2005/10/06

Diários de Cabo Verde: NO STRESS!

30 de Setembro

A viagem até Lisboa, no Alfa da CP, é excelente. O que é estranho é nunca ter conseguido pagar o mesmo valor de táxi da gare do Oriente até ao aeroporto, apesar do percurso ser sempre igual...
No aeroporto, após um complicado check-in, o vôo sai do aeroporto de Lisboa com mais de 1 hora de atraso, já que à custa de tanta revista a bagagem, passaporte e pessoas (em especial os não europeus...) tinha que acabar por levar a isso mesmo.
Com tudo isso e a mais de meia hora para recolher a bagabem do único avião em pista fez-nos chegar ao hotel às 2h00 da mãnha locais (menos duas horas que em Portugal continental).

1 de Outubro

Na primeira refeição, o pequeno-almoço, a primeira surpresa: apesar do hotel ser de 4 estrelas, não há colheres de sobremesa para as chavenas ou iogurtes, só colheres de sopa! Aliás com excepção das colheres de café (que pareciam sobreviventes dos tempos da colonização!) nunca vi nenhuma colher que não fosse de sopa. Depois, nas refeições seguintes, as surpresas foram positivas: cozinham boas sopas, muito bem massas italianas (talvez devido à forte influencia italiana que já se faz sentir na ilha) e o peixe-serra e atum frescos são excelentes (e eu não gosto de peixe quase nenhum).

O guia da agencia local representante das agencias portuguesas dá-nos uma "aula" sobre Cabo Verde, onde basicamente nos explica que lá é tudo feito lentamente, com muita calma e lentidão, isto é, NO STRESS!
Entre outras coisas tenta nos vender uma visita à ilha feita na caixa aberta de uma pick-up (que os outros veiculos não chegam a todo o lado...)... Segurança máxima, com certeza... Diz-nos ainda que o ideal é comprar aos muitos senegaleses que lá andam as recordações que com eles a negociação é para baixar 50%...
E ainda nos dá um mapa de um jornal local com nomes de ruas errados...
Hora perdida aquela...

Muito melhor mesmo foi a manhã de praia, com um sol que se cola no corpo, um vento constante mas agradável pois ajuda a refrescar um pouco (e o vento não é frio, muito pelo contrário) e um mar fa-bu-lo-so! Temperatura tão alta que nem se nota ao sairmos da toalha e entrarmos na água (choque térmico, o que é isso?) e de uma clareza e limpeza impressionante.

Ao fim da tarde, fomos a pé à vila de Santa Maria, e que decepção... Só se via senegaleses, chatos que se farta, que metiam conversa num português sofrivel para nos tentar levar à loja de recordações da familia (sim, que eram mais que muitos e todos artesãos muito bons) e a vila, com as suas duas ruas e igreja, não mereceu nem uma foto para amostra, já que para além de feia nada tinha que cativasse a atenção do visitante. O guia bem nos tinha dito que ali só havia sal, sol e praia...

2 de Outubro (e 3 também)

Enquanto o ritmo de vida se mantinha "no stress" aproveitamos e fizemos isso mesmo: nada, o que por vezes é stressante! Muita praia o dia todo, à excepção do período entre as 12H00 e as 14H00 locias onde era impossivel estar ao sol de tão forte que ele é.

4 de Outubro

Ainda ponderamos fazer a excursão à ilha como mercadoria nas traseiras da pick-up, mas ou sou eu que sou muito exigente ou a vontade de estar na praia de papo para o ar era superior, e essa foi a nossa opção!

À noite fomos levados para o aeroporto (já com meia hora de atraso) e depois de 4 formalidades de mostrar o passaporte (à entrada da zona de check-in, no check-in, na entrada da zona de embarque e na entrada da sala de embarque, só nos dispensaram disso na entrada do autocarro que nos levou ao avião - a nós, que os africanos todos também aí demonstraram que o passaporte estava bem...) e como o avião vinha com mais de uma hora de atraso de Lisboa e com o tempo que demoram a fazer o que quer que seja, o avião saiu da Ilha do Sal com duas horas de atraso...

Enfim, Cabo Verde vale a pena para praia! Mais nada! Mas tem praias fantásticas e um mar que ainda o sinto aqui na pele!

2 comentários:

Anónimo disse...

O no stress do caboverdiano, certamnte sao ainda as sequelas de termos sido coloizados pelo pais mais atrasado da Europa, Portugal e termos coisas em comum com outros paises lusofonos como Guine Angola, etc

Nuno Leal disse...

Tem razão, o anónimo, são de facto sequelas da colonização. Mas coisas há, e fala quem já vive e trabalha há mais de um ano noutra ex-colónia, que os colonizados elevaram à máxima expoência... Aprenderam com os colonizadores e superam-nos largamente hoje em dia. E isso é uma das infelicidades desses povos e uma das causas da miséria e pobreza em que estão. De resto, o no stress é bem melhor que o muito stress a que estamos sujeitos no velho mundo, posso-o garantir por experiência própria.