2008/01/14

Ano novo, vida nova...

Ano novo, de regresso a Angola. Vida nova, tempo de reflexão e reformulação do futuro da minha vida pessoal.

O tempo, essa 4ª dimensão que Picasso celebrizou na tela e relativo segundo Einstein, sendo algo real e imaterial simultaneamente, é aquilo que nos marca a vida. É o ano civil onde estamos, é o ano de nascimento e a nossa idade, é tempo que demoramos a chegar ao emprego, é o tempo que duram os momentos importantes da nossa vida.

E como todas as coisas que têm vida nascem, crescem e morrem, também os momentos que nos marcam a vida parecem ter um momento em que surgem, ou nascem, outro em que se desenvolvem, ou crescem, e acabam sempre por terminar e dar lugar a outros acontecimentos, ou morrem.

Não sei se esta etapa é um desses momentos, um momento em que algo se está a transformar e evoluir. Sei apenas que 9 anos é bastante tempo, não sendo uma vida é um largo período de tempo, tanto maior quanto mais novos somos.

Tenho assim um período de reflexão em aberto, um período de auto-questão permanente sobre se vale a pena seguir da forma como estão as coisas compostas e da forma como quero seguir o percurso de vida. Por isso ao ano novo corresponde, neste momento, uma vida nova. Não porque seja nova num sentido literal do termo, mas porque corresponde a um período de reflexão solitário e sem compromissos sobre o compromisso conjunto que me orientava desde Julho de 1999. Quero descobrir se vale a pena seguir por esse caminho, se o que me move são rotinas ou sentimentos, se eu quero aquilo que queremos e se queremos aquilo que eu quero.

Estou triste mas aliviado, por mais estranho que isso possa soar. Estou consciente do que fiz e avalio os erros que cometi, mas espero que dessa avaliação saia a percepção de como actuar futuramente para não os repetir. Porque sou um humano como os outros e erro, mas gosto de pensar que sou capaz de aprender com os erros cometidos. E, por exemplo, tenho hoje a sensação que errei em prolongar uns dias o que deveria ter terminado no final do ano. Foi uma opção que tomei consciente, no momento em que a tomei, que era a melhor para mim, para nós. Afinal não foi, sei-o hoje. O que aconteceu de seguida era inevitável que acontecesse, como se comprovou. Apenas espero que o mesmo tempo me permita percepcionar outros erros e tirar outras conclusões sobre mim, sobre nós, sobre os sentimentos.

A decisão que tomei foi uma decisão solitária, ponderada por meses de dúvidas e perguntas para as quais fui adiando as respostas que deveria ter encontrado. A decisão decorre de uma busca interior que começou após o inicio da etapa angolana e não foi recente. A decisão foi adiada mais do que devia ter sido, mas foi tomada no momento em que tal me foi possivel.

Que foi agora.

Ano novo, vida nova...

2 comentários:

Maria Amorim disse...

Que tudo lhe corra sempre pelo melhor, nesta nova etapa!

Bernardete

Anónimo disse...

Neste Natal quasi nem "saboreaste" o puré e a vitela...Ficou cá o Castello d'Alba e prometo que me lembrarei de ti(além do habitual) quando o degustar.Os meus votos de Felicidades neste Ano Novo.
Tio