Alucinante foi a mensagem de Natal do primeiro-ministro, entusiasmado talvez com o bacalhau e o cheiro ao leite creme e às rabanadas, talvez delirante com um copo de Porto de aperitivo, e desfiou um rol de banalidades e palavras ocas e carragadas de espirito natalicio, tão falso como o Pai Natal e as renas que vão com o coelho no comboio ao circo.
As reformas, como ainda hoje diz muito bem o José Miguel Júdice no Público, ainda não aconteceram, ainda não passam de fanfarras de bombos a anunciar um futuro radioso!
A economia continua a crescer menos que a inflação - ou seja, não crece, diminui!
Os portugueses, como eu, continuam a ter de procurar no estrangeiro a segurança financeira-laboral que em Portugal não encontram. Em 4 anos, de 2002 a 2005, passamos de pouco mais de 20 mil emigrantes anuais para quase 30 mil. E ainda não há números deste ano de 2006, que acredito serem bem superiores aos 30 mil...
Já aqui o escrevi uma vez. Se em 800 anos de construção de Portugal ainda hoje a cada 4 anos 1% da população tem de sair do país, se hoje entre 5 a 10 milhões de portugueses habitam e trabalham fora de Portugal, será que valeu a pena e foi bem feito tudo o que fizeram os nossos antepassados?
Cada vez acredito mais que não, e acredito que estes últimos 30 anos foram dos píores da nossa história. Porque tivemos várias vezes grandes oportunidades de crescer, melhorar, evoluir. Mas analisando bem, continuamos quase na mesma, nalgumas coisas como o civismo regredimos mesmo. Foram 30 anos perdidos, foi a revolução que se perdeu, foi a entrada na então CEE que se perdeu, foi a entrada na Moeda Única que se perdeu. Foram gerações de políticos que tanto prometeram mas apenas mais nos afundaram.
E tudo isso, naquele discurso alucinado, se juntou na pessoa do primeiro-ministro.
P'ró Diabo que o carregue ele e o governo dele e os anteriores do Lopes, do Guterres e de outros que tais. Enfim, dia 5 regresso a Angola que sei ser de facto um país do 3º mundo mas que sabe reconhecer quem lá tenta ajudar a progredir o país para um caminho que se calhar não tardará tantas gerações quanto isso, será melhor e mais forte que o nosso.
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