Pela segunda vez em dois anos, o meu PSD cedeu ao populismo barato e trauliteiro do estilo Santana-Menezes, e demorará muitos anos a recuperar destas derivas.
Primeiro, em Julho e Novembro de 2004, quando num mero Conselho Nacional elegeu Santana como sucessor de Durão e depois em Congresso o legitimou. O erro foi de tal modo desastroso (e para mim desde logo evidente conforme aqui no blog o fui descrevendo) que o resultado em Fevereiro de 2005 foi o trambolhão eleitoral que deu a maioria a José Sócrates.
Agora, depois de em Abril do ano passado o populismo sobrante do Santanismo quase ter conseguido manter as rédeas do poder do PSD através de Luís Filipe Menezes (nem todos os considerados bons autarcas podem ser bons políticos nacionais, como já o demonstraram cabalmente, por exemplo, Isaltino Morais, Narciso Miranda e Fernando Gomes, se bem que nestes 2 últimos ainda esteja para mim por comprovar que foram bons autarcas...) o nóvel líder Marques Mendes cedeu à verborreia populista iniciada por Santana que as "directas" é que eram boas para legitimar o líder e o partido e agora, numa sala secundária de um pavilhão de Lisboa, acabaram por "matar" o momento alto do nosso partido, aquele onde se vivia intensamente cada momento de bastidor, cada rumor de aliança ou de guerra, cada passo de um barão, onde o voto do delegado de Vinhais valia tanto como o do Presidente do Partido!
Agora, todos os militantes votarão directamente no líder e nos delegados que em Congresso elegerão a equipa do líder. E se por um acaso em Congresso o líder eleito não aprovar a sua equipa? Não faz sentido... Não contribui para qualquer aproximação e vai esvaziar o Congresso daquilo que era o momento alto do PSD - a entronização do seu líder, que daí sempre se alavancou para as grandes vitórias que o partido conquistou.
Tenho pena que da discussão dos Estatutos nada tenha sido alterado quanto às distritais - um dos cancros e causas do partido se encontrar neste estado em que hoje se encontra! Que nada tenha sido alterado quanto às Assembleias Distritais que em abono da verdade apenas dão trabalho em constituir listas de 40 ou 50 delegados que depois nada decidem em Assembleia pois o que importa é decidido em sede de Comissão Política Restrita Distrital. Que nada tenha sido alterado quando às suas linhas inciais de definição e colocação estratégica do partido - suponho que nada foi acrescentado quanto à lusofonia ou aos novos conhecimentos e fronteiras e quanto ao inequívoco papel de reformador da sociedade portuguesa que o PSD tem de ser. Enfim, para um Congresso de revisão estautária, esperava ver dele sair muito mais que apenas a aprovação da eleição do líder por todos os militantes...
Apesar de tudo, não me pesa um coisa na consciencia: é que por motivos familiares e por motivos profissionais, não pude participar em nenhum dos dois Congressos da "desgraça" do PSD! Mas espero ter ainda tempo de poder ajudar o PSD a recuperar o bom senso e caminho normal após esta experiência que se vai revelar, tenho a certeza, falhada...
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