Quadro comparativo dos resultados autárquicos em Guimarães 2009-13 - Fonte: DGAI |
O PS ganhou em quase todos os campos. Teve mais votos, mais mandatos, mais presidências de juntas de freguesia. Mas perdeu votos, perdeu muitos votos, perdeu 8.419 votos, colocando-se quase ao nível de votação de 1989 e inferior, por isso, a todas as demais eleições de António Magalhães.
A CDU, ao contrário do que aconteceu nacionalmente, não conseguiu melhorar a sua performance quer em votos, quer em eleitos. E, pior, perdeu a emblemática Vila de Pevidém para a Coligação e ficou reduzida à presidência da Junta de Gondar, mas em minoria, tendo perdido a maioria para a Coligação que conseguiu passar de 1 para 2 eleitos lá.
O BE foi, tal como a nível nacional, um desastre. Perdeu votos, eleitos e quase desapareceu do mapa autárquico vimaranense, tal como do país. A liderança repartida não consegue compensar a ausência do todo-poderoso Louça e o partido, ou a coligação de partidos e interesses desagrega-se não fosse a imprensa levar ao colo o BE, já teria desaparecido, qual PCTP-MRPP.
A outra coligação de Guimarães, o PPM com o PPV, não surtiu qualquer efeito e nem aos mil votos chegou. Apesar de tudo, dobraram o número de votos que a soma de ambos os partidos obteve nas últimas eleições Legislativas em Guimarães. Mas mesmo que esta coligação tivesse concorrido com a Coligação Juntos por Guimarães, a soma aritmética desses poucos mais de 800 votos em nada alterava as contas finais, mantendo a Coligação os 4 vereadores eleitos.
Por último, o PCTP-MRPP quase desapareceu do mapa, restando agora pouco mais de 400 eleitores que ainda confiam, vá-se lá saber porquê...
Já analisando os resultados da Coligação Juntos por Guimarães, que apoiei, assumo que perdeu e estava a "jogar" para ganhar. No futebol, diria que perdeu a final mesmo tendo jogado um futebol bonito e melhor que o adversário.
Mas a Coligação teve, apesar de tudo, um excelente comportamento. Vejamos:
- cresceu 1107 votos em relação à soma de votos PSD+CDS em 2009, sendo que foi o único concorrente que entre 2009 e 2013 aumentou a sua base de apoio, pois o PS, a CDU, o BE e o PCTP-MRPP perderam todos votos, tendo aumentado o numero de inscritos entre ambas as votações;
- aumentou de 3 para 4 vereadores a presença no executivo municipal;
- teve o melhor resultado autárquico de sempre, superando até em votos as vitórias de António Xavier e apenas ficando em % atrás das suas duas vitórias (ver historial de resultados coligido pelo amigo Amaro das Neves no seu Memória de Araduca), ou seja, nunca o PSD ou uma coligação em que estivesse envolvido teve tantos votos em Autárquicas, em Guimarães.
- a Coligação venceu metade das Juntas de Freguesia das vilas (Caldelas, Pevidém, S. Torcato e Serzedelo) e ainda freguesias importantes como Sande S. Martinho e, particularmente, Ponte.
- a Coligação venceu o simbólico centro da cidade (a Junta de Freguesia da União das Freguesias de S. Sebastião, S. Paio e Oliveira).
- perdeu menos mandatos na Assembleia Municipal do que a proporção de perda de deputados entre as legislaturas (isto é, passou de 70 para 49 deputados a composição da AM, uma redução de 30% de eleitos, mas a Coligação ficou com 19 deputados quando antes tinha 25 na soma PSD+CDS, uma perda de apenas 24%).
- aumentou o peso de presidência de Juntas de freguesia: tinha a presidência de 19 Juntas de Freguesia (27% do total de freguesias) e agora, após a agregação, tem a presidência de 14 Juntas de Freguesia (29% do total de freguesias).
- e mais importante, quanto a mim, diminuiu a diferença para o PS de 20.035 votos para cerca de metade, 10.509 votos.
E é este último número que me deixa confiante para o futuro.
Porque num momento tão difícil para os representantes do PSD e do CDS se apresentarem a votos, devido à crise financeira que ainda atravessamos e porque conotados com as medidas gravosas que têm de ser aplicadas no país pelo Governo, conseguir recuperar 10 mil votos de diferença é algo de extraordinário e demonstrativo da qualidade do projecto apresentado. Não fosse a base de partida tão má, e talvez hoje as coisas fossem diferentes.
Ricardo Rio debateu-se com o mesmo problema em Braga quando se candidatou pela primeira vez em 2005. Tinha uma diferença brutal para o PS que não seria fácil de reverter. Foi perseverante e foi diminuindo a diferença a cada eleição até que finalmente agora conseguiu ganhar.
É neste exemplo que devemos colher inspiração.
Por mim, nomeava desde já o André Coelho Lima o candidato para 2017. Porque fez um trabalho exemplar e merece ver renovada a confiança para trabalhar para a vitória nas próximas autárquicas. Eu continuo a acreditar no seu, no nosso projecto.
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