2013/05/30

Leituras [74] - As Sete Maravilhas do Mundo, de Steven Saylor

Mais uma obra de um dos meus autores favoritos, que nos transporta mais de 2000 anos no tempo e nos descreve, desta vez, a fantástica viagem que Gordiano, o Descobridor, fez pelo mundo conhecido para nos mostrar "As Sete Maravilhas do Mundo" antigo:

  1. a grande pirâmide de Gizé (2550 a.C.)
  2. os jardins suspensos e as muralhas da Babilónia (600 a.C.)
  3. a estátua de Zeus em Olimpia (432 a.C.)
  4. o templo de Artemisia (ou Artémis) em Éfeso (356 a.C. mas conhecida uma reconstrução em 750 a.C.)
  5. o mausoléu de Halicarnasso (350 a.C.)
  6. o colosso de Rodes (290 a.C.)
  7. o farol de Alexandria na ilha de Faros (280 a.C.)


Como habitualmente, Saylor faz descrições muito vivas do mundo e do estilo de vida de então, explicando comidas, roupas ou monumentos com precisão e vivacidade. Ler o livro é ser transportado até aos locais descritos, no seu tempo.

A história desta vez leva-nos até ao jovem Gordiano, que com os seus 18 anos acabados de fazer, é enviado pelo pai com o seu tutor, o poeta Antípatro, por uma viagem pelo mundo para visitar todas as maravilhas do mundo antigo que, cerca de 92 a.C., já então eram ruínas - com a excepção da grande Pirâmide que ainda hoje sobrevive!

Em vários livros da série, o autor havia mencionado já esta viagem. Desta vez, finalmente, escreveu-a. Percebe-se assim, um pouco melhor, os antecedentes do personagem principal e como conheceu a sua mulher Betesda. Para quem segue a série, este é um livro imprescindível. Para quem nunca leu nenhum livro da série, este é o indicado para começar a ler as aventuras de Gordiano, o Descobridor.


Sinopse
Nesta cativante prequela à série Roma Sub Rosa, Steven Saylor leva-nos de volta aos dias de juventude de Gordiano. O ano é 92 a.C. e Gordiano acaba de completar 18 anos, prestes a embarcar na aventura de uma vida: uma viagem longínqua para ver as Sete Maravilhas do Mundo. Ainda não é chamado de O Descobridor - esse título pertence a seu pai. Acompanhando-o nas suas viagens segue o seu tutor, Antípatro de Sídon, o poeta mais famoso do mundo. Juntos, professor e aluno, embarcam numa viagem para as fabulosas cidades da Grécia e Ásia Menor, Babilônia e Egito. 


Críticas de imprensa 
«O conhecimento enciclopédico Saylor e o seu cuidado com o pormenor estão em exposição ampla, assim como a sua impressionante capacidade de tecer séculos de história numa uma narrativa de entretenimento. [Saylor consegue] proeza magnífica de contar histórias.»
Historical Fiction Review

«Saylor é um excelente guia através deste submundo fascinante. Um ficção histórica soberba.»
Booklist

«Saylor descreve vividamente o modo como a família sobrevive à destruição de Pompéia, ao incêndio de Roma e à perseguição de judeus e cristãos. O final [pode] ser sinal para outro volume desta série grandiosa.»
Publishers Weekly

2013/05/27

Um dia histórico em Guimarães

Todos os que me conhecem sabem que sou portista dos sete costados.

O momento da entrega da Taça, vivido no Toural

Mas também sabem que tenho uma costelinha do Vitória - já fui sócio de lugar anual e não descarto a hipótese de voltar a ser se a vida se proporcionar para tirar partido disso. Viver naquela cidade 3/4 da minha vida tem os seus efeitos...

Foi por isso com imensa alegria - pessoal, mas também pelos imensos amigos que tenho que são vitorianos dos sete costados - que vivi ontem o final de tarde em que o Vitória venceu a Taça de Portugal, um dia histórico para Guimarães.

A todos os meus amigos, verdadeiros vitorianos, os meus parabéns, foi justo e merecido ganharem este título que faltava nas montras do museu do clube. Hoje o Vitória é um pouco maior. Fiquei satisfeito por vos ver comemorar assim, com tanto entusiasmo e orgulho bairrista, esta vitória do Vitória. Mas agora, por favor, percebam que isto não é o fim de um capitulo e de um ano difícil  Tem de ser, isso sim, o principio de uma nova era e de um ciclo que se quer recheado de vitórias sustentadas e sustentáveis à realidade local. Gostava de vos ver lutar pelo titulo junto do meu FC Porto, isso era fantástico para o futebol e para a cidade. Penso que ainda não será para a próxima época, mas quero acreditar que este ano foi o principio desse capitulo que irão conseguir escrever na vossa - nossa - história a breve prazo.

Viva o Vitória!

2013/05/25

O sucesso do futebol alemão

Muito interessante o conjunto de artigos que o Mais Futebol publicou sobre o sucesso que o futebol alemão tem no presente, medido pela inédita final da Champions League exclusivamente alemã que mais logo o Bayern e o Dortmund vão disputar em Londres.

Imagem Mais Futebol

Os artigos podem ser lidos aqui e aqui.

Resumidamente, o que se pode ler é que o sucesso do "novo" futebol alemão baseia-se na formação e no forte investimento que aí fizeram desde que em 2000 perderam 3-0 contra Portugal - chegam até ao extremo de considerar que tudo começou com um túnel de Capucho sobre o idoso Mathaus.

E como foi feito esse investimento?

Pelos clubes, que para se inscreverem na 1ª Liga (e depois também na 2ª Liga) foram obrigados a terem academias de formação com determinadas condições e características  bem como uma maior atenção da Federação nas camadas jovens.

O resultado é evidente: desde 2006 que estão no pódio de todas as competições, ganharam títulos inéditos nos escalões de formação e estão na 2ª final consecutiva da Liga dos Campeões, esta ineditamente com 2 equipas alemãs.

Portugal, com as devidas diferenças, deveria apostar num processo semelhante - talvez com mais investimento da Federação e menos dos clubes, já que esta tem contas a prazo com dezenas de milhões de euros que nada rendem ao futebol nos bancos. Enquanto planteis como o do Benfica ou o do FC Porto joguem finais europeias quase sem portugueses, não está garantida a renovação da Selecção e é um falso domínio do país - que se traduz em maus resultados de uma Selecção que não tem bases de captação e renovação, onde apenas os clubes recheados de estrangeiros fazem sucesso e a Selecção definha a cada apuramento - e o mais estranho é que ambos os clubes tem academias e fazem um forte investimento nos escalões de formação, mas sem o retorno que se esperaria, talvez porque são poucos os clubes que apostam nisso.

2013/05/19

A decisão... parte 2 e final!

A semana passada, no Dragão, tudo podia ficar decidido.

Não ficou e houve reviravolta na liderança ao minuto 92, num jogo mais emotivo que bem jogado mas que teve o corolário naquele momento em que os 19 anos de Kelvin arriscaram um remate e o golo que andava a fugir há muito tempo naquele jogo.

O FC Porto fez o que lhe é tradicional: no momento chave, não falhou, assumiu a liderança e destruiu os sonhos de muitos adversários que de campeões e autores de uma época de sonho estão à beira de uma "quase" semelhante à de Peseiro em 2005 que quase ganhava todas as competições envolvidas, mas perdeu-as todas.

E hoje, por isso, pela 2ª vez, decide-se a época.

90 minutos vão decidir o que 29 jogos não conseguiram. É a grande final contra uma das melhores equipas desta época, num dos campos mais difíceis de se jogar pela sua reduzida dimensão.

Nada está ganho, mas conhecendo o espírito do FC Porto, estou descansado porque sei que os jogadores estão conscientes que tudo depende apenas deles e que tudo irão fazer para não falharem hoje e concluirem com sucesso aquilo que começaram a semana passada.

Não vou ao jogo porque num estádio sem condições para a 1ª Liga é difícil arranjar bilhete (penso que leva pouco mais de 5000 pessoas) e é uma pena porque a grande final do campeonato merecia um palco melhor do que este - o nivelamento do futebol português tem de ser feito por cima e isso inclui os seus estádio, que devem ser no mínimo aprovados para as competições europeias para serem da 1ª Liga, na minha opinião.

Nunca mais são 18h30...

2013/05/11

A decisão

É hoje. O grande jogo, da decisão. Até ao próximo, provavelmente.

Diz o Jorge que o "campeonato começa hoje" e tem toda a razão. Todas as anteriores 28 jornadas quase se anularam para o ponto critico de hoje. É um campeonato que, para o FC Porto, se joga em duas mãos: a primeira, hoje, em casa; a segunda, no próximo fim-de-semana, fora em Paços de Ferreira.

E isto é a parte positiva. Porque no FC Porto todos sabem que  as finais não se jogam, ganham-se! É assim há mais de 25 anos na Europa, é assim há mais de 30 anos em Portugal.
Cresci habituado a ver o FC Porto superar-se nos grandes momentos e escrever assim páginas e páginas de lindas vitórias no seu livro de Honra.

E é isso que espero do FC Porto de hoje: entrega total, domínio total, vitória total.

No FC Porto a festa faz-se nos momentos próprios, sem reservas.
Hoje é um desses momentos, o primeiro deles.
O adversário está borrado de medo, sente-se o cheiro no ar, nas declarações e na atitude. Não sabem em que objectivo se focar, não sabem lidar com a pressão de terem ganhar todos os jogos como no FC Porto se aprende e se entranha na pele a quem chega desde o primeiro dia.

No entanto - e há sempre um "se", há sempre um "mas" - há muitos interesses em jogo para nos deixarem ser campeões assim tão facilmente. Foram jornais que fizeram capas e posters de comemoração com outro putativo campeão. Foram televisões que anunciaram festas de outros putativos campeões. São dirigentes de putativos campeões que andaram a anunciar aos 4 ventos que desta é que era e que se vêm agora na iminência de nada ganhar. E como controlam os bastidores, as nomeações de árbitros são cirúrgicas não só para o jogo de hoje, com um árbitro que tendo um longo historial de prejudicar o FC Porto, o Pedro "palhaço do gel" Proença, é hoje conhecido por o beneficiar ao não assinalar um fora de jogo num jogo onde não viu 2 penaltis claros e uma expulsão por karaté e em que prejudicou objectivamente o FC Porto, por incrível que pareça. Mas também com a nomeação do árbitro para o jogo do Paços de Ferreira, outro "amigalhaço" do clube do regime. O objectivo, é claro: levar ao colo o clube hoje, criar condições para o FC Porto não ganhar ao Paços de Ferreira na última jornada.

Por isso, o jogo de hoje é uma incógnita. Os dados estão lançados. Os jogadores (mais do que o treinador) do FC Porto sabem o que é preciso fazer para ganhar hoje: lutar mais, rematar mais, correr mais, marcar mais!

Eu vou lá estar. E conto festejar. Contra tudo e todos que o querem impedir!

2013/05/04

Macau [13] - Passeios de Macau

Esta é outra das heranças culturais que deixamos em Macau: a arte da calçada à portuguesa, bem trabalhada, que preenche milhares de metros quadrados das ruas e passeios de Macau, nas suas zonas mais nobres.

O passeio "onda" do Largo do Senado
Desde a clássica "onda" que preenche a praça de Senado (mas não só, estendendo-se pelo Largo e rua de S, Domingos) até aos passeios de praças, largos, ruas e avenidas como a Sé, Almeida Ribeiro, Praia Grande, Infante D. Henrique ou D. João IV, entre tantos outros locais, em todo o lado, aos nossos pés (literalmente) temos a nossa calçada bem executada e preservada.
E com motivos geométricos abstractos, tradicionais, mas também com muitos motivos marinhos, tão típicos da nossa cultura e decoração arquitectónica histórica.
Tenho me divertido muito a registar os motivos que tenho encontrado pelo chão de Macau, nem sempre fácil de fotografar devido à enorme densidade populacional que ocupa as ruas de Macau durante o dia, tendo já registado mais de uma dúzia de motivos diferentes (ver no Instagram ou no Facebook).

Deixo aqui alguns:

Doze dos motivos que encontrei nos passeios: animais do mar, vegetação, barcos e instrumentos ligados à coisa náutica...