2006/04/29

Energie-Cités

Ontem na Assembleia Municipal foi proposta e aceite com uma abstenção (a minha!...) a integração do Munícipio de Guimarães na associação Enegrie-Cités, que visa o muito nobre acto de procurar políticas de utilização de energia racional e de forma sustentada.

E porque me abstive?

Tão simplesmente porque se mal não faz pertencer à dita associação (a não ser aos depauperados cofres camarários com mais uma quota anual e algumas deslocações e estadias pagas a alguns técnicos e políticos para coisas relacionadas com a dita associação), sejamos claros, bem também não faz. Porque hoje em dia todos sabemos quais são as políticas energéticas sustentadas que uma autarquia deverá promover.

Desde logo, a integração da Agenda XXI, vulgo Plano Director Ambiental, no dia a dia.

Depois, deve actuar em dois níveis. No plano externo com municípes e entidades, promovendo o uso de energias alternativas e reciclagem. Por exemplo, dando maiores descontos nas taxas e licenças a pagar àqueles que utilizem paineis solares nas suas habitações e industrias, nos loteamentos com um determinado aglomerado habitacional obrigar desde logo à inclusão de eco-pontos, etc. No plano interno promovendo a própria autarquia políticas ecológicas como a implementação às normas europeias e internacionais de qualidade ambientais, a colocação de origem nos novos equipamentos construídos pelo munícipio de paineis solares e materiais termicamente de qualidade superior, criando um Regulamento Municipal de Edificação e Urbanização (RMEU) onde constassem diversas medidas de forte impacto positivo para o ambiente e geradores de poupança energética, obrigatoriedade dos fornecedores de material consumivel da autarquia serem certificados ambientalmente ou de promoverem a reciclagem dos produtos que fornecem à autarquia, etc.

Como se pode aferir deste breve texto, abstive-me porque não me parece necessário fazer parte de mais uma associação para implementar políticas sustentadas energéticas. O que é preciso mesmo é aplicar diversas medidas, muitas delas básicas, para que se obter resultados muitas das vezes imediatos...

2 comentários:

Anónimo disse...

Com esta lógica, para quê pagar a vereadores municipais? Tanta coisa que se comprava com o dinheiro que se poupava e que, afinal, nem precisamos de vereadores para saber o quê: alimento aos pobres, etc.. haja paciência!

Nuno Leal disse...

Não percebi se o comentário é uma critica a fazer parte da dita associação ou se é uma critica à minha posição. Porque se é à minha posição e ao meu discurso, só lhe posso dizer que em nenhum momento eu digo que não são precisos vereadores. Agora o que são precisos é vereadores que executem e, nomeadamente o do Ambiente, que execute políticas ambientais activas - ser vereador do ambiente não é só tratar do lixo, jardins, água e saneamento... O problema de muitos políticos é que não têm ideias políticas e não sabem, menos ainda, implementar as poucas ideias que têm ou as muitas que podem copiar... O engraçado é que mais de dois anos depois de termos aderido a esta associação, não vejo grandes resultados disso mesmo...