Esta semana, novo problema à vista para os portugueses em Angola.
Depois da questão das cartas de condução há umas semanas atrás (obrigado, Mantorras…) a iminente proibição pela União Europeia da TAAG em voar na Europa pode vir a causar dois incómodos graves: o aumento de dificuldade e preço em viajar de e para Portugal e a eventual proibição da TAP de voar em Angola.
O problema dos voos já é antigo, uma vez que apenas a TAAG e a TAP voam da Angola para a Europa, o que significa que não são apenas os portugueses a usarem estes voos, são também todos os outros estrangeiros como ingleses, nórdicos, espanhóis, italianos, franceses… Por norma, qualquer um dos 5 voos semanais da TAP e da TAAG (portanto 10 voos no seu total) vem e vai quase cheio, cerca de 250 pessoas por avião, cerca de 2500 pessoas em transito entre Luanda e Lisboa todas as semanas. E o bilhete custa mais de 1000 euros na classe económica! Recentemente surgiu a noticia que a TAP iria passar a ter voos diários, aumentando para 7 voos semanais a partir de Julho. Mas enquanto o espaço aéreo angolano não estiver aberto a outras companhias nem os preços baixam, nem há mais facilidade em voar para a Europa. E já agora, uma pequena dúvida: não está o aeroporto da Portela com excesso de tráfego aéreo? Então porque não passar a fazer alguns destes voos de Luanda para o Porto, uma vez que um larguíssimo contingente de portugueses são do norte? Se o fizessem com este e com outros voos, às tantas nem era preciso Ota ou Alcochete ou Rio Frio para nada…
Já sobre esta proibição especifica, hoje ouvi na rádio o vice-ministro angolano dos transportes a dizer que o principio da reciprocidade utilizado na situação das cartas de condução pode voltar a ser utilizado. O argumento é que Angola não tem nenhum acordo de aviação com a União Europeia, antes tem diversos acordos bi-laterais com alguns países da União Europeia; e se algum desses países proibir a companhia de bandeira de voar lá, Angola proibirá a companhia de bandeira desses países em voar cá… E mais não digo porque está tudo dito nas entrelinhas!
Por isso, mais uma vez, volto a apelar aos nossos governantes: preocupem-se menos com o que dizem os funcionários públicos e autores de blogs em Portugal sobre o Governo e os seus membros e preocupem-se mais em resolver estas questões de atrito que mais de 30 anos depois da independência das ex-colónias continuam a atrapalhar a vida de algumas centena de milhar de portugueses espalhados por África e que se vêm constantemente atropelados pelos erros e desgovernação dos mesmos governos de Portugal que num certo sentido são a causa primeira de eles terem deixado Portugal ao não criarem condições de vida que estes julgam fundamentais para si.
Por último, duas palavras sobre a TAAG e TAP. Sobre a TAAG não posso falar muito, uma vez que apenas voei uma vez nela, no Natal e ano novo passado. Mas gostei do serviço e não tive qualquer problema com o voo. Já sobre a TAP não posso dizer o mesmo, uma vez que conforme aqui relatei em Abril tive um gravíssimo problema no avião, que poderia ter-me custado a vida – a mim e a mais 250 passageiros e tripulantes – e sobre a reclamação que fiz, apesar das minhas tentativas, não tenho ainda qualquer resposta!
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