2005/05/06

Linha de Rumo n.º 70 - Portugal precisa de um PSD forte (II)

Como se comprovou pelo recente XXVII Congresso do PSD que elegeu Marques Mendes para a liderança do partido, só havendo um PSD forte o mesmo se apresentará credível perante a população portuguesa. É que todos os jogos de bastidores apenas visavam o enfraquecimento daquela que se apresentava como a candidatura naturalmente vencedora – e que acabou por vencer! – no célebre jogo do “dividir para reinar”. Os ditos “barões” que marcando terreno não avançam e “penhoram” o seu apoio temporário ao novo líder que não conseguiram enfrentar – ou não tiveram a coragem? – e os “herdeiros” do populismo que quase arrasou com o partido, tendo-lhe garantido “apenas” a pior performance eleitoral dos últimos 20 anos apenas foram ao Congresso para fragilizar a posição do novo líder e estão já, desde já, em campanha eleitoral para o próximo congresso electivo – como muito bem se viu na posição que alguns vereadores da Câmara Municipal de Lisboa tomaram perante o anuncio da escolha – muito acertada! – de Carmona Rodrigues para candidato em detrimento do derrotado Santana Lopes, que, nas suas palavras, irá “andar por aí”…
Ora a estratégia do novo líder tem sido a de menorizar estes “incidentes” e o de majorar o potencial do partido com candidatos novos, de novas mentalidades, que até meados de Maio estarão apresentados aos concelhos onde irão concorrer. Candidatos cujo perfil técnico seja inquestionável, mas cujo perfil político, sério e rigoroso não seja também questionável!
Por outro lado, o novo grupo parlamentar foi feito para dar uma resposta combativa ao PS no principal terreno que o PSD terá para confrontar o Governo com as suas falhas e omissões (aliás, alguém tem visto o Governo a governar nestes 2 meses que já leva de trabalho?) e onde apresentará propostas alternativas às governamentais para que mais tarde os portugueses possam comparar o que foi feito (ou não…) e o que o PSD propunha que se fizesse. Por falar em Grupo Parlamentar, foi muito saboroso para o PSD de Guimarães ver reconhecida a validade da sua escolha para deputado, visto que Emídio Guerreiro foi eleito Secretário do Grupo Parlamentar, sendo que esta é a primeira vez que ele está a desempenhar esta função e é desde já chamado a desempenhar cargos na fila da frente da bancada parlamentar!
Importante também, apesar de um pouco táctica, tem sido a posição que Marques Mendes tem tido perante a falta de rumo que o Governo tem demonstrado com a agenda – apesar de nos discursos o Primeiro Ministro dizer uma coisa, na prática tem deixado tudo para o Presidente da República decidir – e de afirmativa e inflexivelmente colocar a questão do referendo ao Tratado Europeu no topo da agenda e condicionando qualquer outra alteração legislativa da Constituição a esse assunto.
De resto, em Guimarães há muito (pelo menos desde 2002) que o PSD vem trabalhando sobre os auspícios de uma nova forma de fazer política. Uma forma credível, desempoeirada, aberta à sociedade civil e descentralizada do Toural, olhando muito para lá do seu umbigo.
Uma política marcada por causas: o emprego foi nossa bandeira quando ainda nem o PS local, na altura na oposição ao governo de coligação PSD-PP, se preocupava com assunto que já então afligia milhares de vimaranenses, tendo com base nesse mês temático nascido e sido concretizado já este ano o programa PIAVE, destinado a combater o desemprego e minorar as carências sociais nesta região, promovendo o empreendedorismo, reformulando o tecido empresarial e permitindo novos investimentos na região.
Uma política integradora: a descentralização que foi defendida e que visa aproximar as instituições dos cidadãos, criando novos pólos de desenvolvimento a partir de novos centros cívicos nas zonas de Taipas/Ponte e de Lordelo/Moreira, através da descentralização de poderes nas juntas de freguesia ou através da efectiva desburocratização.
A firme intransigência pela ética e pelo rigor da coisa pública têm marcado de forma indelével a postura do PSD de Guimarães nos últimos anos, em claro contraponto com outros partidos. Gostaríamos de ver isso sair do plano teórico e passado para o plano prático, num amplo consenso que se poderia iniciar nestas eleições autárquicas. Mas temo que tal não seja possível, porque nem todos pensam – e muito mais grave, não actuam – como nós!
Mas esta é força do PSD de Guimarães. A credibilidade. Esta parece ser agora também a força do PSD nacional que saiu do XXVII Congresso. Porque só um PSD forte, mesmo de oposição (local ou nacional), pode ser capaz de fazer com que quem nos governe o faça para o bem de todos e não apenas de alguns…

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