2007/11/14

Momentos de uma viagem Sumbe-Lobito...

Sem enunciar as pedras, sei que as piso – duramente, são pedras e não são ervas. O vento é fresco: sei que é vento, mas sabe-me a fresco ao mesmo tempo que a vento.
Tudo o que eu sei, já lá está, mas não estão os meus passos e os meus braços. Por isso caminho, caminho porque há um intervalo entre tudo e eu, e nesse intervalo, caminho e descubro o meu caminho.
Mas entre mim e os meus passos há um intervalo também: então invento os meus passos e o meu próprio caminho. E com as palavras de vento e de pedra, invento o vento e as pedras, caminho um caminho de palavras.


António Ramos Rosa













1 comentário:

Anónimo disse...

Terra linda, cheia de contrastes: o petróleo, os diamantes, as cubatas, os bairros de lata, os automóveis, carrinhas e jeep estacionados junto a barracas sem portas e sem janelas, sem luz, sem água potável, sem sanitários, sem esgotos, sem... sem... nada!
Quando chegará um pouco de desenvolvimento social a essas pessoas?
Bjks

mdsl