Na nossa vida cruzamo-nos com milhares de pessoas. Dessas poderemos dizer que muitas, talvez algumas largas dezenas, são nossas conhecidas. Mas daí até podermos concluir que há amizade...
Os amigos são aqueles que estão connosco quando precisamos de apoio, que nos compreendem e sabem, apenas por perceber que algo em nós mudou, que algo se passa.
Os amigos chamam-nos para os grandes momentos das suas vidas, mas para os pequenos momentos quotidianos também.
Os amigos não se esqueçem de nós. Nem se lembram de nós apenas quando precisam de nós...
Amigos estão sempre lá, falam porque sim, falam porque já não se falavam.
Há alturas na vida em que conseguimos ver a linha fronteira entre o amigo e o conhecido. Claramente que nem sempre essa linha perceptível e só em casos limite tal linha é visualizada. Por exemplo, quando queremos mudar de vida, dar um novo rumo à vida própria, percebemos quem nos entende e apoia e quem nem reparou que estavamos a mudar de vida. Aí está a linha invisível, que separa a ausência da presença, que separa o entendimento da causa do desconhecimento da consequência.
A minha vida está a mudar. Depois de muitos anos na mesma rotina, há quem estranhe. Como disse o poeta/criativo de publicidade, Fernando Pessoa, "primeiro estranha-se e depois entranha-se"! Aqueles que estranham serão os conhecidos. Aqueles que entranham são os amigos. Felizmente nestas últimas semanas descobri alguns amigos que pensei serem apenas conhecidos. Infelizmente estou a descobrir que entre aqueles que pensei serem os amigos serão, afinal de contas, meros conhecidos.
Infelizmente, este momento é muito importante não só para a minha vida como também para a vida de outras pessoas próximas de mim. O que veio reforçar ainda mais a vontade, juntando a necessidade, de mudar de vida. "Muda de vida se não tu não vives satisfeito", cantava António Variações, "muda de vida se há vida em ti a latejar". Em mim há vida e há insatisfação. Poderá não haver vida sempre, porque essa tem um principio, um meio e um fim. A insatisfação só depende de nós mudar, tranformar em satisfação.
Mas, pelo menos, eu estou vivo e ainda de saúde para perceber e entender isso...
E, quem sabe, para retomar mais à frente um elo que se perdeu algures na tal linha de fronteira invisível entre a amizade e conhecimento... Se assim o quiserem...
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