Sempre me perguntei como é que sendo o Estádio D. Afonso Henriques propriedade do Vitória Sport Clube, tinha conseguido receber os apoios que os restantes estádios privados (Bessa XXI, Dragão, Luz e Alvalade XXI) não conseguiram...
Hoje, a resposta chegou nos meios de comunicação social quase todos: Público, Bola, Jogo, Rádio Santiago, Rádio Fundação, etc... Cada um apresentou a "coisa" à sua maneira, mas a resposta à minha pergunta estava lá: com as famosas CHICO-ESPERTICES do executivo camarário de Guimarães!
Ainda me lembro da proposta do VSC assumindo a construção de um novo estádio nos arredores da cidade, na Cidade Desportiva, que beneficiaria de óptimos acessos e localização desafogada, integrando-se naquela zona que a autarquia definiu como um novo parque da cidade. Apenas pedia o uso (cedência) de um terreno e que no local onde actualmente se situa o estádio a CMG viabilizasse uma operação urbanistica que pagaria, integralmente, o novo estádio! Novidades: nenhuma! Afinal, este foi o modelo utilizado pelos vizinhos bracarenses (integração do estádio no parque desportivo da cidade) e pelos 3 maiores clubes nacionais nas cidades de Porto e Lisboa: as respectivas câmaras fizeram planos de pormenor para a área dos estádios das Antas, Alvalade e Luz que requalificaram e renovaram toda a zona, permitindo criar novos centros urbanos, modernos, com diversos equipamentos e habitação que os clubes venderam e auto-financiaram-se para construirem os seus novos estádios.
Mas em Guimarães, não! Havia que ser mais original...
O resultado está à vista: um relatório altamente critico da Procuradoria Geral da Republica, o enorme risco de ter de devolver mais de 4 milhões de Euros à comunidade europeia (e apesar do Presidente da CMG achar que o Governo deve devolver esse valor aos cofres municipais, eu cá não estou muito bem a ver a Ministra das Finanças a ser convencida disso...) e a obra continua por concluir, uma vez que os paineis electrónicos ainda não estão comprados!
As responsabilidades criminais e os responsáveis por este imbróglio devem agora ser encontrados por quem de direito (Ministério Público?, Inspecção Geral de Finanças?, Tribunal de Contas?, Policia Judiciária?, não sei, desconheço, não sou jurista) mas as responsabilidades políticas parecem-me evidentes: todos os que estiveram envolvidos neste imbróglio devem demitir-se de todos os cargos públicos que exercem! Todos, sem excepção partidária: não sei se não haverá pessoas do PSD também envolvidos, mas se assim for, devem sair como devem sair todos os responsáveis autárquicos do PS! É claro como a água: arriscaram embarcar numa situação que se descobre agora ser irregular e ser altamente penalizadora para o erário público - seja a Câmara a assumir o pagamento, seja o Governo, já que é o dinheiro de todos nós que foi desbaratado devido a erros grosseiros processuais!
15 de Janeiro de 2004 - o dia em que o executivo municipal de Guimarães perdeu, para mim como para muitos outros cidadãos deste concelho que viu nascer Portugal, a autoridade moral para concluir o mandato que recebeu em 2001 dos eleitores para bem cuidar do património e erário público de todos nós!
Disse.
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