2007/07/29

Ano 4

O Linha de Rumo acaba de entrar no seu 4º ano de funcionamento activo e regular. Desde Angola, por mais 6 dias, um abraço e um beijo a todos os meus leitores e leitoras.

Sempre a riscar...

2007/07/14

Faltam 3 semanas...

...para as férias em Portugal. Se tudo decorrer com a normalidade que s espera, a esta hora no dia 4 de Agosto devo estar a comer a sobremesa no Café-Rio em Urgezes, Guimarães, Portugal! Ou talvez ainda esteja na vitelinha assada no forno... Hmmm... Ou nas entradas quentes, a alheirinha, chouriços e rissois de queijo... Ou nas entradas frias, o presunto, pão tipo caseiro e manteiguinha... Até já me está a vir água na boca...

Adoro a comidinha desse restaurante!

2007/07/07

Casório


É hoje. Depois do Alexandre, do André, do Bruno, do Herminio e do Miguel (Rui Barreira para a maioria...) - hoje casa-se o César! Quem diria... E eu, que até sou o 2º mais velho destes nomes (o Alex nasceu em Agosto, eu em Setembro, o Miguel em Novembro de 1972) continuo o último resistente, o último solteiro...


Mas o que interessa é desejar ao novo casal, que neste momento deveria estar já no altar não fosse a noiva Cláudia, com toda a certeza, cumprir a tradição do atraso, mas como dizia, resta-me desejar ao casal César-Cláudia as maiores felicidades neste passo que estão a dar.

E viva os noivos!!!

Linha de Rumo: Angola (VI) - Hoje não há crónica...

...mas responderei a algumas perguntas que me têm colocado nos comentários.

Sobre as Escolas e as oportunidades de vir dar aulas para cá, devo dizer que não sendo a minha área nem tendo tido muito contacto com esta parte, julgo que o sistema de ensino estatal não será atractivo para portugueses, visto que os professores de Angola se queixam muito dos ordenados, falta de condições materiais e fisicas para a sua profissão. Aliás, algumas das obras que a Jonce está a fazer na nossa delegação do Lobito são escolas, recuperadas ou construidas de raiz com o patrocinio da Sonangol, que assim se substitui ao Estado nesta tarefa.
Já os privados, nomeadamente as universidades como a Católica, a Lusíada e a Piaget (que aqui é universidade e não instituto politécnico) são uma forte hipótese para quem quiser leccionar em Angola, pois o forte crescimento destas, com abertura de novos pólos um pouco por todo o país, criam as condições para que professores portugueses possam vir para cá leccionar.

Já sobre oportunidades para arquitectos, tal funciona de duas formas distintas. Uma vez que não há acordos entre as ordens profissionais de Angola e Portugal, apenas os arquitectos com nacionalidade angolana cá podem exercer arquitectura, mesmo que o curso seja tirado em Portugal. Mas os arquitectos, como os engenheiros, estão presentes em grande força nas firmas de construção, quer portuguesas, quer angolanas. A operar em Angola estão muitas construtoras portuguesas como a Somague, MotaEngil, Soares da Costa, OPCA, Casais, Alberto Couto Alves, Irmãos Cavaco, entre outras. E depois, há firmas angolanas ou de direito angolano apesar de terem capitais lusos na totalidade ou parcialmente, como a "minha" Jonce, a Tecno4, Tecnomil, Fernando Branco Construções, entre muitas outras.

Posto isto, caros leitores, é mandar emails a auto-candidatarem-se...

2007/07/01

Linha de Rumo: Angola (V)

O Emprego

Para falar, do que me é possível faze-lo, sobre aquilo que me traz aqui a Angola – a mim e a mais uns largos milhares de portugueses, ou não estivessem inscritos só aqui no Consulado Geral de Portugal em Benguela mais de 10 mil portugueses…

Em primeiro lugar, de facto este país é uma mina de oportunidades. O período de paz que se iniciou em 2002 tem trazido muito investimento e criado imensas oportunidades de negócio não só em Luanda, como no resto do país.

Porque este é um país muito grande – cerca de 14 vezes maior que Portugal – e que neste momento precisa de tudo. Tudo, mesmo! Infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias, marítimas. Edifícios de habitação e de serviços. Industrias. Armazéns. Hospitais e Centros de Saúde. Escolas e Universidades. Tudo está a ser reconstruído ou desenvolvido a partir do nada.

E os recursos que existem aqui dão alento a muitos que continuam a chegar todos os meses, semanas e dias na busca de um novo “eldorado”. Para além do petróleo que continua a aparecer e a ser explorado em grande quantidade, há minérios diversos, madeiras exóticas (ainda) e um clima fabuloso para a agricultura, com muita água. E capacidades turísticas impressionantes, não só da minha preferida praia mas também com paisagens fabulosas e possibilidade de “raids” e aventuras fora-de-estrada.

Acima de tudo, é um país que estando a ser reconstruído, precisa de muitos quadros, não só superiores mas também intermédios. Há falta de médicos e professores, engenheiros e arquitectos, de licenciados. Mas também de electricistas, mecânicos, carpinteiros, soldadores ou pedreiros, por exemplo. Foram muitos anos em que se destruiu, mais do que propriedades, o futuro das gerações. E agora procuram recuperar o tempo perdido com um crescimento económico de dois dígitos ao ano, alicerçado nas parcerias com chineses, brasileiros, sul-africanos, cubanos e, claro está, portugueses.

Primeiro, as maiores dificuldades.

A primeira dificuldade que temos é a obtenção do (ainda) necessário visto de trabalho. Ainda porque já é altura de ambos os governos encontrarem formas recíprocas de aliviarem este fardo de tantos cidadãos que pretendem trabalhar e ajudar o desenvolvimento de ambos os países. Por vezes chega a demorar mais de um ano, se bem que o normal seja um espaço de alguns meses, que deixa os trabalhadores no “limbo” do legal, cá e aí, mesmo que se apresentem todos os necessários e adequados documentos para um processo burocrático que não deveria levar mais que alguns dias a ser tratado.

A segunda dificuldade tem a ver com os ritmos de trabalho. Que são mais lentos e menos produtivos que na Europa, claramente, mas que do ponto de vista dos horários é maior – em grande parte das empresas é de cerca de 9 horas diárias e trabalha-se em muitos sítios ao sábado de manhã.

A terceira dificuldade tem a ver com a adaptação à realidade legislativa e social de Angola. A legislação de Angola, apesar de muito relacionada com a Portuguesa, dela bebendo ainda muitas coisas, tem adaptações e “idiossincrasias” próprias que tornam aos olhos dos europeus algumas coisas muito estranhas. E tem hoje muitas influências do Brasil também. E a sociedade, a forma como está organizada e desenvolvida, também nos é estranha em muitas situações. E é burocrática, no pior sentido do termo… É sempre preciso mais um carimbo, mais uma assinatura, mais uma foto… E os serviços são lentos por norma, demoram semanas ou meses para emitir documentos como bilhetes de identidade, cartas de condução, livretes, registos de propriedade, vistos…

Por fim, as coisas positivas.

Antes de mais, as condições de vida que normalmente aqui nos são oferecidas. Ao nível do melhor que cá se pode ter, a um nível muito elevado em relação a Portugal. Como já disse a muita gente, quem me dera ter em Portugal condições parecidas com as que tenho cá…

O clima, que convida a trabalhar também, dá-nos ânimo e boa disposição.

O ordenado, claro está, pois que isto de estar longe de casa, da família, da namorada e dos amigos tem de ser bem recompensado.

A alegria do povo angolano, que é por natureza um povo alegre e simpático, sempre com pronto para uma festa, uma kizomba, para cantar e dançar todo o dia e toda a noite também – basta dizer que os casamentos aqui são normalmente à sexta para durarem até domingo…

As muitas oportunidades de negócio que a economia angolana num crescimento de dois dígitos anuais está a trazer a todos os sectores profissionais, o que torna recompensante e, segundo me dizem alguns empresários já cá estabelecidos, rapidamente permite recuperar investimentos efectuados, são também um motivo para se gostar de trabalhar aqui.