...o ano 2006!
Foi o ano em que emigrei, algo que há muito estava no meu pensamento mas que fui adiando o mais que pude até que aconteceu, em Agosto.
Marcante pela conquista da presidência da República por Cavaco Silva, que apoiei activamente mas que rapidamente me desiludiu, pois em vez de actuar com a firmeza que o caracterizava antigamente perante os disparates governamentais, começou no deixa andar e é hoje mais uma peça na engrenagem do bloco central atávico e da manutenção dos "tachos" e "favores" e "garantias adquiridas"...
Foi também o ano em que o FC Porto recuperou o ceptro nacional em Portugal e conseguiu neste final de ano qualificar-se para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Futebolisticamente foi marcante também a descida de divisão do Vitória, o mais antigo clube no escalão maior do futebol a seguir aos três grandes.
Foi o ano em que muitos "sobrinhos" nasceram - a Ana da Ana Truta e Nuno Duarte, o Miguel do Gabriel, o José Manuel do André e Susana...
Foi mais um ano, o 34º da minha vida, o ano em que os meus pais passaram a ser sexagenários pensionistas...
Enfim, ainda bem que acabou 2006 pois teve muitos momentos negativos... Que 2007 seja melhor, muito melhor que este que terminou, que me traga oportunidades novas para estar mais próximo dos meus "pensionistas" e da minha "meia laranja" que são aqueles que mais gosto e prezo nesta vida.
2006/12/31
2006/12/29
Sócrates no País das Maravilhas
Alucinante foi a mensagem de Natal do primeiro-ministro, entusiasmado talvez com o bacalhau e o cheiro ao leite creme e às rabanadas, talvez delirante com um copo de Porto de aperitivo, e desfiou um rol de banalidades e palavras ocas e carragadas de espirito natalicio, tão falso como o Pai Natal e as renas que vão com o coelho no comboio ao circo.
As reformas, como ainda hoje diz muito bem o José Miguel Júdice no Público, ainda não aconteceram, ainda não passam de fanfarras de bombos a anunciar um futuro radioso!
A economia continua a crescer menos que a inflação - ou seja, não crece, diminui!
Os portugueses, como eu, continuam a ter de procurar no estrangeiro a segurança financeira-laboral que em Portugal não encontram. Em 4 anos, de 2002 a 2005, passamos de pouco mais de 20 mil emigrantes anuais para quase 30 mil. E ainda não há números deste ano de 2006, que acredito serem bem superiores aos 30 mil...
Já aqui o escrevi uma vez. Se em 800 anos de construção de Portugal ainda hoje a cada 4 anos 1% da população tem de sair do país, se hoje entre 5 a 10 milhões de portugueses habitam e trabalham fora de Portugal, será que valeu a pena e foi bem feito tudo o que fizeram os nossos antepassados?
Cada vez acredito mais que não, e acredito que estes últimos 30 anos foram dos píores da nossa história. Porque tivemos várias vezes grandes oportunidades de crescer, melhorar, evoluir. Mas analisando bem, continuamos quase na mesma, nalgumas coisas como o civismo regredimos mesmo. Foram 30 anos perdidos, foi a revolução que se perdeu, foi a entrada na então CEE que se perdeu, foi a entrada na Moeda Única que se perdeu. Foram gerações de políticos que tanto prometeram mas apenas mais nos afundaram.
E tudo isso, naquele discurso alucinado, se juntou na pessoa do primeiro-ministro.
P'ró Diabo que o carregue ele e o governo dele e os anteriores do Lopes, do Guterres e de outros que tais. Enfim, dia 5 regresso a Angola que sei ser de facto um país do 3º mundo mas que sabe reconhecer quem lá tenta ajudar a progredir o país para um caminho que se calhar não tardará tantas gerações quanto isso, será melhor e mais forte que o nosso.
As reformas, como ainda hoje diz muito bem o José Miguel Júdice no Público, ainda não aconteceram, ainda não passam de fanfarras de bombos a anunciar um futuro radioso!
A economia continua a crescer menos que a inflação - ou seja, não crece, diminui!
Os portugueses, como eu, continuam a ter de procurar no estrangeiro a segurança financeira-laboral que em Portugal não encontram. Em 4 anos, de 2002 a 2005, passamos de pouco mais de 20 mil emigrantes anuais para quase 30 mil. E ainda não há números deste ano de 2006, que acredito serem bem superiores aos 30 mil...
Já aqui o escrevi uma vez. Se em 800 anos de construção de Portugal ainda hoje a cada 4 anos 1% da população tem de sair do país, se hoje entre 5 a 10 milhões de portugueses habitam e trabalham fora de Portugal, será que valeu a pena e foi bem feito tudo o que fizeram os nossos antepassados?
Cada vez acredito mais que não, e acredito que estes últimos 30 anos foram dos píores da nossa história. Porque tivemos várias vezes grandes oportunidades de crescer, melhorar, evoluir. Mas analisando bem, continuamos quase na mesma, nalgumas coisas como o civismo regredimos mesmo. Foram 30 anos perdidos, foi a revolução que se perdeu, foi a entrada na então CEE que se perdeu, foi a entrada na Moeda Única que se perdeu. Foram gerações de políticos que tanto prometeram mas apenas mais nos afundaram.
E tudo isso, naquele discurso alucinado, se juntou na pessoa do primeiro-ministro.
P'ró Diabo que o carregue ele e o governo dele e os anteriores do Lopes, do Guterres e de outros que tais. Enfim, dia 5 regresso a Angola que sei ser de facto um país do 3º mundo mas que sabe reconhecer quem lá tenta ajudar a progredir o país para um caminho que se calhar não tardará tantas gerações quanto isso, será melhor e mais forte que o nosso.
2006/12/27
Imagens [14] - Catumbela
Mais algumas imagens de passagem da zona da vila da Catumbela, a 6km de Lobito.
Imagens [13] - Benguela
Conforme prometido, aqui começo a colocar imagens de Angola. Por acaso, sem qualquer preferência, começo por Benguela. Outras cidades e paisagens se seguirão.
2006/12/18
De volta a Portugal
Cheguei sábado ao fim da tarde e por cá estarei até ao dia 5 de Janeiro, data aprazada para o vôo de regresso a Angola.
Espero nos próximos dias poder começar a colocar on-line algumas das mais de 1000 fotos que tirei nestes quase 4 meses que passei por lá.
Ontem à noite lá fui ver o meu FC Porto com o meu pai e vim de barriga cheia, com os 4 golos do meu FC Porto. Já o Vitória continua a sua carreira de altos e baixos... Ontem foi para esquecer, derrota com o Gondomar em casa, é a fava do bolo-rei!
Espero nos próximos dias poder começar a colocar on-line algumas das mais de 1000 fotos que tirei nestes quase 4 meses que passei por lá.
Ontem à noite lá fui ver o meu FC Porto com o meu pai e vim de barriga cheia, com os 4 golos do meu FC Porto. Já o Vitória continua a sua carreira de altos e baixos... Ontem foi para esquecer, derrota com o Gondomar em casa, é a fava do bolo-rei!
2006/12/14
A caminho de Portugal
Felizmente a minha empresa pára durante a época natalícia e proporciona assim às dezenas de funcionários expatriados, maioritariamente portugueses, a possibilidade passar o Natal com a familia e os amigos.
Entretanto, como amanhã viajamos para Luanda e o voamos para Portugal no fim de semana, não sei quando voltarei a ter possibilidades de escrever aqui outra vez, julgo que apenas lá para 2ª feira.
E na próxima semana está prometido um up-date de muitas fotos de Angola, tal como ela é hoje em dia. Lobito, maioritariamente, mas também Luanda, Benguela, Catumbela, Catengue, Caimbambo, Cubal, Ganda, Alto-Catumbela e, espero eu, do percurso de carro desde o Lobito até Luanda, cerca de 600Km com passagem pelo menos pelo Sumbe.
Assim, até para a semana, num Portugal perto de si...
Entretanto, como amanhã viajamos para Luanda e o voamos para Portugal no fim de semana, não sei quando voltarei a ter possibilidades de escrever aqui outra vez, julgo que apenas lá para 2ª feira.
E na próxima semana está prometido um up-date de muitas fotos de Angola, tal como ela é hoje em dia. Lobito, maioritariamente, mas também Luanda, Benguela, Catumbela, Catengue, Caimbambo, Cubal, Ganda, Alto-Catumbela e, espero eu, do percurso de carro desde o Lobito até Luanda, cerca de 600Km com passagem pelo menos pelo Sumbe.
Assim, até para a semana, num Portugal perto de si...
2006/12/13
Batota fiscal
Ontem a PJ apanhou uma série de restaurantes e bares que, usando um conhecido programa informático para fazer a contabilidade diária, fazia uma "batota" fiscal - termo carinhoso de fraude - para baixar a facturação com um programa paralelo fornecido pela própria casa que produzia o programa original! Quanto mais não seja, isto quase prova que os virus informáticos são produzidos pelo criadores dos anti-virus... :)
Mas voltando ao tema da fiscalidade nos restaurantes, só quem não tiver entre os amigos e conhecidos contabilistas é que não sabe da permanente fuga que é feita por estes (restaurantes) ao fisco. Todos sabemos que vamos tomar cafés, almoçamos, enfim, consumimos em locais destes e raramente pedimos ou obtemos facturas. Tal apenas significa que houve compras de produtos para consumo e venda, que há despesas de ordenados de pessoal, que há despesas do espaço, luz, água, etc, - porque tudo isto é facturado! - mas o rendimento proveniente da exploração é "escolhido" por cada propritário... Depois, não admira que primeiro abram um pequeno café, que depois mudem e abram um maior, que depois abram um segundo, um restaurante, etc, até terem um pequeno império...
Enfim, se a PJ quiser pode muito bem encontrar muitos locais onde há fugas a impostos. Porque quem compra um bem ou um serviço não ganha nada com a factura - apenas perde mais 21% de IVA - e quem vende quando faz as contas para vender o seu produto inclui o lucro, os impostos e o preço de compra, logo não facturando ganha os impostos como bonus!
Por isso, já sabem. Se quiserem colaborar um pouco com a economia do país, peçam sempre facturas... e rezem para que o programa informático de gestão da facturação não seja adulterado para "limpar" as receitas...
Tenham um bom dia, faltam 2 trabalho, 1 de viagem para Luanda e no fim de semana, não sei ainda se sábado ou domingo, estou de volta a Portugal! :)
Mas voltando ao tema da fiscalidade nos restaurantes, só quem não tiver entre os amigos e conhecidos contabilistas é que não sabe da permanente fuga que é feita por estes (restaurantes) ao fisco. Todos sabemos que vamos tomar cafés, almoçamos, enfim, consumimos em locais destes e raramente pedimos ou obtemos facturas. Tal apenas significa que houve compras de produtos para consumo e venda, que há despesas de ordenados de pessoal, que há despesas do espaço, luz, água, etc, - porque tudo isto é facturado! - mas o rendimento proveniente da exploração é "escolhido" por cada propritário... Depois, não admira que primeiro abram um pequeno café, que depois mudem e abram um maior, que depois abram um segundo, um restaurante, etc, até terem um pequeno império...
Enfim, se a PJ quiser pode muito bem encontrar muitos locais onde há fugas a impostos. Porque quem compra um bem ou um serviço não ganha nada com a factura - apenas perde mais 21% de IVA - e quem vende quando faz as contas para vender o seu produto inclui o lucro, os impostos e o preço de compra, logo não facturando ganha os impostos como bonus!
Por isso, já sabem. Se quiserem colaborar um pouco com a economia do país, peçam sempre facturas... e rezem para que o programa informático de gestão da facturação não seja adulterado para "limpar" as receitas...
Tenham um bom dia, faltam 2 trabalho, 1 de viagem para Luanda e no fim de semana, não sei ainda se sábado ou domingo, estou de volta a Portugal! :)
2006/12/12
Acreditar
- Às vezes ainda se pode acreditar... no futebol, que tem boa gente! Não é normal, mas de facto o Vitória é, para o bem umas vezes e para o mal outras, um clube diferente.
Ontem emitiu um comunicado que anuncia publicitar a associação ACREDITAR, Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, nas suas camisolas. De graça, se bem percebi, ou melhor, pagando para isso, pois para além de não cobrar ainda vai dar parte do rendimento das vendas das camisolas e oferecer alguns lugares no estádio para os trazerem as crianças associadas e proporcionado-lhes assim algumas horas especiais em momentos dificeis que atravessam.
É um gesto bonito, num clube que tem problemas financeiros mas que mesmo assim não se alheia aos problemas da sociedade e ajuda assim na promoção das associações que o merecem - e sei do que falo, a ASCREV, por exemplo!
Bem haja ao Vitória e à sua Direcção por este gesto muito mais que simbólico, pelo menos para a ACREDITAR e para as crianças com cancro...
2006/12/10
Será que ainda vou à bola este ano?
Descobri hoje que o FC Porto joga a próxima jornada em casa, no domingo, dia 17, às 19h15, contra o Paços de Ferreira.
O que significa que, caso nada de anormal aconteça, ainda terei hipóteses de ver este jogo na companhia do meu pai, nos nossos lugares do lindo Estádio do Dragão. Era uma boa prenda de Natal esta...
Aliás, com um pouco de sorte, vejo também o Vitória que depois de duas jornadas fora de casa, na próxima semana terá com toda a certeza um encontro caseiro. Por falar no Vitória, as coisas estão ainda muito complicadas futebolisticamente. Na parte inferior da parte superior da tabela, começa a ter alguns pontos de diferença para os líderes nesta fase do campeonato que se podem vir a revelar importantes na fase final. Começo a pensar que esta descida não foi para uma época apenas, um deslize, mas foi antes consequência de uma política desregrada de muitos anos de Pimenta Machado e que o actual presidente, Vitor Magalhães, apesar do esforço e boa vontade, não me parece ter peso suficiente para conseguir inverter. E aqui a questão é muito simples: uma boa equipa tem bons resultados desportivos, bons resultados desportivos dão rendimentos na venda de jogadores, de merchandising e direitos televisivos, que permitem reforçar o plantel ainda mais e obter melhores resultados ainda ou, pelo menos, manter o mesmo nível. Para além disso, permite alargar a base de associados e de espectadores, o que significa mais receitas e mais prestigio. Ora se o Vitória se mantiver mais do que esta época na Liga de Honra, começo a temer pelo futuro do clube, pois como é sabido está a tentar limpar a enorme folha de dívidas e esta Liga de Honra não gera receitas, apenas despesas... O futuro é incerto, no Vitória Sport Club. E só espero que possam e consigam ultrapassar esta fase negra e retirem as devidas lições deste triste episódio, porque todos nós queremos um futuro branco e radioso como o seu equipamento!
O que significa que, caso nada de anormal aconteça, ainda terei hipóteses de ver este jogo na companhia do meu pai, nos nossos lugares do lindo Estádio do Dragão. Era uma boa prenda de Natal esta...
Aliás, com um pouco de sorte, vejo também o Vitória que depois de duas jornadas fora de casa, na próxima semana terá com toda a certeza um encontro caseiro. Por falar no Vitória, as coisas estão ainda muito complicadas futebolisticamente. Na parte inferior da parte superior da tabela, começa a ter alguns pontos de diferença para os líderes nesta fase do campeonato que se podem vir a revelar importantes na fase final. Começo a pensar que esta descida não foi para uma época apenas, um deslize, mas foi antes consequência de uma política desregrada de muitos anos de Pimenta Machado e que o actual presidente, Vitor Magalhães, apesar do esforço e boa vontade, não me parece ter peso suficiente para conseguir inverter. E aqui a questão é muito simples: uma boa equipa tem bons resultados desportivos, bons resultados desportivos dão rendimentos na venda de jogadores, de merchandising e direitos televisivos, que permitem reforçar o plantel ainda mais e obter melhores resultados ainda ou, pelo menos, manter o mesmo nível. Para além disso, permite alargar a base de associados e de espectadores, o que significa mais receitas e mais prestigio. Ora se o Vitória se mantiver mais do que esta época na Liga de Honra, começo a temer pelo futuro do clube, pois como é sabido está a tentar limpar a enorme folha de dívidas e esta Liga de Honra não gera receitas, apenas despesas... O futuro é incerto, no Vitória Sport Club. E só espero que possam e consigam ultrapassar esta fase negra e retirem as devidas lições deste triste episódio, porque todos nós queremos um futuro branco e radioso como o seu equipamento!
2006/12/09
Angola 8 - A história de Lobito
Encontrei agora por acaso um site sobre o Lobito, onde tem uma breve história da cidade onde hoje habito, o Lobito.
Por ter achado muito interessante a história e querer compartilhar com todos os meus leitores, cá fica o link para a História da Cidade do Lobito e a própria história também.
"Durante mais de 300 anos o Lobito e a sua baía foram totalmente ignorados pela Administração Portuguesa. No início do nosso século, quando a povoação se tornou testa do Caminho de Ferro deBenguela e o principal porto de Angola, conheceu um desenvolvimento sem paralelo na colónia. Tanto assim que aquando da Independência, em 1975, o Lobito era, sem dúvida, a mais promissora das cidades portuguesas do Ultramar.
Não há quem tenha conhecido o Lobito que não reproduza, quase automaticamente, a frase assaz repetida nos folhetos turísticos da colónia nos anos 60: “A Sala de visitas de Angola.” E, se uma sala de visitas mostra o que há de melhor numa casa, então à cidade do Lobito, em relação a Angola, o epíteto assenta como uma luva. A urbe era arejada, limpa, modernamente traçada, com uma restinga de areia que se prolongava por mais de 3 km, toda ela bordada de viçosas e floridas moradias, que dividiam o mar alto do remanso da baía de águas tão tranquilas como uma piscina. O jornalista Julião Quintinha, em África Misteriosa, chama-lhe “(...) cidadezinha-cromo, cidade azul, quasi flutuante, que o mar beija e namora com perigoso amor”. O jornal O Lobito, o único título que ainda hoje resta da nossa imprensa colonial, refere a cidade como “uma estrofe d’Os Lusíadas, escrita por todos nós, numa estreita restinga de areia, sob a inspiração do mar”.Todavia, por estranho que possa parecer, a cidade do Lobito é das mais recentes na colonização portuguesa de Angola. Durante 300 anos ninguém ligou nenhuma àquele couto de corsários e contrabandistas. Nesses longos anos todo o movimento passou pela vizinha e histórica Benguela, a 30 km dali. Esta sim, prosperou e tornou-se a segunda da colónia.Diversas explicações há para justificar a tardia ocupação da baía do Lobito: há quem diga que os primeiros navegadores a terão passado sem dela fazerem reparo devido à grande restinga que a oculta; outros argumentam que terá sido a falta de água potável; estudiosos dizem também que é fácil passar a 4 milhas da baía sem a ver. O que se sabe é que no início do século XVII, Manuel Cerveira Pereira recebera ordens para navegar para sul e fundar uma cidade quando encontrasse uma baía. Foi assim que, em Maio de 1617, nasceu Benguela.A letargia atravessada pelo Lobito foi tal que só no fim do século XVIII passa a ter este nome, porque até aí o assentamento era conhecido, para se distinguir da Catumbela propriamente dita, por Catumbela da Água Salgada ou Catumbela das Ostras. Só depois da fundação da caieira de mariscos é que o Lobito entra para a história da ocupação do Reino de Benguela. O escritor Ralph Delgado, num apontamento sobre a história do Lobito, refere-se-lhe: “Baía abrigada e prenhe de matagais marinhos de caprichoso efeito (os mangais), onde se escondiam, à vontade, navios de contrabando, foi ela lugar de eleição para descaminho de direitos, a despeito das medidas adoptadas por Benguela, que destacara, para lá, um soldado com funções de cabo, a fim de dirigir os serviços da preparação da cal (...) Dentro destas duas serventias (fornecimento da cal, de ostras e de mangues e embarques abusivos sem despacho) o Lobito evolucionou lentamente, com fraca sinalização do interesse despertado ao governo subalterno de S. Filipe.” Foi curiosa a criação do Lobito. Nasceu a pedido de alguns moradores de Benguela, cansados com as baixas causadas pela insalubridade desta. E foi tal a vontade de o fazer que num ápice subscreveram 31 contos de réis para auxiliarem as despesas de transferência. Deste modo, em 1842, ainda antes da portaria régia aprovar a transferência, iniciou-se no Lobito a construção de um forte e do palácio do Governo, com fundos dos benguelenses e mão-de-obra escrava dos seus moradores. Quando, em Março de 1843, D. Maria II aprova o nascimento da cidade do Lobito, mais não havia que alguns barracões e uma plantação de coqueiros para consolidação da restinga de areia. Contudo, os interesses enraizados às pantanosas margens do Coringe, a carência de fundos e o esquecimento das epidemias – havia alguns anos que aquelas não fustigavam Benguela – adormeceram o ambicioso projecto, caindo o consentimento real na poeira dos arquivos sob a indiferença dos Chefes de Distrito. De tal forma que em 1853, quando o Lobito foi assaltado por uma quadrilha de gentio armado, apenas existiam escassas e insignificantes casas ligadas ao precário fabrico de cal das suas ostras. Em 1888 foi criado um posto fiscal, que foi confiado ao velho José Maria dos Santos, então o único branco que ali residia há mais de 30 anos.Efectivamente, a baía do Lobito só começou a atrair as atenções mesmo nos fins do século XIX, quando o comércio da borracha atingiu o seu zénite. O volume de transacções começou a reclamar um ancoradouro maior que o de Benguela, com capacidade somente para pequenas cargas. Foi assim que se começou a aproveitar as condições naturais da antiga Catumbela das Ostras. Mas foi só nos alvores do presente século (1902), com o início da construção do Caminho de Ferro de Benguela, que o Lobito saiu do marasmo em que esteve mergulhado durante mais de 300 anos. Com a concessão do caminho-de-ferro dada ao inglês Robert Williams, a cidade lançou definitivamente os seus alicerces, num combate quotidiano contra o pântano. Em menos de 20 anos o Lobito passava de uma baía abandonada coberta de mangal para uma cidade moderna, testa do Caminho de Ferro de Benguela e possuindo um moderno porto. Nestes anos aterraram-se pântanos, iniciou-se a construção do mercado, ergueu-se a ponte na Estrada Lobito-Benguela, levantou-se o edifício dos correios, do C.F.B., o Hotel Términus (o melhor da Província durante largos anos), acapela da N. S. da Arrábida. O “Boletim da Agência Geral das Colónias” de 1925 não tem pejo em afirmar que “o Lobito é a mais bela cidade desta costa”. E explica que tal se deve a três factores: “Excelência do seu pôrto; Ser testa da linha do C.F.B; Riqueza da ‘bacia económica’, ou seja o conjunto das regiões cujas vias de comunicação para o litoral devem ter a sua testa no Lobito.”Efectivamente, nessa altura a ponte-cais já possuía 225 m de muro acostável, comportando os maiores paquetes do mundo, sendo igualmente porta marítima de todo o vastíssimo planalto central de Angola, compreendendo as riquíssimas zonas do Huambo, Bié, Moxico. Mas não era só uma “gare” marítima do interior da colónia, era também o porto natural de uma grande parte da África Austral, e o mais económico para as comunicações entre as minas de cobre do Catanga (Congo Belga) e os portos da Europa. Em 1929, o C.F.B. atingiu finalmente a fronteira do Congo Belga. Em território angolano a linha ficou com 1347 km. Agora o porto do Lobito, mais económico por ser muito mais perto da Europa, já podia substituir os da Beira e do Cabo no escoamento do minério. O aumento do número de passageiros do comboio é impressionante: em 1908 é de 25.957 para passar, em 1926, a ser de 233.865. O jornalista Julião Quintinha, em África Misteriosa, não deixou de registar este enorme progresso: “(...) esta nova cidade marítima do Lobito, entre palmeiras, elegantes avenidas, chalets, pequeninos palácios, mimosos jardins orvalhados, e paquetes arrumados à terra, deu-me a sensação daqueles postais ilustrados que reproduzem magníficos portos estrangeiros - qualquer coisa de aguarela muito fresca e azul, com sabor salino, cheiro a carvão e ambiente cosmopolita (...)”Mais adiante, descreve: “Primeiro o Lobito velho de casebres derrubados onde se acoitam mendigos e pretos ladrões; depois, sucessivamente, o Mangal com salgueiros encharcados; o bairro indígena, de palhotas em fila por onde os negros gritam, pulam ou tombam a descansar; as construções do Porto, Caminho de Ferro, oficinas, residências operárias; grandes armazéns alfandegários, um pequeno posto aduaneiro enfeitado a trepadeiras, guardado por soldados negros, descalços, vestidos de caki; ruas comerciais onde passam comboios com vagões carregados de mercadorias, moradias ajardinadas de ar estrangeiro e feliz; e o palácio do govêrno, com parque e court de tennis, entre krotonos e roseiras.”No fim dos anos 40 rasgaram-se grandes avenidas: Duplo Centenário, Império, Marechal Carmona, Marginal do Atlântico, D. Maria II. Iniciaram-se trabalhos de jardinagem e o primeiro arranjo das praças Salazar, Camões e Infante D. Henrique. Começaram-se a desenhar os principais bairros: a Restinga, o mais chique, exclusivamente residencial, com espaçosas moradias que ora dão para o Atlântico, ora para a baía. Com 3 km de extensão e em alguns sítios nem 300 m de largura, era um autêntico jardim emergido do mar. Dizia-se que até as palmas das palmeiras batiam palmas à sua beleza. O único senão era quando o mar galgava tudo em tempo de cheias; o Bairro Central ou Comercial alternava esta actividade com as residências, aqui ficava também o porto e todas as suas dependências, a estação terminal do Caminho de Ferro de Benguela, a Câmara Municipal, os Correios, o Hotel Términus e o Mercado Municipal; mais à frente, no caminho para Benguela, já fora da zona portuária e de construção mais recente, situava-se o Bairro do Compão, uma zona reservada à classe menos abastada; com características idênticas, talvez um pouco mais comercial, surgia o Bairro da Caponte; mesmo em frente à restinga, do outro lado do porto, ficava a habitação reservada aos indígenas, conhecida pela Canata. Aqui, embora já houvesse construções de alvenaria, predominava ainda o caniço e o zinco.Na dobragem da década de 50 o Lobito “cosmopolitou-se” definitivamente. Para dar resposta ao constante apelo dos seus habitantes e visitantes, cujo número não parava de aumentar, sofisticou o comércio cada vez mais intenso nas três ruas que envolviam o Mercado Municipal, que se viu em pouco tempo completamente rodeado de requintadas lojas a fazer lembrar o portuense Bulhão. Surgiram novos hotéis. Nos arredores incrementou-se a indústria. A actividade portuária conhece um desenvolvimento sem precedentes. E com a Guerra da Secessão do Catanga, no ex-Congo Belga, o porto do Lobito ganhou ainda mais movimento. Nesta altura o total de minérios escoados rondava as 500 mil toneladas por ano. Tinha um movimento semelhante ao de Leixões, só sendo ultrapassado, quanto à tonelagem, pelo de Lisboa, Lourenço Marques e Beira. Do Lobito saía também milho, cimentos, plásticos, zincos, sisal, óleos e açúcares. Eduardo Fernando de Matos, no seu livro Viagem por terras de África, chegou mesmo a afirmar: “(...) Comparando este porto ao de Luanda, temos a impressão de que é o Lobito e não Luanda a capital da colónia. Porém, Luanda, como cidade, é muito superior.”De 1952 a 1962 a população branca da cidade subiu 150%. O Anuário de Angola de 1962-63 regista 6500 europeus, 420 mestiços e 25000 negros. E nos últimos tempos do colonialismo (1974), a cidade rasava os 100 mil habitantes, dos quais 30 mil eram brancos. Não havia dúvida que era a urbe da colónia que registava maior crescimento a todos os níveis, e, se assim continuasse, facilmente ultrapassaria capital do Distrito, a histórica Benguela.Agora, a população jovem da cidade demandava diversões e entretimentos. Ficaram célebres as sessões de cinema no Cine-Esplanada do Jardim Flamingo, lá para os lados do Compão. Debaixo de uma gigantesca pala de betão,construída pelo engenheiro Edgar Cardoso, crianças, jovens e senhores respeitados abrigavam-se do sol e da chuva deleitando-se com os últimos sucessos de bilheteira. Era sobretudo um ambiente informal e descontraído, permitindo uma mobilidade jamais consentida no velho e pesado Cine-Imperium. Na época de Natal, a fachada do Mercado Municipal cobria-se de luzes e na Praça D. Carlos erguia-se uma enorme árvore profusamente iluminada.O Carnaval tinha fama de ser o melhor de Angola. Ficaram célebres os seus desfiles na Praça Salazar. Aqui, em frente da Câmara Municipal e sob decorativa calçada portuguesa – esta praça pretendia assemelhar-se ao Terreiro do Paço, não faltando sequer o cais das colunas – tinham lugar também as marchas dos santos populares, em que os diferentes bairros competiam em função da originalidade dos trajes e da dança."
Por ter achado muito interessante a história e querer compartilhar com todos os meus leitores, cá fica o link para a História da Cidade do Lobito e a própria história também.
"Durante mais de 300 anos o Lobito e a sua baía foram totalmente ignorados pela Administração Portuguesa. No início do nosso século, quando a povoação se tornou testa do Caminho de Ferro deBenguela e o principal porto de Angola, conheceu um desenvolvimento sem paralelo na colónia. Tanto assim que aquando da Independência, em 1975, o Lobito era, sem dúvida, a mais promissora das cidades portuguesas do Ultramar.
Não há quem tenha conhecido o Lobito que não reproduza, quase automaticamente, a frase assaz repetida nos folhetos turísticos da colónia nos anos 60: “A Sala de visitas de Angola.” E, se uma sala de visitas mostra o que há de melhor numa casa, então à cidade do Lobito, em relação a Angola, o epíteto assenta como uma luva. A urbe era arejada, limpa, modernamente traçada, com uma restinga de areia que se prolongava por mais de 3 km, toda ela bordada de viçosas e floridas moradias, que dividiam o mar alto do remanso da baía de águas tão tranquilas como uma piscina. O jornalista Julião Quintinha, em África Misteriosa, chama-lhe “(...) cidadezinha-cromo, cidade azul, quasi flutuante, que o mar beija e namora com perigoso amor”. O jornal O Lobito, o único título que ainda hoje resta da nossa imprensa colonial, refere a cidade como “uma estrofe d’Os Lusíadas, escrita por todos nós, numa estreita restinga de areia, sob a inspiração do mar”.Todavia, por estranho que possa parecer, a cidade do Lobito é das mais recentes na colonização portuguesa de Angola. Durante 300 anos ninguém ligou nenhuma àquele couto de corsários e contrabandistas. Nesses longos anos todo o movimento passou pela vizinha e histórica Benguela, a 30 km dali. Esta sim, prosperou e tornou-se a segunda da colónia.Diversas explicações há para justificar a tardia ocupação da baía do Lobito: há quem diga que os primeiros navegadores a terão passado sem dela fazerem reparo devido à grande restinga que a oculta; outros argumentam que terá sido a falta de água potável; estudiosos dizem também que é fácil passar a 4 milhas da baía sem a ver. O que se sabe é que no início do século XVII, Manuel Cerveira Pereira recebera ordens para navegar para sul e fundar uma cidade quando encontrasse uma baía. Foi assim que, em Maio de 1617, nasceu Benguela.A letargia atravessada pelo Lobito foi tal que só no fim do século XVIII passa a ter este nome, porque até aí o assentamento era conhecido, para se distinguir da Catumbela propriamente dita, por Catumbela da Água Salgada ou Catumbela das Ostras. Só depois da fundação da caieira de mariscos é que o Lobito entra para a história da ocupação do Reino de Benguela. O escritor Ralph Delgado, num apontamento sobre a história do Lobito, refere-se-lhe: “Baía abrigada e prenhe de matagais marinhos de caprichoso efeito (os mangais), onde se escondiam, à vontade, navios de contrabando, foi ela lugar de eleição para descaminho de direitos, a despeito das medidas adoptadas por Benguela, que destacara, para lá, um soldado com funções de cabo, a fim de dirigir os serviços da preparação da cal (...) Dentro destas duas serventias (fornecimento da cal, de ostras e de mangues e embarques abusivos sem despacho) o Lobito evolucionou lentamente, com fraca sinalização do interesse despertado ao governo subalterno de S. Filipe.” Foi curiosa a criação do Lobito. Nasceu a pedido de alguns moradores de Benguela, cansados com as baixas causadas pela insalubridade desta. E foi tal a vontade de o fazer que num ápice subscreveram 31 contos de réis para auxiliarem as despesas de transferência. Deste modo, em 1842, ainda antes da portaria régia aprovar a transferência, iniciou-se no Lobito a construção de um forte e do palácio do Governo, com fundos dos benguelenses e mão-de-obra escrava dos seus moradores. Quando, em Março de 1843, D. Maria II aprova o nascimento da cidade do Lobito, mais não havia que alguns barracões e uma plantação de coqueiros para consolidação da restinga de areia. Contudo, os interesses enraizados às pantanosas margens do Coringe, a carência de fundos e o esquecimento das epidemias – havia alguns anos que aquelas não fustigavam Benguela – adormeceram o ambicioso projecto, caindo o consentimento real na poeira dos arquivos sob a indiferença dos Chefes de Distrito. De tal forma que em 1853, quando o Lobito foi assaltado por uma quadrilha de gentio armado, apenas existiam escassas e insignificantes casas ligadas ao precário fabrico de cal das suas ostras. Em 1888 foi criado um posto fiscal, que foi confiado ao velho José Maria dos Santos, então o único branco que ali residia há mais de 30 anos.Efectivamente, a baía do Lobito só começou a atrair as atenções mesmo nos fins do século XIX, quando o comércio da borracha atingiu o seu zénite. O volume de transacções começou a reclamar um ancoradouro maior que o de Benguela, com capacidade somente para pequenas cargas. Foi assim que se começou a aproveitar as condições naturais da antiga Catumbela das Ostras. Mas foi só nos alvores do presente século (1902), com o início da construção do Caminho de Ferro de Benguela, que o Lobito saiu do marasmo em que esteve mergulhado durante mais de 300 anos. Com a concessão do caminho-de-ferro dada ao inglês Robert Williams, a cidade lançou definitivamente os seus alicerces, num combate quotidiano contra o pântano. Em menos de 20 anos o Lobito passava de uma baía abandonada coberta de mangal para uma cidade moderna, testa do Caminho de Ferro de Benguela e possuindo um moderno porto. Nestes anos aterraram-se pântanos, iniciou-se a construção do mercado, ergueu-se a ponte na Estrada Lobito-Benguela, levantou-se o edifício dos correios, do C.F.B., o Hotel Términus (o melhor da Província durante largos anos), acapela da N. S. da Arrábida. O “Boletim da Agência Geral das Colónias” de 1925 não tem pejo em afirmar que “o Lobito é a mais bela cidade desta costa”. E explica que tal se deve a três factores: “Excelência do seu pôrto; Ser testa da linha do C.F.B; Riqueza da ‘bacia económica’, ou seja o conjunto das regiões cujas vias de comunicação para o litoral devem ter a sua testa no Lobito.”Efectivamente, nessa altura a ponte-cais já possuía 225 m de muro acostável, comportando os maiores paquetes do mundo, sendo igualmente porta marítima de todo o vastíssimo planalto central de Angola, compreendendo as riquíssimas zonas do Huambo, Bié, Moxico. Mas não era só uma “gare” marítima do interior da colónia, era também o porto natural de uma grande parte da África Austral, e o mais económico para as comunicações entre as minas de cobre do Catanga (Congo Belga) e os portos da Europa. Em 1929, o C.F.B. atingiu finalmente a fronteira do Congo Belga. Em território angolano a linha ficou com 1347 km. Agora o porto do Lobito, mais económico por ser muito mais perto da Europa, já podia substituir os da Beira e do Cabo no escoamento do minério. O aumento do número de passageiros do comboio é impressionante: em 1908 é de 25.957 para passar, em 1926, a ser de 233.865. O jornalista Julião Quintinha, em África Misteriosa, não deixou de registar este enorme progresso: “(...) esta nova cidade marítima do Lobito, entre palmeiras, elegantes avenidas, chalets, pequeninos palácios, mimosos jardins orvalhados, e paquetes arrumados à terra, deu-me a sensação daqueles postais ilustrados que reproduzem magníficos portos estrangeiros - qualquer coisa de aguarela muito fresca e azul, com sabor salino, cheiro a carvão e ambiente cosmopolita (...)”Mais adiante, descreve: “Primeiro o Lobito velho de casebres derrubados onde se acoitam mendigos e pretos ladrões; depois, sucessivamente, o Mangal com salgueiros encharcados; o bairro indígena, de palhotas em fila por onde os negros gritam, pulam ou tombam a descansar; as construções do Porto, Caminho de Ferro, oficinas, residências operárias; grandes armazéns alfandegários, um pequeno posto aduaneiro enfeitado a trepadeiras, guardado por soldados negros, descalços, vestidos de caki; ruas comerciais onde passam comboios com vagões carregados de mercadorias, moradias ajardinadas de ar estrangeiro e feliz; e o palácio do govêrno, com parque e court de tennis, entre krotonos e roseiras.”No fim dos anos 40 rasgaram-se grandes avenidas: Duplo Centenário, Império, Marechal Carmona, Marginal do Atlântico, D. Maria II. Iniciaram-se trabalhos de jardinagem e o primeiro arranjo das praças Salazar, Camões e Infante D. Henrique. Começaram-se a desenhar os principais bairros: a Restinga, o mais chique, exclusivamente residencial, com espaçosas moradias que ora dão para o Atlântico, ora para a baía. Com 3 km de extensão e em alguns sítios nem 300 m de largura, era um autêntico jardim emergido do mar. Dizia-se que até as palmas das palmeiras batiam palmas à sua beleza. O único senão era quando o mar galgava tudo em tempo de cheias; o Bairro Central ou Comercial alternava esta actividade com as residências, aqui ficava também o porto e todas as suas dependências, a estação terminal do Caminho de Ferro de Benguela, a Câmara Municipal, os Correios, o Hotel Términus e o Mercado Municipal; mais à frente, no caminho para Benguela, já fora da zona portuária e de construção mais recente, situava-se o Bairro do Compão, uma zona reservada à classe menos abastada; com características idênticas, talvez um pouco mais comercial, surgia o Bairro da Caponte; mesmo em frente à restinga, do outro lado do porto, ficava a habitação reservada aos indígenas, conhecida pela Canata. Aqui, embora já houvesse construções de alvenaria, predominava ainda o caniço e o zinco.Na dobragem da década de 50 o Lobito “cosmopolitou-se” definitivamente. Para dar resposta ao constante apelo dos seus habitantes e visitantes, cujo número não parava de aumentar, sofisticou o comércio cada vez mais intenso nas três ruas que envolviam o Mercado Municipal, que se viu em pouco tempo completamente rodeado de requintadas lojas a fazer lembrar o portuense Bulhão. Surgiram novos hotéis. Nos arredores incrementou-se a indústria. A actividade portuária conhece um desenvolvimento sem precedentes. E com a Guerra da Secessão do Catanga, no ex-Congo Belga, o porto do Lobito ganhou ainda mais movimento. Nesta altura o total de minérios escoados rondava as 500 mil toneladas por ano. Tinha um movimento semelhante ao de Leixões, só sendo ultrapassado, quanto à tonelagem, pelo de Lisboa, Lourenço Marques e Beira. Do Lobito saía também milho, cimentos, plásticos, zincos, sisal, óleos e açúcares. Eduardo Fernando de Matos, no seu livro Viagem por terras de África, chegou mesmo a afirmar: “(...) Comparando este porto ao de Luanda, temos a impressão de que é o Lobito e não Luanda a capital da colónia. Porém, Luanda, como cidade, é muito superior.”De 1952 a 1962 a população branca da cidade subiu 150%. O Anuário de Angola de 1962-63 regista 6500 europeus, 420 mestiços e 25000 negros. E nos últimos tempos do colonialismo (1974), a cidade rasava os 100 mil habitantes, dos quais 30 mil eram brancos. Não havia dúvida que era a urbe da colónia que registava maior crescimento a todos os níveis, e, se assim continuasse, facilmente ultrapassaria capital do Distrito, a histórica Benguela.Agora, a população jovem da cidade demandava diversões e entretimentos. Ficaram célebres as sessões de cinema no Cine-Esplanada do Jardim Flamingo, lá para os lados do Compão. Debaixo de uma gigantesca pala de betão,construída pelo engenheiro Edgar Cardoso, crianças, jovens e senhores respeitados abrigavam-se do sol e da chuva deleitando-se com os últimos sucessos de bilheteira. Era sobretudo um ambiente informal e descontraído, permitindo uma mobilidade jamais consentida no velho e pesado Cine-Imperium. Na época de Natal, a fachada do Mercado Municipal cobria-se de luzes e na Praça D. Carlos erguia-se uma enorme árvore profusamente iluminada.O Carnaval tinha fama de ser o melhor de Angola. Ficaram célebres os seus desfiles na Praça Salazar. Aqui, em frente da Câmara Municipal e sob decorativa calçada portuguesa – esta praça pretendia assemelhar-se ao Terreiro do Paço, não faltando sequer o cais das colunas – tinham lugar também as marchas dos santos populares, em que os diferentes bairros competiam em função da originalidade dos trajes e da dança."
1 semana!
Está quase. Não é que não esteja a gostar de estar em Angola, porque estou, quer pessoalmente, quer profissionalmente.
Mas a saudade, essa palavra que alguém já disse só existir na lingua e alma portuguesa, a saudade de quem não veio, essa leva-nos a contar os dias, as horas, os minutos até, pelo momento de estarmos outra vez com os nossos, em casa!
Porque a nossa casa, mais do que o nosso país ou a nossa cidade, é o local onde estão aqueles que amamos. E sábado que vem, espero eu, eu estarei lá...
Mas a saudade, essa palavra que alguém já disse só existir na lingua e alma portuguesa, a saudade de quem não veio, essa leva-nos a contar os dias, as horas, os minutos até, pelo momento de estarmos outra vez com os nossos, em casa!
Porque a nossa casa, mais do que o nosso país ou a nossa cidade, é o local onde estão aqueles que amamos. E sábado que vem, espero eu, eu estarei lá...
2006/12/08
7 Maravilhas de Portugal
É dificil escolher apenas 7! Há tantas...
Primeiro, a lista de 21 escolhidas:
Castelo de Almourol
Castelo de Guimarães
Castelo de Marvão
Castelo de Óbidos
Convento de Cristo
Convento e Basílica de Mafra
Fortaleza de Sagres
Fortificações de Monsaraz
Igreja de São Francisco
Igreja e Torre dos Clérigos
Mosteiro da Batalha
Mosteiro de Alcobaça
Mosteiro de Sta Maria de Belém
Paço Ducal de Vila Viçosa
Paços da Universidade
Palácio de Mateus
Palácio Nacional da Pena
Palácio Nacional de Queluz
Ruínas de Conímbriga
Templo Romano de Évora
Torre de S. Vicente de Belém
E agora, uma primeira selecção. Os monumentos que me dizem mais pela relação de proximidade que tenho com eles:
Antigos Paços Municipais de Guimarães
Castelo de Guimarães
Igreja e Torre dos Clérigos
Igreja de São Francisco no Porto
E são apenas 3... Vou escolher mais quatro, pelos seguintes critérios: arquitectura, beleza, história e loucura.
Assim, pela arquitectura inovadora na época em que foi construída, com as suas abóbodas de arcos extremamente abatidos e toda a decoração de motivos manuelinos, o Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos).
Pela sua beleza intrinseca, a sua implantação na ilha escarpada, as suas torres e muralhas integradas no verde da paisagem e no azul das águas do Tejo pelo constraste que produzem, pela paz e tranquilidade que uma construção de guerra consegue transmitir, o Castelo de Almorol.
Pela sua ligação à história do país, à loucura que foi o último momento de grandiosidade que Portugal teve e que começou pela mentalidade empreendedora do Infante D. Henrique e da sua escola de navegação, a Fortaleza de Sagres. Por ser a última grande construção que o dinheiro da nossa epopeia marítima troixe, simbolo da loucura total de um país que gastou o que não tinha e não deixou muito mais que descendentes nas 7 partidas do mundo e hoje ainda pena por erros cometidos há séculos atrás, o Convento e Basílica de Mafra.
E pronto, escolhas feitas... Resta-me votar. Em 7 Maravilhas.
Primeiro, a lista de 21 escolhidas:
Castelo de Almourol
Castelo de Guimarães
Castelo de Marvão
Castelo de Óbidos
Convento de Cristo
Convento e Basílica de Mafra
Fortaleza de Sagres
Fortificações de Monsaraz
Igreja de São Francisco
Igreja e Torre dos Clérigos
Mosteiro da Batalha
Mosteiro de Alcobaça
Mosteiro de Sta Maria de Belém
Paço Ducal de Vila Viçosa
Paços da Universidade
Palácio de Mateus
Palácio Nacional da Pena
Palácio Nacional de Queluz
Ruínas de Conímbriga
Templo Romano de Évora
Torre de S. Vicente de Belém
E agora, uma primeira selecção. Os monumentos que me dizem mais pela relação de proximidade que tenho com eles:
Antigos Paços Municipais de Guimarães
Castelo de Guimarães
Igreja e Torre dos Clérigos
Igreja de São Francisco no Porto
E são apenas 3... Vou escolher mais quatro, pelos seguintes critérios: arquitectura, beleza, história e loucura.
Assim, pela arquitectura inovadora na época em que foi construída, com as suas abóbodas de arcos extremamente abatidos e toda a decoração de motivos manuelinos, o Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos).
Pela sua beleza intrinseca, a sua implantação na ilha escarpada, as suas torres e muralhas integradas no verde da paisagem e no azul das águas do Tejo pelo constraste que produzem, pela paz e tranquilidade que uma construção de guerra consegue transmitir, o Castelo de Almorol.
Pela sua ligação à história do país, à loucura que foi o último momento de grandiosidade que Portugal teve e que começou pela mentalidade empreendedora do Infante D. Henrique e da sua escola de navegação, a Fortaleza de Sagres. Por ser a última grande construção que o dinheiro da nossa epopeia marítima troixe, simbolo da loucura total de um país que gastou o que não tinha e não deixou muito mais que descendentes nas 7 partidas do mundo e hoje ainda pena por erros cometidos há séculos atrás, o Convento e Basílica de Mafra.
E pronto, escolhas feitas... Resta-me votar. Em 7 Maravilhas.
2006/12/07
Furacão, a operação!
Que se pode dizer dela?... Que está a combater o crime económico e de colarinho? Talvez. Que está a criar condições para mais empresas fecharem e mudarem-se para outros países e locais? Quase de certeza. Que como quase sempre nada vai mudar e tudo deverá continuar como antes? De certeza quase absoluta...
O que é facto é que todas essas noticias, como a "Operação Furacão", apenas servem para minar o clima de confiança dos empresários e dos investidores. Como o IVA altíssimo que temos. Ou a alta taxa de IRC. Que são a causa maior da evasão fiscal que a "Operação Furacão" pretende combater. Mas que são também causa da diminuição do investimento no último trimestre, segundo o telejornais hoje noticiaram entre directos do Porto do Congresso dos Partidos Socialistas europeus e o dopping do Nuno Assis...
Talvez por isso é que cada vez mais portugueses e cada vez mais empresas portuguesas procuram mercados como Angola e abandonam, lenta e gradualmente, a velha Europa e o decrépito Portugal que construímos nas últimas décadas. Portugal esse que continua a envergonhar-se e envergonhar-nos por nem sequer conseguir levar à barra dos tribunais o caso "Sá Carneiro" quando há cada vez mais e mais consistentes dados que houve, de facto, um atentado contra a vida do homem que teve razão antes do tempo, que poderia ter mudado para melhor um pouco o Portugal que hoje temos!
Estou cada vez mais triste e desolado com Portugal e com os governantes de Portugal!
Cada vez mais olho com tristeza para o país que herdei do meu pai e do meu avô. Este não é o país que eu queria para mim, que eu aprendi a amar e colocar acima de tudo o resto. Um país de oportunidades perdidas. De jeitosos a remediarem o que outros jeitosos não souberam construir. Um país de gente que se acomoda e vive do pai-Estado que dá emprego, segurança social, reforma, saúde e ensino tendencialmente gratuíto, subsisdios para tudo e para nada... Mas com cada vez mais velhos, com cada vez mais pobres, com cada vez mais desempregados... Mas com cada vez menos poder de compra, com cada vez menos nascimentos, com cada vez menos Portugal...
Já cantava o Jorge Palma há muitos anos atrás:
O que é facto é que todas essas noticias, como a "Operação Furacão", apenas servem para minar o clima de confiança dos empresários e dos investidores. Como o IVA altíssimo que temos. Ou a alta taxa de IRC. Que são a causa maior da evasão fiscal que a "Operação Furacão" pretende combater. Mas que são também causa da diminuição do investimento no último trimestre, segundo o telejornais hoje noticiaram entre directos do Porto do Congresso dos Partidos Socialistas europeus e o dopping do Nuno Assis...
Talvez por isso é que cada vez mais portugueses e cada vez mais empresas portuguesas procuram mercados como Angola e abandonam, lenta e gradualmente, a velha Europa e o decrépito Portugal que construímos nas últimas décadas. Portugal esse que continua a envergonhar-se e envergonhar-nos por nem sequer conseguir levar à barra dos tribunais o caso "Sá Carneiro" quando há cada vez mais e mais consistentes dados que houve, de facto, um atentado contra a vida do homem que teve razão antes do tempo, que poderia ter mudado para melhor um pouco o Portugal que hoje temos!
Estou cada vez mais triste e desolado com Portugal e com os governantes de Portugal!
Cada vez mais olho com tristeza para o país que herdei do meu pai e do meu avô. Este não é o país que eu queria para mim, que eu aprendi a amar e colocar acima de tudo o resto. Um país de oportunidades perdidas. De jeitosos a remediarem o que outros jeitosos não souberam construir. Um país de gente que se acomoda e vive do pai-Estado que dá emprego, segurança social, reforma, saúde e ensino tendencialmente gratuíto, subsisdios para tudo e para nada... Mas com cada vez mais velhos, com cada vez mais pobres, com cada vez mais desempregados... Mas com cada vez menos poder de compra, com cada vez menos nascimentos, com cada vez menos Portugal...
Já cantava o Jorge Palma há muitos anos atrás:
"Ai, Portugal, Portugal,
De que é que estás à espera?
Tens um pé numa galera,
E outro no fundo do mar!
Ai, Portugal, Portugal,
Enquanto ficares à espera,
Ninguém te pode ajudar!"
2006/12/06
10
Número mágico, redondo, dos grandes jogadores e mistico por ser o primeiro de dois dígitos no nosso sistema decimal... 10 são tambem os dias que faltam para o regresso, também ele mágico como todos os regressos, o redescobrir o que ficou e o que mudou...
Está quase, o Natal está no ar...
Está quase, o Natal está no ar...
2006/12/05
Hoje, Sporting, amanhã, FC Porto
Neste duplo embate da Liga dos Campeões, diferentes coisas estão em jogo. O Sporting hoje joga a continuidade na Taça Uefa, o FC Porto amanhã tendo assegurado a Uefa vai tentar os oitavos de final da Liga dos Campeões, bastando-lhe para tanto um empate.
Espero que consigam ambos os seus objectivos. Gostava de estar no Dragão amanhã para ver o FC Porto e, porque não dizer, o Arsenal também que tem alguns dos melhores jogadores da actualidade como o Henry, por exemplo.
Para quem gosta de futebol, é (quase) sempre um regalo para os olhos ver jogadores deste calibre actuarem no mais bonito estádio que conheço.
Esperançado em ver também bons espectáculos e mais ainda por saber que os lesionados do FC Porto no embate com o Boavista estão todos aptos para amanhã, espero sinceramente que consigam ambos a vitória para juntarem mais pontos ao pecúlio das equipas luso-marroquinas na UEFA... :)
Espero que consigam ambos os seus objectivos. Gostava de estar no Dragão amanhã para ver o FC Porto e, porque não dizer, o Arsenal também que tem alguns dos melhores jogadores da actualidade como o Henry, por exemplo.
Para quem gosta de futebol, é (quase) sempre um regalo para os olhos ver jogadores deste calibre actuarem no mais bonito estádio que conheço.
Esperançado em ver também bons espectáculos e mais ainda por saber que os lesionados do FC Porto no embate com o Boavista estão todos aptos para amanhã, espero sinceramente que consigam ambos a vitória para juntarem mais pontos ao pecúlio das equipas luso-marroquinas na UEFA... :)
2006/12/04
Pensamento do dia
Quando tantos têm de procurar entre quem ontem não quis ser Portugal aquilo que o Portugal de hoje não oferece, não nos devemos perguntar se valeu a pena 800 anos de construção de Portugal?
2006/12/03
Parabéns, Mariana, primita linda
2006/12/02
Angola 7 - Encontro de culturas
Cada vez mais o mundo é um espaço pequeno onde em qualquer local as culturas se encontram.
Lobito, Angola, Dezembro de 2006. Três arquitectos reunem-se por causa de uma obra. Um português, um angolano e um moçambicano. A lusofonia que anda no mundo. Um português formado em Portugal a trabalhar em Angola. Um angolano formado na Rússia a trabalhar em Angola. Um moçambicano formado em Moçambique a trabalhar em Angola. Ponto comum, a lingua que Camões celebrizou.
A troca de culturas acontece com naturalidade, o português que está a ler o "Equador" do Miguel Sousa Tavares, o angolano que contrapõe "A Gloriosa Familia" do Pepetela e o moçambicano que fala com orgulho do seu Mia Couto.
As histórias da História dos Reinos de N'Gola, de Mussa Al Bique (perdoem-me o grafismo que não sei se é o mais correcto) e de Portugal e dos Algarves que se desfiam e encontram pontos comuns, 500 anos depois, ainda e sempre!
Três países, uma identidade comum, uma profissão comum. Foi bom, promete repetir-se na amizade da "kizomba" angolana, os "kambas" voltarão a encontrar-se e a partilhar culturas e ideias que afinal não são de um, mas de todos!
Lobito, Angola, Dezembro de 2006. Três arquitectos reunem-se por causa de uma obra. Um português, um angolano e um moçambicano. A lusofonia que anda no mundo. Um português formado em Portugal a trabalhar em Angola. Um angolano formado na Rússia a trabalhar em Angola. Um moçambicano formado em Moçambique a trabalhar em Angola. Ponto comum, a lingua que Camões celebrizou.
A troca de culturas acontece com naturalidade, o português que está a ler o "Equador" do Miguel Sousa Tavares, o angolano que contrapõe "A Gloriosa Familia" do Pepetela e o moçambicano que fala com orgulho do seu Mia Couto.
As histórias da História dos Reinos de N'Gola, de Mussa Al Bique (perdoem-me o grafismo que não sei se é o mais correcto) e de Portugal e dos Algarves que se desfiam e encontram pontos comuns, 500 anos depois, ainda e sempre!
Três países, uma identidade comum, uma profissão comum. Foi bom, promete repetir-se na amizade da "kizomba" angolana, os "kambas" voltarão a encontrar-se e a partilhar culturas e ideias que afinal não são de um, mas de todos!
Faltam 2 semanas...
O count-down regressivo continua rápido, pelo menos para mim o tempo está a passar depressa, mais um semana de muito trabalho se completou... Ainda ontem me dizia o fiscal da obra, um arquitecto moçambicano muito simpático chamado Samuel Lopes que estava muito cansado porque o meu ritmo é muito elevado! E defacto, vendo bem as coisas, 10 horas de reunião apenas interrompidas para um breve almoço é dose...
Mas o que interessa é que as coisas correm bem, as dúvidas estão a ser ultrapassadas e com toda a certeza teremos no final uma obra da qual todos nos poderemos orgulhar - projectista, construtor e dono da obra!
E faltam 14 dias para o meu regresso. Já estamos em Dezembro...
Mas o que interessa é que as coisas correm bem, as dúvidas estão a ser ultrapassadas e com toda a certeza teremos no final uma obra da qual todos nos poderemos orgulhar - projectista, construtor e dono da obra!
E faltam 14 dias para o meu regresso. Já estamos em Dezembro...
2006/12/01
Stauch Vorster
Este é o nome do gabinete de arquitectos autor do projecto de remodelação do edificio do BNA do Lobito.
É um gabinete sul-africano, com muitos funcionários e já muita experiência, visto que tem projectos desde pelo menos os anos 70.
Tem um trabalho interessante, como se pode atestar na página da internet, e perfeitamente integrado dentro dos parametros das modernas tendências arquitectónicas e urbanisticas.
Quanto ao projecto do BNA-Lobito, sabendo que é extremamente complexo quer por causa da especificidade de ser um banco (com projectos que normalmente não existem), quer por causa da dimensão (8 pisos, mais de 2500 m2 área de pavimento), quer por ser uma recuperação de um edifício existente nunca concluído, está a ser rectificado ainda em conjunto com o dono da obra e com o construtor de forma a optimizar os recursos da construção e utilização desta obra.
Claro que nem sempre tomaria as mesmas opções, não haverá porventura no mundo dois arquitectos que pensem da mesma forma em resolver um problema. Mas na globalidade parece-me bem conseguida a remodelação, atendendo às alterações que agora estão a ser introduzidas com o apoio de um arquitecto sul-africano que colocaram na obra para apoiar e fiscalizar nesta fase de arranque a mesma.
A visitar em www.svarchitects.com.
É um gabinete sul-africano, com muitos funcionários e já muita experiência, visto que tem projectos desde pelo menos os anos 70.
Tem um trabalho interessante, como se pode atestar na página da internet, e perfeitamente integrado dentro dos parametros das modernas tendências arquitectónicas e urbanisticas.
Quanto ao projecto do BNA-Lobito, sabendo que é extremamente complexo quer por causa da especificidade de ser um banco (com projectos que normalmente não existem), quer por causa da dimensão (8 pisos, mais de 2500 m2 área de pavimento), quer por ser uma recuperação de um edifício existente nunca concluído, está a ser rectificado ainda em conjunto com o dono da obra e com o construtor de forma a optimizar os recursos da construção e utilização desta obra.
Claro que nem sempre tomaria as mesmas opções, não haverá porventura no mundo dois arquitectos que pensem da mesma forma em resolver um problema. Mas na globalidade parece-me bem conseguida a remodelação, atendendo às alterações que agora estão a ser introduzidas com o apoio de um arquitecto sul-africano que colocaram na obra para apoiar e fiscalizar nesta fase de arranque a mesma.
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