2006/02/20

1 ano de vida, 365 dias de amargura

Este é resumo do primeiro aniversário do Governo Sócrates. Não é que não tenha razão nalgumas medidas que tomou quanto à função pública. Porque tem. Mas a maneira como está a actuar é que não está nada bem. O problema não é o conteúdo, é a forma! A maneira insensivel como tem actuado, o espirito autista e autoritário como não aceita dialogar com ninguém, a forma de entrar nas negociações com as ideias previamente fechadas, tudo isso faz com que o espirito positivo das reformas caiam por terra e sobre apenas o pó da contestação dos destroços.

Mais grave é a ideia - real - que fica de incumprimento generalizado das promessas eleitorais. Os 150 mil empregos que ia criar deram num aumento do desemprego (já dramático há um ano) para valores na ordem dos 8% e 500.000 mil desempregados, coisa que já não acontecia há uns bons 20 anos, desde que por lá passou Mário Soares, não sei se conhecem... O não aumento dos impostos tem sido até agora o contrário: o IVA aumentou 10,5% (passou de 19% para 21%), o Imposto Automóvel aumentou, o Imposto sobre Produtos Petroliferos aumentou, etc, etc, etc... A nomeação consecutiva de "boys" para os cargos públicos (de que Fernando Gomes para a Galp foi aquele que mais deu nas vistas, entre os mais de 2000 nomeados...) quando se dava a entender o contrário também é grave. Além disso, o facto de terem elegido o famoso e odiado "défice" como monstro nº 1 a ser combatido (quem os ouvisse na campanha...) e de terem tido um resultado, no mínimo, igual ao dos últimos anos antes de medidas extraordinárias (5 virgula muitos, quase 6%) é um rotundo falhanço na política económica. Para além disso, o erro de casting de muitos ministros é evidente - Finanças, Cultura, Educação, Negócios Estrangeiros, sendo que o primeiro já foi remodelado... e os outros vão ser a breve prazo, talvez a seguir à tomada de posse do Presidente Cavaco Silva a 9 de Março...

Enfim, a única coisa agradável mesmo hoje é saber que um ano já passou e só faltam 3 e uns meses para nos tentarmos ver livres destes laparotos que lá foram calhar, graças aos santanistas e ao prórpio Santana, Il Demo!

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