2009/08/31
Liedson, os estrangeiros e a Selecção
O 5º jogador estrangeiro do actuais seleccionados vai, possivelmente, estrear-se nesta jornada dupla pela nossa Selecção. E não me enganei quando disse o 5º e não o 3º. É que para além de Deco e Pepe, Rolando e Nani também fazem parte do contingente de naturalizados para jogar por Portugal. E poderiamos juntar ainda o Makukula, que tambem já envergou a camisola das quinas.
Mas se concordo com todos os outros casos, neste discordo totalmente.
Todos os outros jogadores, brasileiros, cabo-verdeanos e zairense, vieram para Portugal com menos de 20 anos, alguns ainda chegaram a fazer a formação cá. Todos eles fizeram a sua estreia com cerca de 25 anos, o que significa que podem "oferecer" à Selecção cerca de 5 a 10 anos, pelo menos, de opção.
Liedson é diferente. Apesar de ser tão português como eu, não me parece que seja uma opção de futuro para a Selecção, como muito bem disse ontem o Doimingos Paciência. Poderá ser um recurso imediato, com vista a estes jogos e, quem sabe, até ao final da época. Mas será uma opção válida na próxima época? Por isso discordo, como discordava que o Derley tivesse sido usado em 2004, como esteve quase a acontecer se não tivesse sido a lesão, quando tinha 29 anos e estava no FC Porto.
O Liedson apenas vai servir para resolver uma situação pontual e tapar o sol com uma peneira. Porque o problema de fundo é não haver atacantes de área portugueses eficazes. Olhemos para o plantel dos 3 grandes e apenas há 5 portugueses: Nuno Gomes, na pré-reforma, Postiga, que não consegue afirmar-se como homem de área e Saleiro e Djaló, jovens que precisam de oportunidades e tempo de jogo e passar a fase de promessa para a fase de aparecerem na lista dos melhores marcadores e Orlando Sá que nem uma dezena de jogos tem nas pernas e está a recuperar de uma grave lesão. Escusado será dizer que olhando para o restante panorama do país, apenas sobram estrangeiros, muitos, entre um outro português cujo valor tarda em ser comprovado.
Ao Liedson resta apenas fazer uma coisa para ultrapassar a desconfiança com que eu e muitos outros olham para ele na Selecção: marcando golos, muitos golos e durante muito tempo... Veremos se Liedson resolve na Selecção também...
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4 comentários:
Não te estás a esquecer do Bosingwa? Que eu saiba Kinshasa não é Portugal... e se falasse Português sempre disfarçava melhor!... incrível para alguém que chegou tão novo a Portugal!
Sei que em tempos houve mais 2 jogadores Brasileiros naturalizados que jogaram pela selecção... mas não me recordo dos nomes.
Estava, pois! O Bosingwa é outro caso similar, se bem que esse não sei ao certo quando se naturalizou nem sei, tão pouco, quais as suas ligações a Portugal. Já o Rolando e o Nani lembro-me de estarem em Portugal a jogar e a aguardar pelos passaportes para poderem ir às selecções jovens. O Makukula é filho do N'Dinga, aquele celebre zairense do VSC e lembro-me de o ver passar em Guimarães ainda nos seus 15 anos, mas já um poste... O Deco e o Pepe chegaram com cerca de 18 anos, fizeram toda a sua carreira de adultos em Portugal...
E além do Bosingwa, há o Miguel, também com dupla nacionalidade como Nani, e Dani (Zenith) que nasceu ou tem também nacionalidade Venezuelana. Ah!, além do Ronaldo que pertence ao sobado da Madeira... ou Bruno Alves que pelo facto de ser filho de um Brasileiro também tem a cdupla e podia ter optado pela selecção canarinha.
É ridículo que se fale tanto nos "estrangeiros" quando Portugal sempre teve imensos, já depois das independências: Reinaldo (GB), Dimas (RAS); Petit (França); Alinho (CV) e etc.; além da selecção de sub-21 ter salvo erro um alemão e um francês que mal quase falam português.
Se sentem a camisola porque hão-de ser considerados estrangeiros.
E do que já vi, ou porque só mexem os lábios ou cantam mesmo, quer o Pepe quer o Deco costumam cantar o Hino (se não o cantam, disfarçam...)
Abraços e que os 96 anos da minha cidade tenham sido interessantes.
Eugénio Almeida
A propósito de falta de avançados para a selecção nacional: o Varela não seria uma opção?
Sinceramente, não me parece que o problema esteja nos recursos, mas no que se faz com eles. Ir para um jogo em que é necessário vencer e deixar os dois pontas-de-lança no banco durante 45 minutos não me entra na cabeça. Depois queixa-se que se criam muitas oportunidades mas que o aproveitamento é fraco...
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