Foi esta semana aprovado na Assembleia Municipal o novo mapa cor-de-rosa do concelho de Guimarães.
Depois de uma não negociação, depois de uma não audição das populações e de algumas juntas de freguesia, tudo culminou com uma não discussão na AM da passada segunda-feira, onde para o PS bastaram 75 minutos de tempo regulamentar para fazer aprovar o seu mapa para o futuro de Guimarães.
É, por isso, uma não reforma. O Governo propôs que se reformasse administrativamente o território. O PS achou que isso era reformar politicamente o território, e foi isso que desenhou no papel. As justificações pífias que deu um dos seus deputados municipais sobre as opções tomadas são isso mesmo, pífias: não têm sentido, não olham para os interesses das pessoas das freguesias afectadas e são prepotentes.
Por exemplo, dizer que Vermil não foi agregada à vila de Ronfe apenas porque foi um critério seguido de não agregar vilas, para não abrir a "caixa de pandora", é não dizer nada, porque esse critério não é um argumento válido para ninguém quando as populações fazem a sua vida ligadas a Ronfe e quando a própria freguesia era parte integrante do ancestral Couto de Ronfe - às populações nada lhes interessa se as outras vilas foram ou não agregadas, o que eles querem é estar integrados numa freguesia que lhes dê maior qualidade de vida e que não lhes complique rotinas de vida. Dizer que Briteiros Santo Estevão não se pode agregar às outras freguesias da milenar freguesia de Briteiros (só recentemente, historicamente, se dividiu em 3 freguesias oriundas das 3 paróquias) porque fica com mais população que as outras freguesias em seu redor é um disparate do tamanho da montanha da Penha, até porque esta já divide o cemitério com S.Salvador por imposição da Câmara, não mencionando a questão escolar onde as 3 freguesias partilham tudo o que é EB. O mesmo se aplica em relação a Rendufe que nada tem a ver com Atães e que quer ser agregado a S. Torcato, sendo que agora o argumento é por causa do tamanho ser o dobro da 2ª maior freguesia se agregadas, o que é outro disparate monumental - para fazer este tipo de agregação forçada às populações, não olhando à realidade do local, às rotinas estabelecidas e tendo medo de "bichos papões" que não existem (mas que podem ser criados por causa da rejeição das populações) é uma prova maior da menoridade intelectual e política de quem desenhou este mapa a régua e esquadro eleitoral. Argumentos destes são insignificantes, nada justificam e apenas demonstram que não sabem como justificar o que não tem, de facto, qualquer justificação!
Com toda a certeza estas agregações forçadas, impostas por um poder político cansado, desgastado e preocupado com o seu próprio futuro político (e não com as populações) ainda irá dar que falar. Casos há que já prometem continuar a luta até Lisboa, se preciso for. Só espero que a Unidade Técnica no Parlamento olhe para estas questões e corrija os erros que estão a ser cometidos, sob pena de Guimarães ficar com uma má estruturação territorial, em particular se comparado com os concelhos limítrofes que não apresentaram propostas e que, por isso mesmo, vão ser agregados pela Unidade Técnica com critérios bem mais racionais como continuidade urbana, a criação de freguesias com massa (população e território com dimensão razoável) e que permitam fazer destas fontes de crescimento em vez de criar autarquias com atritos, sem ligação espacial e afectiva, nem tão pouco qualquer tipo de lógica.
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