago Rodrigues, Izmaylov, Carlos Eduardo, Josué e Herrera. Nunca nos últimos 3 anos o FC Porto teve tantos homens para o miolo do terreno, todos com características diferentes, como esta pré-época. A opção de dispensar uns e ficar com outros foi, tanto quanto tenha percebido, do treinador. A opção de mudar o sistema táctico de 4123 para 4213 também foi do treinador e era de supor que ao fazer isso estivesse a pensar nas escolhas que fez para o seu meio-campo.
Assim, 3 meses depois da época se iniciar em princípios de Agosto, cerca de 1/3 da época decorrida, era suposto começar a ver resultados das opções tomadas.
O problema é que aquilo que se vê não é famoso.
Nem o meio-campo carbura nem é estável nem sequer agora é certo que ainda jogue em 2-1 como tentou o treinador ao longo destes meses. As várias combinações que experimentou foram sendo relegadas para trás por novas combinações - Fernando com Josué e Lucho, Fernando com Defour e Lucho, Fernando com Herrera e Lucho, ora Josué, Defour e Herrera mais atrás, ora mais à frente, ora Lucho solto a 10 ora Lucho a fazer o vai-vem defesa-ataque, ora Fernando quase encostado aos centrais, ora livre para subir até ao ataque... ninguém se entende e ninguém cria automatismos dessa forma. Mais, acho que houve erros de avaliação de jogadores. Izmaylov nunca foi opção e há mais de um mês que nem sequer está no Porto ficou e ocupou uma vaga que poderia ter sido de Tiago Rodrigues ou de Castro. Castro foi dos melhores da pré-época e era o único capaz de substituir Fernando, com diferentes características, mas foi dispensado. Tiago Rodrigues foi dos que melhores apontamentos mostrou na pré-época, mas foi dispensado em desfavor de Carlos Eduardo que mostrou claramente que ainda é cedo para o seu tempo no clube, se alguma vez o vier a ter. Josué foi o que melhor soube interpretar o lugar que Moutinho desempenhava na equipa, mas rapidamente passou para as alas (onde não tem velocidade para tal) e para o banco.
Da defesa, continuo na minha: esta tripla de centrais que perdura já há algum tempo (esta é a 3ª época) é a mais fraca em 30 anos de FC Porto. Não são maus jogadores, mas nenhum deles é acima da média. Bruno Alves, que foi o mais fraco de todos os acima da média que o FC Porto teve nos últimos 30 anos, é imensamente superior a Otamendi, Mangala ou Maicon. Vale-nos Helton que é um grande guarda-redes, como ainda este fim de semana se viu.
Nas laterais, a chamada de Fucile poderia abrir espaço para uma rotação de jogadores com Danilo e Alex Sandro, dando tempo de jogo aos 3, mas ao invés Fucile foi posto novamente de lado até ao ponto de, segundo parece, ter tido outra pega com este novo treinador - mais um jogador perdido.
Na alas à frente, Varela ficou e mesmo sendo bipolar, é o melhor de todos. Mas continua a faltar aquela classe de fora de série. E Licá tem de ser ainda rotinado e não passa de um bom banco, mas nunca é jogador para ser titular de caras do FC Porto. Ricardo é o jogador que tem mais potencialidade para crescer e ser o desequilibrador que precisamos, mas lançar um miudo de 20 anos neste contexto não é fácil. E não há mais alternativas, porque nem Izmaylov nem Josué são extremos, nem Kelvin parece contar para este treinador.
Por último, na frente, Jackson continua mal servido e mesmo assim continua a marcar. Ghilas, que se calhar é melhor extremo com a excepção de Varela que qualquer um dos outros, continua a não jogar nem ter minutos e até Kléber, a maior nulidade que passou pelo FC Porto desde Vinha, já foi chamado para o banco num jogo da Taça...
Enfim, com as derrotas para a Liga dos Campeões e com os dois empates despropositados no Estoril e em Belém, aquilo que tinha tudo para ser uma época de sucesso pode começar a complicar-se e boa parte da culpa a poder ser assacada ao treinador.
Vítor Pereira tinha de sair e não tinha condições para ser treinador de um FC Porto europeu - servia para consumo interno e mal. Mas como sempre desconfiei, a aposta em Paulo Fonseca era de extremo risco e está a falhar. Quando havia Leonardo Jardim e Domingos na fase final da época passada. Ou Domingos, que ainda está livre. Um, como se vê no Sporting para onde foi substituir outra nulidade como Jesualdo, está a fazer a melhor carreira do clube desde que este foi campeão há muitos, muitos anos. O outro tem trabalho feito que fala por si e é um portista de alma.
Paulo Fonseca perdeu o seu momento. O seu estado de graça terminou. Exige-se agora a reviravolta completa, agarrar o campeonato e a Liga dos Campeões já, com vitórias indiscutíveis. Até ao Natal tem de ganhar todos os jogos, para ganhar o campeonato e a qualificação na Liga dos Campeões, sem compromissos nem meias-vitórias ou vitórias morais. Só assim mostrará a sua capacidade de liderar esta equipa e estar preparado para o cargo que ocupa. Este é o momento de mostrar se é da estrutura de Quinito ou se de Villas-Boas.
Mais do que o resultado, a parte pior foi a falta de vontade e fio de jogo, a pouca astúcia nas substituições e o não assumir, no final, do mau jogo e mau futebol praticado. Porque quem vem dizer bem da entrega dos jogadores, do futebol praticado e deitar as culpas no estado do relvado não tem condições para ser treinador do FC Porto. Disse-o inúmeras vezes sobre o anterior treinador quando no final de imensos maus jogos veio dizer estas mesmas palavras, repito-o agora.
Fonseca teve um inicio complicado devido a uma questão: a perda de Moutinho. O motor e principal pensador do jogo do FC Porto, depois de sair, deixou um enorme vazio no meio-campo. Mas também teve a possibilidade de escolher entre inúmeras opções que a SAD lhe colocou à disposição para formar o seu meio-campo: Fernando (que não foi vendido e há o risco, quase certo, de sair a custo 0 no final da época), Lucho, Defour, Castro, Tiago Rodrigues, Izmaylov, Carlos Eduardo, Josué e Herrera. Nunca nos últimos 3 anos o FC Porto teve tantos homens para o miolo do terreno, todos com características diferentes, como esta pré-época. A opção de dispensar uns e ficar com outros foi, tanto quanto tenha percebido, do treinador. A opção de mudar o sistema táctico de 4123 para 4213 também foi do treinador e era de supor que ao fazer isso estivesse a pensar nas escolhas que fez para o seu meio-campo.
Assim, 3 meses depois da época se iniciar em princípios de Agosto, cerca de 1/3 da época decorrida, era suposto começar a ver resultados das opções tomadas.
O problema é que aquilo que se vê não é famoso.
Nem o meio-campo carbura nem é estável nem sequer agora é certo que ainda jogue em 2-1 como tentou o treinador ao longo destes meses. As várias combinações que experimentou foram sendo relegadas para trás por novas combinações - Fernando com Josué e Lucho, Fernando com Defour e Lucho, Fernando com Herrera e Lucho, ora Josué, Defour e Herrera mais atrás, ora mais à frente, ora Lucho solto a 10 ora Lucho a fazer o vai-vem defesa-ataque, ora Fernando quase encostado aos centrais, ora livre para subir até ao ataque... ninguém se entende e ninguém cria automatismos dessa forma. Mais, acho que houve erros de avaliação de jogadores. Izmaylov nunca foi opção e há mais de um mês que nem sequer está no Porto ficou e ocupou uma vaga que poderia ter sido de Tiago Rodrigues ou de Castro. Castro foi dos melhores da pré-época e era o único capaz de substituir Fernando, com diferentes características, mas foi dispensado. Tiago Rodrigues foi dos que melhores apontamentos mostrou na pré-época, mas foi dispensado em desfavor de Carlos Eduardo que mostrou claramente que ainda é cedo para o seu tempo no clube, se alguma vez o vier a ter. Josué foi o que melhor soube interpretar o lugar que Moutinho desempenhava na equipa, mas rapidamente passou para as alas (onde não tem velocidade para tal) e para o banco.
Da defesa, continuo na minha: esta tripla de centrais que perdura já há algum tempo (esta é a 3ª época) é a mais fraca em 30 anos de FC Porto. Não são maus jogadores, mas nenhum deles é acima da média. Bruno Alves, que foi o mais fraco de todos os acima da média que o FC Porto teve nos últimos 30 anos, é imensamente superior a Otamendi, Mangala ou Maicon. Vale-nos Helton que é um grande guarda-redes, como ainda este fim de semana se viu.
Nas laterais, a chamada de Fucile poderia abrir espaço para uma rotação de jogadores com Danilo e Alex Sandro, dando tempo de jogo aos 3, mas ao invés Fucile foi posto novamente de lado até ao ponto de, segundo parece, ter tido outra pega com este novo treinador - mais um jogador perdido.
Na alas à frente, Varela ficou e mesmo sendo bipolar, é o melhor de todos. Mas continua a faltar aquela classe de fora de série. E Licá tem de ser ainda rotinado e não passa de um bom banco, mas nunca é jogador para ser titular de caras do FC Porto. Ricardo é o jogador que tem mais potencialidade para crescer e ser o desequilibrador que precisamos, mas lançar um miudo de 20 anos neste contexto não é fácil. E não há mais alternativas, porque nem Izmaylov nem Josué são extremos, nem Kelvin parece contar para este treinador.
Por último, na frente, Jackson continua mal servido e mesmo assim continua a marcar. Ghilas, que se calhar é melhor extremo com a excepção de Varela que qualquer um dos outros, continua a não jogar nem ter minutos e até Kléber, a maior nulidade que passou pelo FC Porto desde Vinha, já foi chamado para o banco num jogo da Taça...
Enfim, com as derrotas para a Liga dos Campeões e com os dois empates despropositados no Estoril e em Belém, aquilo que tinha tudo para ser uma época de sucesso pode começar a complicar-se e boa parte da culpa a poder ser assacada ao treinador.
Vítor Pereira tinha de sair e não tinha condições para ser treinador de um FC Porto europeu - servia para consumo interno e mal. Mas como sempre desconfiei, a aposta em Paulo Fonseca era de extremo risco e está a falhar. Quando havia Leonardo Jardim e Domingos na fase final da época passada. Ou Domingos, que ainda está livre. Um, como se vê no Sporting para onde foi substituir outra nulidade como Jesualdo, está a fazer a melhor carreira do clube desde que este foi campeão há muitos, muitos anos. O outro tem trabalho feito que fala por si e é um portista de alma.
Paulo Fonseca perdeu o seu momento. O seu estado de graça terminou. Exige-se agora a reviravolta completa, agarrar o campeonato e a Liga dos Campeões já, com vitórias indiscutíveis. Até ao Natal tem de ganhar todos os jogos, para ganhar o campeonato e a qualificação na Liga dos Campeões, sem compromissos nem meias-vitórias ou vitórias morais. Só assim mostrará a sua capacidade de liderar esta equipa e estar preparado para o cargo que ocupa. Este é o momento de mostrar se é da estrutura de Quinito ou se de Villas-Boas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)