2005/03/01

Bilhetes dos U2: a grande barraca! (II)

Hoje recebi um email que me pareceu ter sido enviado directamente da Ritmos & Blues para mim, apesar de parecer ser um email generalizado de informação.

E se refiro aqui este facto é porque o email não tem qualquer resultado nem interessa nada, já que a primeira frase diz tudo sobre o espirito da coisa. E o que diz então a primeira frase?

Por um lapso de processamento administrativo interno foram apenas disponibilizados um número irrisório de bilhetes para o concerto, nas caixas Multibanco.


Ora como se pode ler, a firma não assume o que fez, atira o problema para um inopurtuno "lapso de processamento admnistrativo interno" que não justifica nada. Mais ainda, refere que esses bilhetes que não foram vendidos na rede MB serão vendidos na... BP, para que não cause "congestionamentos" na rede novamente, tão altruístas que eles são!

Vamos lá a ver se nos entedemos! A firma R&B não terá que pagar uma taxa pela venda de cada bilhete pela rede MB? E não terá a BP pago uma boa quantidade de dinheiro para poder patrocinar este concerto? Logo, não venham com o papel de altruísmo que essa comigo não cola...

Mais ainda! A questão do cartão da BP que agora já não é necessário... Não venham com o paleio que "há mais de 3 milhões de cartões" e desses "mais de metade com mais de 1200 pontos". É que 1200 pontos era para um bilhete, para 4 são precisos 4800! E mais, se há 3 milhões de cartões, tal significa que há 7 milhões de portugueses que não têm esse cartão, como eu! E só para ir a uma bomba da BP eu tenho de andar 6 Km; e para ir à bomba de Braga comprar bilhetes teria de andar mais de 20 Km; já para ir ao multibanco, só tenho que sair de casa e andar 20 metros... Se assim não fosse, nem a FNAC (que inicialmente obrigava a ter cartão) nem a BP abdicavam dessa norma que inicialmente impunham. Ou será que é mesmo verdade que os U2 iriam ficar chateados por saberem que estavam a ser utilizados para promover a venda de produtos e cartões de fidelização?

Por fim, a última frase que alertam para a necessidade do público se pautar "pelos mais elevados padrões de civismo" é cuspir para o ar, perdooem-me o termo! Então eles é que não colocam os bilhetes para venda geral, de forma a que todos possam ter acesso de forma igual, sem necessidade de noitadas à porta de lojas e bombas de gasolina e o público que lhes enche os cofres e o estádio é que não tem comportamentos cívicos? Meus caros amigos, metam o vosso civismo... naquele sitio que eu estou a pensar! Rotos!

Anexo abaixo o texto do email para que todos se possam saboriar com esta deliciosa prosa, candidata ao Razzie de pior argumento para o próximo ano...

Relativamente às notícias difundidas pela comunicação social referente ao concerto dos U2, vimos comunicar o seguinte:

Por um lapso de processamento administrativo interno foram apenas disponibilizados um número irrisório de bilhetes para o concerto, nas caixas Multibanco.

A Ritmos e Blues lamenta o sucedido garantindo que os bilhetes, afectos ao Multibanco, serão redistribuídos pelos postos BP, para evitar novamente os problemas verificados com o congestionamento da rede das ATM.

A R&B escolheu a BP como parceira de venda de bilhetes para o concerto dos U2 a realizar no dia 14 de Agosto no Estádio de Alvalade, por esta ser uma companhia com uma significativa penetração geográfica.

Para este efeito a BP disponibilizou pontos de venda no Porto, Braga, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Faro. Deste modo a BP e a R&B visaram tornar os bilhetes mais acessíveis e próximos da generalidade do público, evitando excessivas concentrações em reduzidos pontos de venda nos grandes centros urbanos (Lisboa e Porto), com os inerentes riscos de segurança resultantes das concentrações atrás mencionadas.

Na lógica do ponto anterior (potenciar a máxima acessibilidade geográfica aos fãs) e face ao verdadeiro fenómeno de procura dos bilhetes em causa, a BP irá também disponibilizar pontos de venda na Madeira (Posto de abastecimento Campo da Barca) e Açores (Posto de abastecimento Antero de Quental).

O único e real objectivo da BP e R&B ao exigir cartão BP Premierplus com 1.200 pts para os bilhetes vendidos na BP foi segmentar o público em geral de modo a uniformizar a pressão sobre as bilheteiras o mais possível, mitigando deste modo os riscos de segurança associados a este tipo de fenómenos dada a existência de vários canais de venda de bilhetes (postos de abastecimento BP, FNAC, Internet, Sporting, Agências de Alvalade e Abep). A BP tem 3 milhões de cartões BP Premierplus activos dos quais cerca de 50% têm mais de 1.200 pontos, como tal merecem-nos as maiores reservas todas as teses referindo objectivos de potenciação de vendas através desta iniciativa. Note-se que a BP sempre afirmou e garante comercializar todos os bilhetes sem qualquer taxa acrescida , o que não se verifica nos outros pontos de venda, reafirmando a vertente não comercial da associação da BP a este evento.

Pelo facto de todos os outros pontos de venda, detentores de ingressos, terem esgotado os respectivos bilhetes num período nunca imaginável em Portugal e, sendo neste momento a BP a única entidade detentora de bilhetes, esta decidiu disponibilizar todos os bilhetes em seu poder nos seus postos sem qualquer restrição nem taxa adicional, num máximo de 4 bilhetes por pessoa, sendo que, os detentores do cartão BP Premierplus continuarão a ter acesso à oferta previamente estabelecida sem, no entanto, terem qualquer prioridade face a outro potencial comprador.

É importante referir que o cartão BP Premierplus é gratuito e entregue no acto de consumo em qualquer posto de abastecimento BP, fazendo parte da estratégia da mesma continuar a potenciar iniciativas do género em Portugal através do seu programa de fidelização, como foi o caso do Rock in Rio 2004 e concerto Phil Collins em Alvalade na véspera da Final do Euro 2004.

Notar que as datas inicialmente previstas pela BP para venda de bilhetes se irão manter, sendo que no caso de se esgotarem todos os bilhetes no dia 01/03/2005, as restantes duas datas serão anuladas.

Esta redefinição da estratégia inicial que visava segmentar o público de modo a mitigar fluxos e concentrações excessivas em pontos de venda, terá como risco inerente uma maior concentração de fãs nos postos de abastecimento da BP. Como tal, pedimos aos órgãos de comunicação social em geral que alertem o público para a necessidade de um comportamento pautado pelos mais elevados padrões de civismo, enquanto aguardam ordeiramente o ambicionado bilhete de modo a que Portugal seja palco do maior e melhor concerto dos U2 de todos os tempos.

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