2009/11/20

A verdade da mentira



Ou como o presidente da UEFA é colocado em xeque quanto à sua credibilidade. Porque o francês Platini que mesmo quando já andavam nos relvados mostrava um carácter duvidoso, agora como presidente da UEFA mantém-se igual a si próprio.

Tão rápido foi ele a disparar contra o FC Porto e "os clubes corruptos" e a falta de "seriedade" no futebol, bem como contra a introdução de novas tecnologias no futebol. Mas ainda ninguém o ouviu a falar sobre a ignóbil qualificação da selecção francesa para o mundial, com um golo precedida de duas infracções claras que só o árbitro não viu - ou não quis ver - e dessa forma afastou a selecção da Irlanda do Mundial 2010.

Como sempre, a Franca segue em frente envolta em lances polémicos cujo recurso às tecnologias (nem digo novas, a TV e o vídeo já têm muitos, muitos anos...) poderiam ajudar a resolver.

É claro que isto só pode ser aplicado à alta roda do futebol, não pode ser extensível a todo o futebol. Nem faz sentido que assim seja, para mim. A utilização dessas tecnologias que permitam validar ou não certos lances deverá ser usada na "industria" do futebol, que gera e movimenta milhões e são decisões isoladas de árbitros que colocam em causa investimentos enormes - o prejuízo que a Irlanda terá por não ir ou o lucro abusivo que a Franca terá por ter ido, ou ainda há 2 anos atrás o Vitória de Guimarães que foi afastado da Liga dos Campeões por um golo anulado por putativo fora de jogo que, neste caso, só os árbitros viram. Os prejuízos e benefícios de decisões erradas que poderiam ser corrigidas na maior parte das vezes pelo recurso ao vídeo não são compatíveis com a industria do futebol - e note-se que nem sempre permite resolver tudo, veja-se o lance do Baia na Luz há uns anos atrás que mesmo com o vídeo não é possível perceber se a bola entrou ou não; neste caso, já exigia novas tecnologias como sensores para detectarem a presença da bola, por exemplo.

Já os amadores, juniores e ligas inferiores não necessitam de usufruir desse equipamento. Porque o que envolve é completamente diferente, estamos a falar aqui no futebol quase na sua "pureza" original, enquanto desporto e não enquanto profissão ou industria.

1 comentário:

luis cirilo disse...

Tens toda a razão.
Mas convém aos poderes ocultos que o futebol continue,em termos de regulamentos,na pré história da verdade desportiva.
Compreendo que seja dificil,para já,implementar meios tecnológicos em todos os escalões de todas as provas.
Mas em campeonatos do mundo,da Europa,taças europeias e ligas profissionais é inaceitável que tal ainda não aconteça.