2005/04/04

Linha de Rumo n.º 69 - Portugal precisa de um PSD forte (I)

Ainda na ressaca do desastre eleitoral das eleições de 20 de Fevereiro, irei nas próximas semanas apresentar alguns argumentos sobre a necessidade de haver um PSD forte para o desenvolvimento do país, mesmo com este na oposição.
Quando me filiei no PSD em 1996, também na ressaca da derrota de Fernando Nogueira contra António Guterres, tomei essa decisão com a consciência que nesse momento em que o partido completava 10 anos de poder (o célebre “cavaquismo”) e acabava de ser afastado é que o PSD iria necessitar do trabalho e do empenho para “renascer” e ultrapassar essa fase para regressar de novo, o mais breve possível, à governação de Portugal. Julgo que dei o meu pequeno contributo para que nesses seis anos de “guterrismo” o PSD fosse ressurgindo, se afirmando novamente perante o país até à vitória nas legislativas de 2002.
Neste momento, creio que está na altura de recomeçar esta nova empreitada. Novamente terá o PSD que se reencontrar, definir uma linha de rumo e gerar, junto da população portuguesa, um sentimento de confiança que o leve novamente à governação.
E para isso acontecer será obrigatório que o PSD comece por encontrar uma liderança que, clarificando os seus objectivos, unifique o partido e lhe dê novamente a esperança. Que lhe dê a liderança da agenda política da oposição – acharei muito mau se pequenos partidos radicais das franjas eleitorais descontentes continuarem a marcar a agenda da oposição (logo sendo os líderes da oposição…) como aconteceu neste 3 anos com o PS que foi claramente batido pelo Bloco de Esquerda – e que faça o PSD se reencontrar novamente com aquela enorme massa eleitoral de centro e centro-direita que sempre foi a sua base eleitoral.
É evidente que nesta introdução que fiz está implícita uma crítica à anterior liderança do PSD. Nos fóruns próprios expressei a minha opinião, que também foi sendo colocada on-line no blog www.linhaderumo.blogspot.com ao longo destes meses. Como militante e com responsabilidades directivas, sempre acatei as decisões superiores e procurei sempre trabalhar para que tudo corresse pelo melhor. Mas tal não implica achar que as opções tomadas tivessem sido as melhores, como à posteriori se comprovou que, de facto, não foram.
E é por esse motivo que chegado a este momento crucial tinha de optar por uma candidatura à liderança do PSD.
Ainda antes de conhecer qualquer candidato achava que a melhor solução seria a “ruptura” total com as direcções dos últimos anos, uma ruptura “geracional”. Entretanto, porque aquela pessoa em quem eu pensava desde o princípio apoiou uma candidatura; porque analisando a situação política encontro a necessidade de ter um líder que seja competente; porque ele deve ser uma pessoa preparada para falar sobre diversos temas, com presença no Parlamento e que tenha até alguma experiência governativa e de vida, que seja uma pessoa de carácter forte e que esteja preparado para aguentar o forte embate de 4 anos de oposição; porque deve protagonizar uma adequação dos princípios programáticos ao tempos de hoje; mas porque também deve corporizar uma renovação de dirigentes, de estruturas intermédias e da forma de fazer política, percebi que alguém cumpria estes quesitos melhor do que qualquer outro neste momento.
Depois, no dia 22 de Fevereiro, o Dr. Luís Marques Mendes apresenta a sua candidatura à liderança do partido. Onde pretende fazer destes objectivos (e de mais alguns outros) as suas bandeiras. Uma pessoa que conheço há alguns anos das Assembleias Distritais e de diversas acções de campanha aqui mesmo em Guimarães. Uma pessoa que tenho por séria, competente e interessada. Que agora tem a disponibilidade e a vontade para abraçar esta árdua tarefa de levar o PSD a bom porto. Pelo que convictamente lhe ofereço o meu apoio, humilde e pequeno, para que tenha sucesso com a reorientação no centro social democrata do PSD, com uma presença forte no Parlamento (como o fez quando estava a liderar a bancada parlamentar nos tempos do “guterrismo”) e com propostas e políticas que façam do PSD um partido forte novamente, pois só com um PSD forte, responsável, com propostas credíveis e sérias é que o actual governo do Eng. Sócrates poderá ser “forçado” a fazer uma governação melhor.
Mas também pela forma séria como soube apresentar os seus argumentos contra as posições que o partido foi tomando – e que, conforme escrevi na devida altura no blog, coincidiam com o meu pensamento – nos locais próprios criaram-lhe as condições para agora se apresentar, de uma forma legitima, como um dos mais respeitados militantes para suceder ao infeliz período protagonizado pelo ainda presidente Pedro Santana Lopes.
Por isso, como militante, considero que Luís Marques Mendes é o homem indicado neste momento para liderar o partido. Por isso aceitei e tive prazer em integrar a lista de militantes de Guimarães que apoiaram a sua candidatura e, tendo sido eleito congressista, irei votar nele. Porque, sem dúvidas, Portugal precisa de um PSD forte!

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