Esta série de programas da RTP, PRÍNCIPES DO NADA, é um verdadeiro murro no estômago de cada um de nós.
Num momento em que Portugal atravessa a mais grave crise económica de que tenho memória, ver estes programas causa-me dois tipos de revolta - um, é que nada não está tão mal que não possa piorar e o outro é perceber que às vezes é preciso tão pouco para ajudar tanto algumas comunidades.
Eu, que vivi 4 anos em Angola e pude presenciar as necessidades e carências da população local, sei bem como por vezes é repugnante ver a forma como esbanjamos dinheiro em empresas e obras públicas, em assessores e adjuntos e quejandos e que bem aplicados poderiam ajudar tanta gente.
Aliás, já me tinha apercebido disso aqui mesmo, em Portugal, quando ajudei a constituir uma IPSS, a ASCREV, cuja finalidade era realizar coisas tão simples como apoiar as crianças em ATL's e lanches nas escolas das freguesias alvo ou apoiar os mais velhos com consultas médicas, de enfermagem, de massagistas, sonho maior criar um centro de noite que acolhesse os idosos de noite e os colocasse de dia nas suas casas onde tratam das suas hortas e dos seus animais, combatendo assim o pânico nocturno típico desta camada de população. E foi sempre tão difícil conseguir dar pequenos passos, que se foram dados foi sempre à custa dos (poucos) cidadãos que quiseram participar e nunca pelas entidades públicas a quem, em última instância, caberia dar esse apoio de "Estado Social".
Parabéns à RTP e à Catarina Furtado por estes curtos mas vibrantes apontamentos.
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