Arde leve, levemente,
como quem faz greve por mim,
será requisição, será o vento?
O vento não é certamente
E a greve não se combate assim.
Perdoem o trocadilho, mas num dia em que os incendios consomem casas e milhares de hectares pelo país fora, em que dois tribuinais tomam medidas opostas sobre uma questão igual (a requisição civil do Ministério da Educação que implica os serviços mínimos em formato máximo e nacional contra as greves regionais convocadas pelos sindicatos dos professores) e em que os policias se manifestam em enorme número (segundo alguns orgãos de comunicação social, serão mais de 4000) pelas ruas de Lisboa e com uma temperatura tão alta e um ar tão seco (cerca de 20% de humidade) não me resta muito mais a dizer.
Dizer que o governo tem tiques de ditadura foi coisa que já ouvi várias pessoas dizerem. Dizer que pretendem fechar fábricas em Portugal e transferir a produção para a Galiza, onde o IVA vai ser menor, o IRC é menor, o gasóleo é mais barato e a energia electrica também é mais barata, também já ouvi dizer alguns empresários. Dizer que aumentar impostos sem diminuir as despesas próprias não adianta para nada pois foi a medida usada por António Guterres (aumento do IVA de 16% para 17%, criação do imposto sobre os dividendos na bolsa e outras soluções dessas) e por Durão Barroso (aumento do IVA de 17% para 19%) também ouvi alguém dizer, nomeadamente a União Europeia que não ficou satisfeita com as medidas apresentadas pelo pseudo-Ministro das Finanças por serem insuficientes.
Por isso, não digo mais nada. Apenas que estamos a caminhar alegremente para o abismo e o nosso Presidente demorou 9 anos e 5 meses para começar a presidir! Durante 6 anos foi o Presidente do "deixa andar", pois nunca se ouviu qualquer palavra sobre o monstro de Guterres criou e alimentou até ao pantano final. Depois foi o Presidente "atento" que ia, a espaços, dando sinais de estar atento a pormenores da governação como aquela célebre frase de "há mais vida para além do défice". Por último, temos agora a versão do Presidente "machão" que afinal até diz umas coisas fortes... Eu até concordo com a questão dos bancos, mas qual é a moral desse senhor que nunca até aqui disse nada de interesse sobre isso, quye deixou a situação agudizar-se e nunca tomou nenhuma posição? Agora, depois de assentar a poeira, aposto que aquilo que disse vai ser desconsiderado e esquecido rapidamente...
É este o nosso país... Ou então é o calor que nos está a fazer mal à cabeça a todos...
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