É incontornável! A campanha eleitoral já começou. Não a das eleições Europeias de Junho, nem a das Autárquicas de 2005. Mas a das Presidenciais de Janeiro de 2006...
De facto, enquanto meio país chora o Fehér, preocupa-se com o processo “Casa Pia” e faz greves que não levam a nada a não ser a um piorar da situação económica de Portugal, a outra metade anda em plena campanha eleitoral para se posicionar na melhor posição possível na grelha de partida.
A esquerda, ainda desnorteada com o abandono de Eng. António Guterres, não encontrou ainda o “seu” homem. Divaga entre o regresso do “dinossauro” Mário Soares (que se mostra claramente disponível a abraçar esta tarefa novamente) e a vontade de António Guterres (que ainda dialoga com os seus pares sobre se avança para a presidência ou se fica a aguardar um qualquer outro cargo internacional que isto de ser presidente da Internacional Socialista – IS – não é cargo que renda muitos votos...). A restante esquerda não conta para o “totobola”, como se costuma dizer: o Bloco de Esquerda não consegue entrar em mais do que uma fina camada da população mais urbana e intelectual e o PCP já não tem nomes carismáticos para apresentar, para além do “camarada” Cunhal que já não está para aí virado, tendo-se rendido às modernas tecnologias do telecomando para exercer o seu poder!
Mas na direita a coisa é diferente.
Talvez pela primeira vez na III República existem candidatos emanados da ala direita claramente mais fortes que da esquerda. O que poderá constituir uma oportunidade de a direita assumir um cargo para o qual tem, manifestamente, muito mais vocação do que a esquerda e que devido a diversas conjunturas apenas uma vez, em 1986, esteve perto de ganhar.
Mas analisemos então os candidatos da direita.
Marcelo Rebelo de Sousa, o anterior líder do PSD, conseguiu impor, após a sua saída um estilo de comentador que lhe granjeou muita notoriedade e é agora uma carta no baralho. Mas penso que não é (ainda) vontade dele, preferindo talvez um cargo de comissário europeu, por exemplo. Afinal, ainda é novo e poderá esperar mais 10 anos para se impor em 2016.
Pedro Santana Lopes tem marcado a sua vontade de estar na corrida desde o último congresso do PSD em 2002. Tem feito o seu caminho, que aliás passou por Famalicão há uma semana atrás, e se mais não for acabou por sedimentar o seu nome junto de parte do aparelho do PSD. Mas se Santana é visto e apresentado como um vencedor nato (no Sporting, na Figueira da Foz e em especial na capital contra toda a esquerda unida) ainda é também visto como alguém que não atingiu ainda a maturidade suficiente para desempenhar um cargo desta natureza.
Por fim, o candidato mais desejado pelo país, segundo as sondagens do último fim de semana. Porque é uma pessoa de carácter, com larga experiência governativa, renome internacional, um estadista. Porque não é um político profissional – soube sair da política e não necessitar dela para “sobreviver”, ao contrário dos seus potenciais adversários da esquerda. Porque soube elevar e honrar o nome de Portugal – que tão de rastos anda junto de certas personalidades que estão prontas a serem “engolidas” por Espanha ou que gostariam de ver nascer uma “Ibéria”, sentimentos que me são estranhos e que qualifico de baixos e que irão ser alvo de uma crónica futura.
É evidente que estou a falar do Prof. Cavaco Silva. E Portugal precisa de homens do perfil moral e político do Professor. Todos somos poucos para fazer de Portugal um país melhor para se viver, mais moderno, mais europeu. Mas a ausência do Professor, para mim, faz-se notar muito mais do que outras! São pessoas como o Professor, referência nacionais e internacionais (experimentem fazer uma pesquisa com o seu nome na internet e vejam a quantidade de páginas com o seu currículo e prémios que recebeu internacionalmente) e que muito contribuíram para o progresso deste país, para além de que estão claramente acima dos partidos, que fazem crer aos jovens - e à sociedade em geral - que na política ainda há pessoas honradas, que põem o país em primeiro lugar, muito antes dos interesses pessoais.
Por isso, nem me passa pela cabeça que o Professor não seja candidato. Eu já tenho candidato. Por mim, já tenho Presidente da República para o período 2006-2016. Chama-se António Aníbal Cavaco Silva, mais conhecido simplesmente por... Cavaco!
Guimarães, 31 de Janeiro de 2004
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