A vitória do populismo, dos resquicios do "menino guerreiro", da ala esquerda do partido, não me deixa outra alternativa.
Da mesma forma que entrei, há 12 anos atrás, agora saio.
Naturalmente. Entrei porque senti que era um espaço político onde havia diversidade, credibilidade, ideias, pessoas sérias e responsáveis. Hoje ainda as há, como é evidente. E muitas. Mas acontece que ao contrário do que então acontecia, hoje essas pessoas são reservas morais para um futuro cheio de amanhãs radiosos e a liderança do partido volta a descer a níves que poucos pensariam voltar um dia a ver.
O PSD é hoje um partido que ainda vive a recuperar dos maus tempos do santanismo. E agora levar com os santanistas novamente poderá ser a machadada final no partido.
Eu já tinha decidido deixar o partido há alguns meses atrás, com a eleição do inenarrável actual líder nacional da JSD, Pedro Rodrigues. Teria muito a falar sobre ele, mas não lhe dou esse gosto de protagonismo. O que tinha a dizer sobre esse vulto da política vimaranense toda a gente já me ouviu dizer nos locais próprios. Se não o fiz naquele momento, tal deveu-se ao pedido de vários amigos meus que continuavam (continuam?) empenhados em lutar por dentro para regenerar o PSD.
Mas hoje de manhã, depois de dormir sobre o assunto, as coisas não mais podem ficar na mesma. Não vou, não posso, não quero compactuar com 2 lideranças nas quais não me revejo, não me identifico. E pior ainda do que os líderes em muitos casos, são as equipas que os rodeiam.
É por isso o fim de um ciclo.
Quem sabe se um dia regresso? O futuro está cheio de incógnitas...
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