O elo mais fraco é, em teoria, o primeiro a quebrar.
Em politica, nem sempre o elo mais fraco é o que quebra primeiro, mas é sempre o que paga as “favas”!
Mais uma vez a teoria política confirmou-se quando o Primeiro Ministro preferiu ignorar o que se passava dentro de portas e pediu a todos os portugueses, isto é, aos do costume, que pagassem as “favas” do descontrolo e despesismo orçamental da super-estrutura que é o Estado português.
Medina Carreira, ex-ministro e “opnion-maker”, já advertiu várias vezes nos últimos anos que caminhamos alegremente para a insolvência se não emagrecermos rapidamente o peso do Estado na economia. Aliás, avisos semelhantes aos que outras pessoas como o Prof. Cavaco Silva fizeram também. Mas os governos têm mudado e as medidas têm sido sempre as mesmas…
Não ouvimos os governantes dizer que vão conter a despesa dos investimentos megalómanos como novos aeroportos, pontes ou o TGV. Não ouvimos os governantes dizer que as despesas administrativas são excessivas e que vão diminuir o orçamento destas. Porque todos nós temos consciência que os organismos públicos gastam dinheiros de mais em telefone, papel, consumíveis. Porque não há patrão, porque quem faz a gestão não depende da boa gestão para ter o ordenado no dia do pagamento, como acontece nos privados.
Há estudos que demonstram que o nosso esforço financeiro na educação e saúde é superior à média comunitária, mas que os resultados são claramente mais fracos. Isso significa que não temos de gastar mais dinheiro nesses (e noutros) assuntos, temos é de gastar muito melhor, com mais parcimónia e de forma a atingir determinados objectivos e não sem qualquer estratégia, como aparente acontecer na maioria dos casos.
Sabemos hoje que quem passa por lugares de chefia quer em organismos do Estado, quer empresas públicas, aufere ordenados inferiores aos praticados nos lugares privados mas obtém-se regalias que não estão ao alcance do comum dos mortais que nunca passou do privado. São subvenções vitalícias, algumas transmissíveis a mulheres e filhos, são direitos a reformas após ocupação de um cargo por um período de tempo que vai entre os 6 anos (no Banco de Portugal) até 12 anos (os Deputados), são carros topo de gama (a frota dos BMW’s do senhores juízes do Tribunal Constitucional) e sabe-se lá mais o quê: telemóveis, almoços, cartões de crédito, etc, etc, etc…
Portanto, nada mais lógico que o governante que pede ao Povo que faça sacrifícios pagando mais impostos directos como o IVA e o ISPP ou indirectos como o IRS e o IMI também ele fizesse algum sacrifício exemplificativo e implementasse medidas demonstrativas que também eles estavam dispostos a contribuir para o “bolo” dos dinheiros poupados.
Mas não é isso que se passa. Para além de medidas que se pretendiam emblemáticas estarem a ser adiadas – o fim da subvenção vitalícia dos deputados não deverá abranger quem no final desta legislatura atingisse esse direito, o levantamento do sigilo bancário deverá ser adiado para 2006… - começasse a descobrir coisas engraçadas como a acumulação de uma reforma por ter sido vice-presidente do Banco de Portugal durante 6 anos com o ordenado de ministro por parte de quem está a impor as medidas draconianas ou que o 1º ministro apenas vai pagar mais 23 contos de IRS no final do ano com as novas medidas implementadas. Este é exemplo que vem de cima…
E já agora, pergunto eu: quanto vai custar o cerimonial previsto para o dia 10 de Junho aqui mesmo em Guimarães? Convites para almoços e jantares “à pala” do contribuinte que circulam em grande quantidade por Guimarães, aluguer do Pavilhão Multiusos, dormidas de muitas das “Excelências” em visita nos melhores hotéis da cidade e vá lá saber-se o que mais? Não estamos em crise e contenção? Não pediu o Presidente de alguns portugueses sacrifícios aos portugueses todos?
Eu devo viver mesmo num universo paralelo, com toda a certeza…
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