2007/12/31

2008

A todos os leitores e amigos, que afinal falamos das mesmas pessoas, os meus votos de um 2008 cheio de energias positivas e sonhos concretizados.

Um grande british abraco temperado de calor angolano deste portugues das sete partidas do mundo e vosso escriba de servico, Nuno.

E para a semana, muitas fotos de Londres e arredores!

2007/12/30

Ashford, Kent, UK

Sem acentos que o diabo do teclado nao deixa colocar essas coisas! Estou em Inglaterra neste momento, cheguei a 28 a Londres, fui ao Harrods, acertei o relogio pelo Big Ben e a tia Elizabete e o primo Carlos nao me convidaram, a mim e a Sara, para um cha!

Agora estou em Kent, na casa da Cristina, a "cunhada"!

Muitas fotos de Londres, cidade fantastica mas muito cara! Mas adorei Londres e, infelizmente, nao consegui ir aos museus cujas filas eram interminaveis e o tempo diminuto, mas andei uns 20 Km pela City e ja andava no Undreground de olhos fechados!

Vou jantar. Nos proximos dias darei noticias... ou entao ate para o ano!

2007/12/19

Agenda...

...para os próximos dias!

Na obra, tudo parado em férias com excepção do diabo do contentor que nunca mais sai do Porto de Lobito para ser descarregado. Espero que saia antes de irmos para Luanda e entretanto, depois de inventário e relatórios de fim de ano feitos, aguarda-se que o tempo passe e chegue o momento da viagem para Luanda, primeiro, e para Portugal, depois.

Até lá, espero ter ainda tempo para alguma praia e esplanada!

A Portugal devo chegar no sábado de manhã, este ano a Lisboa, que implicará ainda uma viagem extra para o Porto (ou Braga se for de Alfa Pendular).

Sábado, depois do almoço de familia, corte de cabelo (e como precisa...) e compras e mais compras! Jantar é na Truta, como já é tradição. Domingo vou levar o portátil ao médico! Segunda é natal (mais o incontornável jantar no Ameal), terça também (mais a vitela com puré novamente ao almoço no Ameal, já estou a salivar), este ano com o jantar dos "Silva Leal" na Foz na casa dos meus tios.

E depois é tempo de descansar e pensar na vida, fazer o balanço de fim de ano que se impõe, olhar para o passado de forma a lançar as fundações do futuro. Porque se há coisa que tenho vindo a compreender com o passar dos anos é que nada é certo e seguro, que tudo muda e evolui, o futuro (re)escreve-se a cada segundo que passa, traçam-se assim novas linhas, novos rumos...

2007/12/18

Versos à boca da noite


“Sinto que o tempo sobre mim abate
sua mão pesada. Rugas, dentes, calva...
Uma aceitação maior de tudo,
e o medo de novas descobertas.

Escreverei sonetos de madureza ?
Darei aos outros a ilusão de calma?
Serei sempre louco? sempre mentiroso ?
Acreditarei em mitos ? Zombarei do mundo ?

Há muito suspeitei o velho em mim.
Ainda criança, já me atormentava.
Hoje estou só. Nenhum menino salta
de minha vida, para restaurá-la.

Mas se eu pudesse recomeçar o dia !
Usar de novo minha adoração,
meu grito, minha fome... Vejo tudo
impossível e nítido, no espaço.

Lá onde não chegou minha ironia,
entre ídolos de rosto carregado,
ficaste, explicação de minha vida,
como os objetos perdidos na rua.

As experiências se multiplicaram:
viagens, furtos, altas solidões,
o desespero, agora cristal frio,
a melancolia, amada e repelida,

e tanta indecisão entre dois mares,
entre duas mulheres, duas roupas.
Toda essa mão para fazer um gesto
que de tão frágil nunca se modela,

e fica inerte, zona de desejo
selada por arbustos agressivos.
(Um homem se contempla sem amor,
se despe sem qualquer curiosidade.)

Mas vêm o tempo e a idéia de passado
visitar-te na curva de um jardim.
Vem a recordação, e te penetra
dentro de um cinema, subitamente.

E as memórias escorrem do pescoço,
do paletó, da guerra, do arco-íris;
enroscam-se no sono e te perseguem,
à busca de pupila que as reflita.

E depois das memórias vem o tempo
trazer novo sortimento de memórias,
até que, fatigado, te recuses
e não saibas se a vida é ou foi.

Esta casa, que miras de passagem,
estará no Acre ? na Argentina ? em ti ?
que palavra escutaste, e onde, quando ?
seria indiferente ou solidária ?

Um pedaço de ti rompe a neblina,
voa talvez para a Bahia e deixa
outros pedaços, dissolvidos no atlas,
em País-do-riso e em tua ama preta.

Que confusão de coisas ao crepúsculo !
Que riqueza ! sem préstimo, é verdade.
Bom seria captá-las e compô-las
num todo sábio, posto que sensível:

uma ordem, uma luz, uma alegria
baixando sobre o peito despojado.
E já não era o furor dos vinte anos
nem a renúncia às coisas que elegeu,

mas a penetração no lenho dócil,
um mergulho em piscina, sem esforço,
um achado sem dor, uma fusão,
tal uma inteligência do universo

comprada em sal, em rugas e cabelo.”


Carlos Drummond de Andrade, 1962

2007/12/17

Natal é ONDE um Homem quiser...

Retratos da vida de um arquitecto em viagem por Angola (IX)

Algumas imagens da Restinga do Lobito num dia de domingo ensolarado, céu azul, água quente e praia fabulosa!

Antiga Praça Camões



Piscinas do Ferroviáro e porto de recreio







Tribunal







Maternidade junto ao Hotel Terminus

2007/12/15

Leituras [21] - Foi Assim, de Zita Seabra


Foi Assim! Este é um assombroso relato de quem viveu por dentro e foi agora capaz de assumir tudo o que de mau fez pelo país ao longo da sua deslumbrada juventude seguidora de um ideário comunista.

Para quem sempre desconfiou desta ideologia e quem sempre, por tudo o que fui lendo mais do que vivendo que a minha tenra idade de então tal não me permitia percepcionar, viu no PCP e sucedaneos radicais de esquerda uma fonte de problemas e causa do estado em que ainda hoje o nosso país se encontra com a deriva do caminho para a via socialista pós-revolução.

Para quem quiser ler nas entre-linhas, mais do que a história pessoal da Zita Seabra, este livro mostra o comunismo e o país até ao 25 de Novembro tal como ele foi: de uma ditadura de direita passamos para uma proto-ditadura de esquerda, com os mesmos ou mais graves tiques de autoritarismo, desmando e desvario, controle das pessoas e dos seus pensamentos, das liberdades.

Obrigado por ter escrito este livro que espero que seja lido por muitas gerações mais novas que eu para que possam encontrar nele tudo aquilo que não devemos fazer nem seguir... Parabéns por assumir os seus erros do passado, matar os fantasmas que a acompanhavam e dar a conhecer a realidade do socialismo cientifico português a todos os leitores.

A única coisa válida, mas que nunca justifica os ideais que seguiu para o obter, é a luta pela liberdade. Como bem provaram Mário Soares, Sá Carneiro, Balsemão, Adelino Amaro da Costa ou Freitas do Amaral, havia formas muito mais válidas e justas de o fazer!

Sinopse:
“Foi Assim é a história de uma aprendizagem: da inocência à realidade e da realidade à sabedoria, um pouco melancólica, do adulto. Mas Zita Seabra, que “passou” à clandestinidade aos 17 anos, cresceu no Partido Comunista de Cunhal, o que faz da história dela a história de uma época. Sem se justificar, sempre cândida e às vezes comovedora, Zita Seabra fala naturalmente de um mundo fantástico e brutal, que nunca foi descrito com tanta intimidade e tanta exactidão. Foi Assim é o livro que faltava para perceber a grande tragédia do comunismo português”. - Vasco Pulido Valente

2007/12/14

Se pena por amar-vos se merece

Se pena por amar-vos se merece,
Quem dela livre está? ou quem isento?
Que alma, que razão, que entendimento
Em ver-vos se não rende e obedece?

Que mor glória na vida se oferece
Que ocupar-se em vós o pensamento?
Toda a pena cruel, todo o tormento
Em ver-vos se não sente, mas esquece.

Mas se merece pena quem amando
Contínuo vos está, se vos ofende,
O mundo matareis, que todo é vosso.

Em mim, Senhora, podeis ir começando,
Que claro se conhece e bem se entende
Amar-vos quanto devo e quanto posso.


Luís Vaz de Camões

2007/12/13

CAUM - Concerto de Natal

Como sempre, o CAUM lá irá proceder ao seu "Puer Natus Est" já no próximo dia 15 de Dezembro, pelas 21h30, na Sé de Braga. Se já estivesse em Portugal eu ia. Assim...

Retratos da vida de um arquitecto em viagem por Angola (VIII)

Mais algumas imagens, as últimas, da praia do Kicombo.













2007/12/08

Churrascada de Natal

Acho que é a primeira vez que tenho um almoço de Natal ao ar livre, churrascada, em manga curta. Mas o que importa é que o convivio com o pessoal todo correu bem, foi divertido e eles sairam satisfeitos, como eu. Dizem-me que esta é maior diferença de todas em relação a Luanda: é que as pessoas das provincias, no geral, mas de Benguela em particular, são muito mais humildes, educadas e respeitadoras do que as da capital. Aliás, nada que não aconteca em Portugal também, onde a hospitalidade no norte é reconhecidamente superior à da capital...







Retratos da vida de um arquitecto em viagem por Angola (VI)









2007/12/07

As convidadas!


Ora cá estão elas, 14 Kg por 9100 Kz, cerca de 91 Euros... Domingo, vamos trabalhar muito!

Mais uma ida ao Sumbe

Hoje não tenho tempo para colocar mais umas fotos e se calhar tambem não terei tempo de tirar mais fotos pelo caminho. Mas espero ter tempo de parar no Kicombo e poder trazer uns 10 Kg de lagostas para um fim de semana em grande...