2007/06/23

Linha de Rumo: Angola (IV)

A Alimentação


Neste 4º capitulo vou falar sobre a alimentação. Que no meu caso era um dos meus maiores problemas quando ponderei (e aceitei) vir para cá, de tão esquisito com as comidas como sou!

Mas, ao contrário do que temi, não tive qualquer problema. Como comidas como em Portugal, seja o “nosso” cozido à portuguesa, prato tradicional do almoço de domingo, sejam outros como fígado de cebolada, jardineira, lombo assado, frango assado, esparguete com carne guisada, lasanha, croquetes, picanha, feijoadas variadas, tripas (bem, estas duas últimas não como porque não gosto, mas estão à disposição de quem gosta e quiser) … Para além disso, encontra-se algum peixe local, como as mariquitas e as sardinhas angolanas, muito maiores e mais secas que em Portugal, bem como o nosso bacalhau, mas este mais raramente. E eu como num restaurante, o Nónó, bem no centro de Lobito, mas também em Benguela, pois se quisesse comer em casa ainda poderia ter comida mais ao meu gosto, isto desde que tivesse tempo para ensinar a empregada a cozinhar, porque infelizmente as cozinheiras angolanas geralmente não sabem cozinhar comida portuguesa. Só as comidas locais como o funge de milho ou mandioca, o kalulu de carne ou de peixe, a moamba de galinha… Que não são más, pois já comi (não o de peixe, evidentemente…) e não vou dizer que não gostei porque iria mentir, mas não apreciei o suficiente para ficar “fã” destas iguarias angolanas.

Para além disso, é possível comer mariscos a preços inacreditáveis! O kilo da lagosta, consoante a época do ano, pode variar entre os 5 e os 10 euros! O que significa que cada vez que me vejo confrontado com lagosta para a refeição, abato sempre umas 6 no mínimo – apesar de o normal ser 7 a 8 lagostas! Camarão é usado como isco para pesca. Caranguejo é prato regular nas patuscadas…

Outro prato muito apreciado aqui é o cabrito, em particular como ensopado, mas também de cabidela e chanfana. Infelizmente para mim, apenas como assado nunca o vi cá, que é exactamente da forma que mais gosto.

Entretanto, provei esta semana garoupa, em posta grelhada com azeite e alho e batata cozida a acompanhar, e gostei! Fez-me lembrar o peixe-serra que comi em Cabo Verde. E já me prometeram fazer-me provar cherne (não, não é o José antes Durão Barroso) assim que pescarem um de tamanho apreciável, que grelhado na chapa em postas grandes depois de retirada a pele, é muito bom e quase sem espinhas, pelo que me contam.

Sobremesas são interessantes, desde as frutas locais como o ananás, a manga, a papaia e a banana – dos quais só o último vou comendo – até aos doces como o leite creme com canela, a mousse de chocolate (infelizmente a maior das vezes de pacote, mas de vez em quando lá se encontra mousse “caseira”), pudins vários, sobremesas à base de canela, leite-moça (ou leite condensado, se preferirem o nome português) ou frutas variadas, entre muitas outras coisas. Nos supermercados encontramos ainda muita fruta variada como maçã, laranja, ameixas e outras.

No capítulo das bebidas, temos Super Bock! Também há Sagres e Cristal, mas isso não agora não interessa nada, porque há Super Bock e isso é quuuuaaaase perfeito… Temos ainda bebidas do grupo Coca-Cola (cola, Sprite, Fanta’s…) e há 7.UP. Há água tónica Schweppes. Também há Yuki e Blue, gasosas produzidas em Angola e cerveja Cuca, entre outras opções… Há martini, há gin, vodka e whisky das marcas mais conhecidas. Há vinhos, muitos sul-africanos cuja qualidade é muito razoável, e portugueses, em especial do Alentejo, que são muito caros, havendo ainda Douro e Verde e até já aqui encontrei o Castiço – o vinho do leitão da Bairrada que também se pode comer em Benguela num restaurante, tal como é possível comer francesinhas muito razoáveis no restaurante do Sporting de Lobito!

Nos supermercados encontram-se bolachas da Triunfo, Vieira, LU ou bolos da Dan-Cake. Encontram-se sumos da Compal. Encontra-se manteiga dos Açores ou leite da Mimosa e Agros. Já iogurtes só os vi até agora vindos da Africa do Sul. Encontramos Nescafé clássico, gold ou descafeinado, Nesquick, Suchard ou Cola Cao. Há muitos chás, não tantos como em Portugal, mas de diversas marcas e diferentes características. Há muitas padarias com pão de muita qualidade. Há pastelarias com bolos diversos e há bolo-rei no Natal. Mais uma vez digo infelizmente, pois nunca vi o meu predilecto pão-de-ló! Toma-se café expresso em muitos sítios, mas normalmente de fraca qualidade, umas vezes devido ao café em si, outras devido à moagem utilizada. E são sempre cheios, a transbordar da chávena! Pelo que há que ter sempre a atenção de pedir café CURTO e procurar os nossos Sical ou Delta que são muito superiores ao Café Ginga!...

Posto isto, devo dizer que não estou mais gordo, antes pelo contrário – mas tal deve-se apenas ao meu ritmo de trabalho que me impede de fazer asneiras como fazia em Portugal constantemente. Porque se assim não fosse, na melhor das hipóteses estaria na mesma! Portanto, a alimentação não é um problema para quem quiser vir de Portugal para Angola.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando vieres à metrópole, e quiseres francesinhas das nacionais (que "o que é nacional é bom"), vai a BRAGA, ao Atrium Café: as melhores francesinhas do hemisfério norte