2012/03/27

Mies Van der Rohe, 126 anos de boa arquitectura

Infografia de excelente qualidade sobre os 126 anos do nascimento de Mies Van der Rohe, clicar para aumentar.

Retirado de Archdaily.

2012/03/23

Greve? Onde?

Fraca é a greve onde o mais marcante do dia não é a greve mas antes uma cena de pancadaria entre a polícia e um grupo de desordeiros que andavam a atirar ovos, pedras e outras coisas que tivessem à mão a pessoas e policias, tendo pelo meio apanhado alguns inocentes que estavam pelo meio.

Algumas dezenas de milhares de trabalhadores fizeram greve, sim. Mas MILHÕES de outros trabalhadores não fizeram. O novo líder da CGTP está a tentar afirmar-se e, notoriamente, não está a ter sucesso. Não irá cair assim sem mais nem menos porque quem lá o colocou não irá dar o braço a torcer assim tão rápido. Mas a verdade é que se Portugal se parece com a Grécia nalguma coisa é por ter uma central sindical que acha que tudo se resolve recorrendo à greve, não assinando acordos e só reivindicando direitos e benefícios.

O que é importante salientar é que o país não parou. A greve foi parcial, de apenas algumas partes de alguns sectores, e foi claramente demonstrativa que Portugal não é como a Grécia, que faz às 2 e 3 greves por semana. A banalização da greve é o pior que podia acontecer. O novo líder da CGTP conseguiu em poucos meses o que o anterior líder não conseguiu em dezenas de anos...

E o país segue e para a semana já ninguém se lembra da greve. Aliás, hoje à noite, com o empate do Benfica, boa parte do pessoal já está outra vez concentrado no campeonato...

2012/03/21

Dia mundial da poesia

E porque um arquitecto é também um poeta, um poema sobre a arquitectura de uma arquitecta, Lienne Liarte:

Sou arquitecto,
Aquele que dizem ser engenheiro frustrado,
Decorador disfarçado,
Esquisito, meio pirado,
Às vezes alienado, outras, por demais engajado;
Às vezes de Havaianas, outras engravatado

Sou arquitecto,
Aquele que chamam de sonhador;
Ah! pudesse eu ter meus sonhos de volta,
Mas sou ainda um aprendiz na escola da vida;
Dominei a forma, distribuo espaços,
Mas muitas vezes me sinto fora de esquadro,
Perdido em linhas paralelas demais,
Numa escala indefinida.
Mas sou arquitecto.



Sou poeta,
E sou muito mais que um sonhador,
Porque possuo em cima da velha prancheta,
Projectos para todos os sonhos;
Casas para abrigar um novo amor;
Caminhos para chegar ao arco-¡ris;
E jardins para o aconchego do entardecer...

2012/03/20

Chegou a Primavera...

...segundo o calendário, porque na realidade, diz a natureza, ela já cá está há muito tempo (é ver as maias, os pássaros, as árvores floridas há quase um mês) e a questão que fica é se o Inverno ainda aí vem ou se o Verão já estará prestes a bater à porta!

Imagem Wikipedia
É um momento do ano onde o sol começa a ter mais preponderância, ganha força e tempo. E quem me conhece sabe como eu preciso do sol, do calor e do bom tempo...

Venho, por isso, a Primavera. No seu esplendor de cores, cheiros, ruídos e vida, como retratou Botticelli  na sua "Alegoria da Primavera" (c. 1482), num dos mais belos quadros da história das artes.

2012/03/17

Ainda sobre a Parque Escolar

Continuam a ser tornados públicos os números que fizeram a história negra da Parque Escolar.

No Sol, uma reportagem intitulada "Parque Escolar: 636 milhões para 13 empreiteiros" mostra claramente como esta empresa serviu, para de uma forma legal e encapotada, financiar determinadas empresas seleccionadas e não para revitalizar o mercado das obras públicas, ao contrário do objectivo previsto do Governo.

A concentração em determinadas empresas, construtoras e projectistas, apesar de como refere o relatório da IGF, ter sido feita legalmente, denúncia por trás uma estratégia obscuramente clara sobre o assunto.

Vejamos o que nos revela o Sol:
"Oito construtoras e dois consórcios ganharam um terço das empreitadas adjudicadas pela Parque Escolar, por um valor superior a dois mil milhões de euros."
Ou seja, cerca de 80% do valor previsto para o programa ficou alocado a apenas 8 empresas e 2 consórcios, tendo havido 198 empresas a concorreram à totalidade das obras lançadas (cerca de 250). Isto não é concentração propositada e estratégica? É!

Mais, agora sobre os projectos:
"O valor total contratualizado com gabinetes de arquitectura suplantou os 100 milhões de euros, sendo que apenas dez sociedades concentraram 10% desse valor."
Ou seja, cerca de 10% do valor total investido em projectos foi gasto com apenas e só 10 gabinetes, todos por adjudicação directa - aqui, apesar de legal, nem se deram ao trabalho de fazer concursos, com a tradicional desculpa da "necessidade de cumprimento de prazos".

Logo a seguir, adianta o Sol novamente:
"São 636 milhões de euros que ficaram concentrados em 13 empresas, de um total de 98 sociedades que participaram nos concursos públicos de reconstrução de escolas secundárias"
Ou seja, cerca de 13% das empresas concorrentes ficaram com quase um quarto do bolo previsto em 2007 para realizar a totalidade das obras no país. Só a Mota-Engil (pois claro...) ganhou 17 obras de 162 milhões de Euros - foi, "de longe" diz a IGF, a empresa que mais obras e dinheiro ganhou - seguida da Teixeira Duarte com 9 obras e quase 100 milhões de Euros e concluo eu que se foram executadas ou estão em execução cerca de 250 escolas (das 332 previstas inicialmente) significa que estas duas empresas juntas ficaram com cerca de 10% do total das obras realizadas. Pergunto eu: era assim que se pretendia revitalizar o sector da construção?

Tudo legal, dentro dos preços máximos estabelecidos. Mas tudo extremamente duvidoso quanto à estratégia seguida e resultados obtidos: as obras derraparam em preço e prazos, os projectos revelaram-se desadequados e extremamente onerosos construtivamente e no uso posterior.

E, diga-se, o objectivo de dar vitalidade ao sector da construção, falhou por completo, mostram-no os factos: há vários anos (incluindo os de 2008 e 2009 quando a Parque Escolar esteve na sua máxima força "gastadora") que o sector vê empresas (de construção e de projectos) a fecharem aos milhares de trabalhadores e muitas dezenas de (pequenas e médias) empresas e empresários anualmente e a fugirem para o estrangeiro para sobreviverem.
O enorme buraco financeiro que é a empresa e as enormes facturas que deixa às escolas para pagar no seu uso diário são, talvez, um dos maiores escandalos que o Governo de José Sócrates nos lega e que irá demorar muitos, mas mesmo muitos anos a corrigir (e pagar)!

O Povo parece que não é tolo...

Sondagem Expresso de 16.3.2012
...e parece que os jornalistas e comentadores não são nada representativos do Povo!

Senão, como se explica os telejornais e jornais com pelas editoriais e comentadores a malharem consecutivamente no Governo e sempre "à cata" de "lapsos" e confusões e, afinal, depois publicam-se as sondagens e que temos nós? Os partidos que suportam o Governam continuam com votações na ordem da proximidade dos 50% (ou seja, continuam na maioria absoluta) e os partidos de esquerda e extrema esquerda continuam remetidos a valores semelhantes aos obtidos nas eleições de Junho de 2011.

Sendo que o principal partido da oposição continua remetido a valores inferiores a 30%, demonstrando cabalmente que não recuperou credibilidade nenhuma e que o "modus operandi" que tem tido é catastrófico (para o país e para o próprio partido em si mesmo) e diria que até irresponsável - mas também, que outra coisa seria de esperar de um partido que apenas teve coragem de colocar um rosto diferente no mesmo corpo do "socratismo"?

Em resumo, o Povo, na sua sabedoria, apesar de poder ser levado ao engano pelas greves que se querem fazer grandes, pelos protestos sempre dos mesmos que nunca estão satisfeitos com nada, pelos políticos que ontem estavam no Governo e hoje têm o descaramento e a lata de falarem como se não tivessem nada a ver com o momento que atravessámos hoje, o Povo percebe que é para cortar, para acabar com direitos que não podemos suportar e que é preciso criar um novo paradigma de Estado. E que isso é um processo doloroso. Mas que o Estado Social que na realidade nunca o foi (era próximo, isso sim, de um Estado Socialista, mas isso é outra conversa...) tem de o ser, de facto. E nunca, como neste momento, houve condições para o fazer, contra os situacionistas da esquerda e extrema-esquerda que não querem o progresso de uma sociedade - antes a querem matar a sociedade actual para criar a revolta e da luta, dessa luta "de classes", como é apanágio deles, conseguirem o poder pela força e pelo sangue, se preciso for! Mas, usando uma frase que lhes é carismática, para compreenderem melhor, só lhes digo: eles "no passarán"!

E só espero que o Governo actual tenha a coragem de concretizar algumas reformas que me parece começar a hesitar em fazer, nomeadamente a Reforma Administrativa em Portugal. Ainda ninguém me conseguiu convencer que um Portugal organizado no tempo dos carros de bois e coches do séc. XIX funciona melhor que qualquer outra organização que se possa fazer modernamente, pensada para os tempos do e-governo, do e-cidadão, do país com milhares de km's de estradas e autoestradas, do país com mais de um telemóvel por cidadão, do país onde a proximidade virtual nunca foi tão próxima da proximidade real como hoje.

Mudar Portugal. É o mote do Governo. E ainda bem... Que desta crise financeira, mas também de valores de Estado, saia um novo Portugal, moderno e com novas mentalidades. O Povo já está a mudar e está de parabéns. E tu, já estás a mudar?

2012/03/11

Arte?

Hoje fui ao Laboratório de Curadoria, a antiga fábrica ASA em Guimarães, onde no âmbito da CEC 2012 foram ontem inauguradas duas exposições, uma de arquitectura (O Ser Urbano, nos Caminhos de Nuno Portas) e outra de um colectivo de artistas (Collecting Collections and Concepts).

Se a primeira é aquilo que se espera dela, ou seja, uma mostra da vida de Nuno Portas desde o inicio de carreira até aos projectos mais recentes, mostrando projectos, maquetas e influências exercidas no seu trabalho, passando pelos projectos urbanisticos como os PDM's e várias urbanizações em que participou e culminando com um video sobre o arquitecto, estava bem organizada e pensada. Mas falta uma melhor explicação daquelo que estamos a ver, não há um guia da exposição, muito pobre do ponto de vista informativo.

Home? Pensei que era factory...
Aliás, informação sinalética é coisa que não há no edifício todo. Entrei e vi um quiosque de madeira e pensei que fosse um ponto de venda de livros e material da CEC. Nada dizia que era uma bilheteira, nem tinha aspecto de ser uma. Fui avançando e passei por uma menina numa porta (vamos chamar-lhe "Menina 1"), sem problemas, apesar de ter hesitado entre ir para lá ou para o que parecia ser uma conferência - mas como não vi nada a dizer sobre a conferência e vi um cartaz do "Ser Urbano" atrás da menina, pensei que a exposição fosse por esse lado. Entrei num corredor e nada vi, avancei pela direita e passei por outro cartaz "Ser Urbano" e pensei para mim: deve ser por aqui... e continuei a andar até chegar ao fim do corredor e... nada! Voltei para trás e olhei novamente para o cartaz, tendo lido lá em letras pequenas que a exposição era no 1º piso... e pensei então que por isso estava o cartaz ali, junto aos elevadores...Entrei, subi ao piso e só na entrada da exposição é que mais 2 meninas me dizem que tinha de comprar bilhete... Por isso, desci, fui ao quiosque (que afinal era bilheteira) e voltei a subir (isto sem que a Menina 1 me perguntasse ou dissesse coisa alguma) e vi a exposição sobre Nuno Portas. Terminada a exposição, desci e por exclusão de partes, decidi ir pelo corredor da esquerda (é sempre a minha última opção, a esquerda...) e avancei sem nada que me dissesse que a exposição do colectivo de artistas era ali. De repente, atrás de uma mesa de madeira, vejo um cartaz que me pareceu ser o da exposição - pensei para comigo: deve ser por aqui...
Uns cacos de tijolos, umas toalhas do Continente...
e parece que isto é arte!
Depois, vejo um painel grande com umas lampadas fluorescente a dizerem HOME enquanto apagavam e acendiam - voltei a pensar: de facto, deve ser mesmo por aqui... Já mais confiante que estava no caminho certo, avancei um pouco mais e, finalmente, vejo mais duas meninas noutra entrada e lá estava a exposição sobre Colecções.
Aqui percebi a arte: é o galo de Barcelos!
Sinalética? Zero. Para além de dois cartazes, sem setas, sem mais nada, zero indicações. WC's também havia, mas não havia sinalética a indicar onde era. Saídas de emergência também era capaz de haver, mas não as vi e menos ainda a indicação delas...

Sim, isto é arte
(e não, não estou a brincar, estou a falar a sério)
Voltando então às exposições, vi depois a exposição sobre Colecções. Confesso que não percebo porque aquilo é arte. Criatividade não é arte, porque se fosse assim o Marketing era dado na Faculdade de Belas Artes... Ser criativo não é o mesmo que ser artista, apresentar trabalhos criativos não é o mesmo que apresentar obras de arte, saber usar um lápis, um pincel, uma máquina fotográfica ou de filmar não faz da pessoas um pintor, um fotografo ou um cineasta. Vi coisas criativas e que me fizeram rir muito. Mas não acho que tenha visto arte. Se calhar por isso é que da exposição toda apenas gostei de ver dois quadros (segundo a célebre máxima da caricatura do Djaló feita pelo Manuel Marques no Estado de Graça, se "está pendurado numa parede, é arte...") que descubi serem do Pomar e do José de Guimarães... e que estavam "semi-escondidos" numas montras viradas para umas casas de banho...

Um pouco mais de arte urbana, grafitis (mas com qualidade)
Mas arte? Ver arte? Só no piso 1... Enfim...

2012/03/10

Parque Escolar - Uma irresponsabilidade que não pode ficar impune!

Começam agora a ser públicos pormenores do que foi a actuação da Parque Escolar - empresa criada por Sócrates ainda no seu primeiro Governo que visava a reconstrução do parque escolar português e ao mesmo tempo que injectava dinheiro nas empresas de construção dinamizando a economia com 2,4 mil milhões de Euros nas mais de 300 escolas abrangidas.

No entanto, cedo se percebeu que havia problemas muito graves.

Primeiro, na fase dos projectos, muitas vezes sem concurso (isto é, por adjudicação directa...) e (quase) sempre aos mesmos gabinetes.

Depois com as primeiras adjudicações de obras, percebeu-se que era um grupo restrito de empresas que ganhavam as obras, ou seja, cada empresa ganhava 2 ou 3 escolas e reduziu-se assim a quantidade de construtoras "ajudadas".

Por fim, com as primeiras obras concluídas, perceberam-se os problemas que as obras traziam às escolas: maior consumo de electricidade que esgotava os orçamentos que eram para educação em consumos, depois problemas de construção com soluções desajustadas e mal pensadas que começaram a apresentar patologias várias.

E com o tempo começamos a ouvir noticias de professores, pais e alunos que falavam sobre as condições das escolas, com pedras nobres, chuveiros Grohe, candeeiros de design de autor a torto e a direito (no interior e exterior das escolas) e outras coisas mais...

Agora, com o relatório da IGF tornado púlico, sabe-se com mais detalhes coisas que configuram. na minha modesta opinião, gestão danosa e, se calhar, coisas ainda mais graves...

Repare-se na resposta para o (brutal)  aumento do consumo de electricidade dos novos edifícios: "a empresa justificou a situação com as novas regras de eficiência energética, aprovadas em 2006." Então se a ideia associada à lei era ter mais eficiência no uso da energia, como é possível que o resultado seja um brutal aumento (de 30% e até mais) no consumo da mesma, levando as escolas novas a optarem por simplesmente desligarem o sistema de AVAC e colocando a comunidade escolar a trabalhar sobre calor intenso no Verão e frio glaciar no Inverno.

Percebe-se agora que os projectos eram concebidos sem um caderno de encargos adequado e que, para além disso, não eram alvo de revisão critica (técnica e financeira) antes da sua execução, sendo lançados a concurso como eram entregues e aceites sem discussão. Ou isso ou não se percebe como ninguém achou anormal o uso de betão branco, de pedras nobres, de madeiras nobres, de iluminações topo de gama, de utilização redundante de equipamentos e até de espaços, entre tantos outros exemplos.

Evidentemente, os administradores da empresa demitiram-se. A questão é que a sua demissão não os isenta da responsabilidade de terem gerido mal, muito mal, o projecto que  tinham em mãos: repare-se que tendo um mega orçamento de 2,4 mil milhões de Euros para reabilitar 332 escolas, conseguiram-no ultrapassar em 5 milhões de Euros ao fim de apenas 181, ficando por isso 151 escolas não cabimentadas no orçamento previsto. Isto é um escândalo e o mínimo que se exige agora é que o Governo actue de forma a verificar se se confirma a gestão danosa e que procure se ressarcir junto dos (ir)responsáveis dessa hipotética má gestão. E, já agora, que implemente medidas que visem que a situação não se repita, isto é, que façam no imediato uma revisão aos cadernos de encargo modelo utilizados, bem como implementem uma revisão ao projecto final - coisa que no estrangeiro já acontece há muitos anos como forma de evitar erros de projecto que em obra custam muito dinheiro (ou tempo, o que é igual porque tempo é dinheiro) rectificar.

2012/03/08

A todas as mulheres...

...e à minha, em particular, um grande poeta brasileiro diz tudo em tão poucas linhas. Linda como a própria lua, feita de música e sentimento.


Soneto de Orfeu
São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida

E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher

Uma mulher que é feita de música
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeita

Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua.

Vinicius de Morais

2012/03/05

Leituras [64] - Os Demónios de Berlim, de Ignacio Del Valle

Muito raramente não consigo terminar de ler um livro. Penso que os dedos de uma mão chegam para isso.

Este foi, infelizmente, um desses casos.

A história e o local escolhidos para o desenvolver da trama tinham tudo para resultar num livro excelente.

No entanto, Os Demónios de Berlim, de Ignácio del Valle, não me cativou, esteve tempo de mais pousado na mesa de cabeceira e nunca consegui ler mais do que uma ou duas páginas de cada vez.
A escrita, não sendo intragável, era... estranha. E a história não desenvolvia. Ao fim de 100 páginas parecia que ainda estava quase no mesmo sitio, pouco tinha avançado.

Desisti, por isso, de continuar a leitura e passei ao seguinte...


Sinopse
Premio de la Crítica de Asturias 2010 Berlim, 1945.
Os soviéticos avançam, imparáveis, pelas ruas repletas de escombros. Em toda a cidade a luta é violenta, e a derrota alemã está iminente. Arturo Andrade está no meio de todo aquele caos. A sua missão: localizar Ewald von Kleist, que acaba por encontrar morto na chancelaria do Reich com um misterioso bilhete nos bolsos. 
Começa assim este thriller escrito com paixão e rigor documental que, com um ritmo que não dá tréguas ao leitor, nos aproxima de uma personagem que deverá enfrentar múltiplos demónios, os alheios e os seus próprios, para salvar a única coisa que parece escapar a este contexto atroz: o amor de uma mulher.

Críticas de imprensa 
Uma apaixonante combinação de relato bélico e thriller policial.
El País

2012/03/03

Coisas estranhas...

...e não, não estou a falar do FC Porto ter ganho na Luz...

Refiro-me a um email que recebi que nada tendo de estranho (objectos perdidos nas 3 bibliotecas da UM) acaba por se revelar um tanto ou quanto estranho, ou talvez bizarro.

Atentem só nas coisas que se perdem e lá não são procuradas:
- 1 Agenda electrónica
- 5 Anéis de bijutaria
- 4 Anéis de ouro
- 1 Anel de prata
- Folhas com apontamentos
- 4 Auscultadores
- 1 Bateria de Portátil e 1 Transformador de portátil noutra
- 2 Brincos
- 2 Cachecóis
- 3 Camisolas
- 1 Cartão Multibanco
- 5 Cartões de utilizador
- 3 Carteiras
- 1 Carregador telemóvel 
- 11 Casacos numa e 1 Casaco noutra
- 2 CD’s
- 1 Chave de automóvel
- 2 Dicionários
- 1 Equipamento desportivo
- 1 Extensão elétrica
- 2 Gorros
- 3 Guarda-chuvas numa e 2 Guarda-chuvas noutra
- 6 Livros numa, 2 livros noutra e ainda 1 Saco com livros noutra
- 1 Máquina de calcular
- 1 Mochila
- 2 MP3
- 5 Pares de óculos de sol numa e 4 Pares de óculos de sol noutra
- 4 Pares de luvas
- 35 Pen drive numa e 18 noutra
- 3 Estojos numa, 2 noutra e outro noutra ainda
- 1 Pulseira
- Quantia em dinheiro numa e 1 porta-moedas com valor em dinheiro noutra
- 1 Rato
- 3 Telemóveis numa e 1 telemóvel noutra
- 1 Par de óculos graduados
- 3 Cadernos numa e 5 Cadernos noutra
- 1 Capa de arquivo
- 1 Capa de telemóvel
- 3 Porta-chaves com chaves e 4 chaves noutra
- 1 Passe de autocarro 
- 1 Anel
- 1 Agenda 
- 1 Cabo
- 1 Par de meias


Ou seja, há quem tire as meias! Há quem deixe lá o fato de treino! E todo o tipo de roupas: luvas, gorros, cachecóis, casacos, camisolas... Quem leve livros e até dicionários para uma biblioteca! Quem lá se esqueça dos óculos graduados! Há quem tenha entrado pela janela em casa porque lá deixou as chaves. E há quem vá a pé para casa porque lá deixa a chave do carro! Ou o passe do autocarro! Quem lá se esqueça da carteira... sem e com dinheiro lá dentro! Há até quem lá se esqueça do dinheiro, simplesmente! Ou do multibanco! E dos telemóveis. Ou do carregador deles. Ou dos portáteis e até da bateria de um portátil!

Sempre pensei que para os bibliotecários os maiores momentos de frisson profissional fossem quando mandam as pessoas fazer silêncio... afinal, parece que há todo um manancial de pequenos acontecimentos do dia a dia que davam para escrever um livro...