Antes de mais, uma coisa que me surpreendeu foi a casa cheia, talvez mais de 40 pessoas, entre elas imensos jovens. É bom saber que este tema desperta mesmo atenções.
Depois, as opiniões diversas e controversas que aconteceram ao longo das mais de 2 horas de aceso debate e troca de ideias foram muito interessantes.
Abordados que foram os temas dos transportes públicos, dos estacionamentos, da criação de mais ruas pedonais, da desertificação habitacional e comercial do centro histórico, dos diferentes utilizadores do espaço (os habitantes e comerciantes em oposição aos turistas e aos frequentadores dos espaços nocturnos), da implementação de zonas cicláveis, da implementação de planos de mobilidade em cidades limitrofes, da forma como se pode regular o transito, chegamos no final a algumas conclusões: em Guimarães não aparenta haver uma estratégia subjacente à questão da mobilidade. Tomam-se pelo poder político atitudes contraditórias, com fins antagónicos, da forma mais natural do mundo.
Seria positivo existir um estudo profundo, coerente e com procura de soluções que fossem integradoras das várias situações que permitissem melhorar todos os tipos de mobilidade, de quem anda a pé, de bicicleta, de transportes públicos e de automóveis. À semelhança, por exemplo, do que está a fazer com algum sucesso, a cidade de Barcelos (partes 1, 2 e 3), integrante do nosso Quadrilátero Urbano.
Há, por isso, muito a fazer sobre o assunto em Guimarães. Que está melhor nalguns aspectos do que se apresentava há alguns anos atrás, mas que se não mudar de paradigma e alterar alguns conceitos, poderá vir a ter sérios problemas a médio prazo.
Moderado por mim e com as presenças de José Gonçalves e José Cunha.
Deixo, por fim, aquela que é uma boa definição de mobilidade urbana e que serve a todos, da autoria da Engenheira Civil brasileira, Cristina Baddini:
"Mas, afinal, o que é mobilidade urbana?Quando uma cidade proporciona mobilidade à população, oferece as condições necessárias para o deslocamento das pessoas. Em outras palavras, ter mobilidade é conseguir se locomover com facilidade de casa para o trabalho, do trabalho para o lazer e para qualquer outro lugar onde o cidadão tenha vontade ou necessidade de estar, independentemente do tipo de veículo utilizado. (...) Ter mobilidade urbana é pegar o ônibus com a garantia de que se chegará ao local e no horário desejados, salvo em caso de acidentes, por exemplo. É ter alternativas para deixar o carro na garagem e ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou com o transporte coletivo. É dispor de cicloviase também de calçadas que garantam acessibilidade aos deficientes físicos e visuais. E, até mesmo, utilizar o automóvel particular quando lhe convir e não ficar preso nos engarrafamentos."