2009/10/28

Leituras [46] - Rapto em Lisboa, de Paul D. Cohn

A história de Saul, um rapaz judeu que habitava em Lisboa no tempo em que a Inquisição perseguiu e expulsou os judeus de Portugal, no reinado de D. Manuel e que dessa forma foi "escravizado" e deportado para São Tomé, sendo por isso deles e de outros degredados, criminosos portanto, que se fez a ilha e as suas plantações.

Uma história trágica e de emoções que viveu uma criança perseguida por um dos maiores terrores da nossa história e ainda mal contada. De leitura interessante, vale bem o tempo e o investimento nele.

Sinopse:
"Um poderoso romance ambientado no Portugal renascentista, na tradição de "O Último Cabalista de Lisboa". Uma viagem ao abismo das crianças portuguesas raptadas no século XV. Um livro marcante e indispensável!

Em 1485, a Coroa portuguesa e a Igreja Católica procederam ao rapto de crianças judias, com o intuito de as converter à força e de as embarcar para a ilha de São Tomé a fim de aí trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar. A colisão entre a escravatura, a produção açucareira e a descoberta das Américas transformou esta colónia insular no berço do comércio de escravos negros que infectou o continente africano e o comércio ocidental durante os 350 anos seguintes.
Rapto em Lisboa conta a história do jovem Marcelo Saulo, um menino judeu raptado juntamente com a sua irmã Leah e outras crianças da sua sinagoga em Lisboa e embarcado para aquela ilha da África Ocidental, a 4000 milhas de distância.

A obra aborda questões melindrosas como o sectarismo da Inquisição, a torpeza do tráfico de escravos ou a tortura como método institucional de interrogatório. Paul D. Cohn instala o leitor em pleno século XV, no epicentro da epopeia dos Descobrimentos, dando-lhe conta de um capítulo pouco conhecido da Diáspora."

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