2013/09/17

Macau [14] - Eleições

É uma região autónoma diferente daquela que deixamos em 31 de Dezembro de 1999.

Desde logo, porque as eleições são diferentes. Ao contrário do que deixamos, a eleição pelos cidadãos dos eleitos, hoje os representantes dos cidadãos na Assembleia Legislativa não são todos eleitos pelos cidadãos. Mais grave, nem sequer são todos eleitos.

Como se pode ler na página da internet, há 3 tipos de deputados.

Uns são aqueles que este domingo foram eleitos pelos cidadãos que quiseram ir votar.

Outros são aqueles que os sindicatos elegem, numa distorcida e algo sindicalista/corporativista visão da sociedade.

Por fim, uma terceira categoria são os deputados indicados pelo próprio Governo da Região Autónoma Especial de Macau (RAEM) que, por sua vez, não é eleito mas indicado pelo Governo Central de Pequim...

Ou seja, dos 33 deputados, apenas 14 são eleitos pelo Povo (nem metade...) numa visão algo distorcida do conceito de Democracia que impera no ocidente. Não fosse a China, apesar da famosa máxima de "um país, dois sistemas", um país comunista!

Em todo o caso, a campanha foi animada e com muita polémica, esclarecedora para quem esteve atento à mesma.

E um orgulho para a comunidade portuguesa. Não só porque vários candidatos eram portugueses, como se expressam em português e, cereja no topo do bolo, foram eleitos dois portugueses, um deles por eleição directa, José Pereira Coutinho, sendo que este alargou em muito e melhorou a sua base de votos em relação às eleições de 2009.

Este advogado de origem goesa é o único que se expressa sempre em português no parlamento (e relembro que o português é uma língua oficial da RAEM) e que, pelo menos a mim pessoalmente, me dá um prazer e orgulho imenso ver este deputado a usar a nossa língua e o nosso país tantas vezes como termo de comparação daquilo que há a melhorar em Macau.

Parabéns ao José Pereira Coutinho, um nobre defensor da nossa herança cultural neste cantinho do outro lado do mundo!

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