2010/07/30

11 anos

Ontem foi o blog.
Hoje sou eu. E a "milady".
Sara, 11 anos juntos, faz agora ao jantar o aniversário de quando tudo começou.

E que aventura maravilhosa têm sido estes anos juntos, mesmo quando separados por tantos quilómetros e países diferentes.

Eu estou pronto para mais 11, mais 11 e mais 11...

Amo-te, hoje ainda mais que há 11 anos atrás quando tudo começou!

2010/07/29

7 anos



Iniciou hoje o sétimo ano de actividades este blog - o primeiro post entrou a 29 de Julho de 2003, uma eternidade...

1718 entradas depois, muitos comentários, imagens, desabafos aqui ficam plasmados.

7 anos, é muito tempo mesmo.

Oi?



O patriotismo para o Governo tem um preço: 350 milhões de Euros! É a diferença entre aceitar o negócio da venda da Vivo e não aceitar no principio do mês.

Porque as condições não mudaram. As negociações com a Oi já decorriam e era do conhecimento público, noticia de vários jornais, que há várias empresas interessantes no Brasil e na Américo do Sul onde podia investir.

Eu próprio o disse aqui, que com a venda da brasileira Vivo se podia usar parte do dinheiro para investir noutra operadora e ainda capitalizar bancos e pagar dívida. Que é o que vai ser feito agora. Para a história fica só o adiar do inevitável e o mau aspecto de ver o 1º Ministro tentar justificar e encontrar argumentos para a venda ontem depois do que disse há umas semanas...

Sem norte, sem rumo. É como estamos. Numa semana não se vende, na outra já é um grande negócio. Numa semana há portagens no fim do mês, noutra é só no mês seguinte, noutra é só para o ano. Numa semana há redução de 10% nas cativações ministeriais, noutra já não há. Vivemos assim, ao sabor da brisa do pantano em que se instalou o poder politico. Atolou e não se mexe. Até o próprio Presidente veio dizer que este ano, nas férias, tem menos de metade dos diplomas do último ano para analisar - significa que o Governo, simplesmente, se está a abster de legislar, de governar...

2010/07/22

Eu estive lá...

...no jantar que o Governo Provincial de Benguela ofereceu ao Presidente da Republica de Portugal nesta sua passagem pelo Lobito.



Foi um Lobito engalanado e expectante pela visita de tão ilustre figura que o recebeu, vestindo os seus trajes formais para um jantar tão informal. Mas que, mesmo assim, não foi o suficiente para quebrar o gelo e fazer com que se abrisse e aproximasse mais das centenas de pessoas presentes nas instalações do Ferrovia. Quem já esteve presente em tantas iniciativas similares, como eu estive ao longo da minha actividade política em Portugal, percebe como só o facto de estarmos tão longe de casa e termos a sua presença amenizou tão grande distanciamento no relacionamento com a comunidade. Bem diferente, por exemplo, do tipo de proximidade que Durão Barroso ou Marcelo Rebelo de Sousa pratica(va)m ou até mesmo, dentro do estilo mais sóbrio, do que Marques Mendes mantinha.

No resto, um momento tão raro como este é positivo para a moral da comunidade, ainda mais quando o sucesso da visita nos vários campos - político, económico, financeiro, social, comercial - é visível e elogiado por todos os lados.

Para recordar, uma moral: para onde quer que vás, leva na mala um fato... nunca sabes quando vais precisar dele e às vezes é melhor carregar com ele que levar com uma conta "deeeeeeste" tamanho para arranjar um à última hora!

2010/07/19

Se não vou a Portugal...

...vem Portugal até aqui. Ou melhor, vem o Presidente da República...



Que está desde ontem à noite em visita de Estado a Angola, com passagem pelas províncias da Huíla (na capital Lubango, antiga Sá da Bandeira) e aqui na de Benguela, com dormida e jantar no Lobito, na quarta-feira, onde estarei presente com muito gosto, como parte da comunidade aqui residente.

Da visita, de forte caracter economico, esperam-se bons resultados do ponto de vista das questões de pagamentos, nomeadamente a empresas de construção civil, que têm largos meses de facturas pendentes por parte de entidades governamentais, mas tambem bons resultados do ponto de vista da simplificação processual da habilitação para trabalhar em Angola, vulgo visto de trabalho, que tanta complicação e dor de cabeça tem dado às empresas.

Aliás, marcante foi logo a primeira intervenção do Presidente, hoje no Parlamento, sobre a "educação e formação como áreas essenciais da cooperação entre os dois países e lembrou que não se deve esquecer que se vive hoje “num mundo em que o conhecimento desempenha um papel decisivo na promoção da competitividade” e que a cooperação entre Portugal e Angola “deve prosseguir e reforçar a sua aposta” no conhecimento" e na necessidade construção de “uma parceria estratégica, que, através dos seus mecanismos de diálogo técnico e político, nos permita mais facilmente resolver questões pendentes e traçar rumos para o futuro”.

As esperanças que as actividades laborais e económicas retomem a normalidade são enormes, e é sobre esta visita que tudo se irá jogar. Porque a enorme importância do mercado angolano para a recuperação e saída da crise em que Portugal se encontra é fundamental.

2010/07/17

Mestre-cuca!



Hoje deu-me para fazer um bolo. Ainda a lutar contra um fogão a gás, pré-histórico, acho que desta vez consegui controlar a temperatura e a cozedura de forma a que saísse bem. Pelo menos, o cheiro é bom e o aspecto não está mal, se bem que não cresceu muito. Ainda não percebi porque motivo, mas aqui em Angola ainda não consegui acertar a 100% nas receitas de forno...

A receita já aqui ficou há muito, acho que vou fazer um chá e provar o meu bolo...

2010/07/14

Uf...

E a noticia há muito aguardada, chegou hoje. Os U2 estão de volta!



Depois da paragem da digressão por causa da lesão de Bono, que inclusive obrigou a uma operação às costas, a banda informou hoje no site oficial que a 4 de Agosto está de volta com a digressão europeia, em Turim e a passagem por Coimbra, a 2 e 3 de Outubro, está garantida.

Com um bónus. É que graças à paragem forçada, Bono criou mais umas canções que a banda está já a gravar e, muito provavelmente, irão ser utilizadas já nos concertos tambem.

E faltam 80 dias para o primeiro concerto de Coimbra e eu vou lá estar!

2010/07/12

E o grande vencedor do Mundial foi...

...o polvo Paul, pois claro, que adivinhou todos os resultados dos jogos da sua Alemanha natal e ainda o da final de ontem entre espanhóis e holandeses.



Para além disso, outra vencedora foi a namorada do Casillas que em directo teve direito a beijo comemorativo que irá fazer disparar, com toda a certeza, a sua "cotação" de mercado.



Por último, parece que no final da "tourada" que aconteceu no campo onde supostamente se deveria ter realizado a final do campeonato, saiu vencedora a selecção espanhola, "La Roja". O jogo foi fraco, nenhuma das equipas merecia ganhar pelo que fez ontem, um jogo duro, feio, sem grandes momentos de emoção e de bom futebol. Ganhou, por isso, o menos mau...

E em 2014, no Brasil, haverá mais...

2010/07/11

Lembranças de umas breves férias...




...e que vontade de ainda lá estar a usufruir de mais uns dias!


De preferência, assim, bem juntinhos...

Cacimbo



Este ano, ao contrário dos anteriores onde a época seca de Inverno foi tão boa que fiz praia quase ininterruptamente, o Cacimbo está forte. Aquele sereno da noite, aquela nublina da manhã, aquela humidade forte e fresca, tem sido presença quase diária e constante, quebrando a vontade de, quando nos levantámos de manhã ter vontade de continuar pela cama em vez de rumar à praia num domingo de descanso como hoje.

A esta hora o sol já brilha - não com a força que terá daqui a uns meses, em pleno Verão - mas a vontade de usufruir dele num areal já passou. Fica o dia de descanso. Melhores dias virão, no Verão, com toda a certeza...

2010/07/07

Leituras [54] - O Planalto e a Estepe, de Pepetela



Mais um livro de um dos meus autores preferidos, ainda por cima de língua portuguesa, mas neste caso com o "açúcar" dos trópicos e os tão tipicos e (agora) familiares termos e expressões de Angola.
Não se pode viver, ou ter vivido, em Angola e não gostar de ler Pepetela. Que retrata de forma mordaz a sociedade dos seus tempos, mesmo quando o livro se reporta a outras eras.
Portugal precisava de um escritor assim nos dias de hoje...

Desta vez a temática gira em torno de um amor impossível. Um filho de colono, angolano branco, em luta pela independência de Angola e a estudar na URSS, apaixona-se e tem um filho com uma estudante da longinqua e fechada Mongólia, filha do todo-poderoso ministro da Defesa.

Peripécias de um mundo já global há umas décadas atrás. Leitura fácil de um livro ligeiro próprio para estes dias de Verão, um livro quase de bolso.

Sinopse:
"Novo livro de Pepetela. Angola, dos anos 60 aos nossos dias. A história real de um amor impossível.

Do encontro entre um estudante angolano e uma jovem mongol, nos anos 60, em Moscovo, nasce um amor proibido.
Baseada em factos verídicos, ficcionados pelo autor, esta história põe em evidência a vacuidade de discursos ideológicos e palavras de ordem, que se revelam sem relação com a prática. Política internacional, guerra, solidariedade e amor, numa rota que liga um ponto perdido de África a outro da Ásia, passando pela Europa e até por Cuba. Uma viagem no tempo e no espaço, o de uma geração cansada de guerra num mundo cada vez mais pequeno.
Maravilhoso e comovente, este é um romance sobre o triunfo do amor, contra todas as vontades e todas as fronteiras.

Pepetela, Prémio Camões 1997"

2010/07/03

Grandes expectativas



Começou ontem no Olival mais uma época do FC Porto, carregada de expectativas para todos nós.

A começar pela aposta da SAD no treinador jovem mas ambicioso, com enorme cultura táctica mas pouca experiência que é o André Villas Boas, também ele um produto da formação portista no capítulo dos treinadores-

E a acabar pela vontade de no final do ano comemorar o regresso do titulo e das quinas à nossa camisola.

Para já ainda é um plantel provisório que se treina sob as ordens da jovem equipa técnica e muitas coisas ainda devem ser definidas nas próximas semanas, nomeadamente a mais que provavel e habitual venda no mínimo de uns 3 jogadores para forrar os cofres da SAD (aposto que entre Fucile, Bruno Alves, Meireles, Tomás Costa, C.Rodriguez, Hulk ou Farias pelo menos 4 saiam por valores interessantes) e ainda há vários nomes a surgir no mercado apontados ao FC Porto, sendo que o de João Moutinho hoje é mais um a juntar a uma longa lista.

Acabou o Mundial (para nós) mas já estamos focados no nosso FC Porto e naquilo que irá fazer este ano.

Nota final para a digressão que irão fazer a Angola no final do mês. Será que o FC Porto vem jogar aqui no estádio de Benguela? Quem dera que sim...

2010/07/02

Dramático

Mundial estranho, este.

Depois do drama da eliminação do campeão do Mundo em título, a Itália, e da França ainda na fase dos grupos; depois da eliminação de Portugal e da Inglaterra nos oitavos de final; depois de hoje o sempre super-favorito Brasil cair nos quartos de final, no jogo mais estranho dos últimos 20 anos de mundiais nos quartos de final, um Uruguai contra o Gana, temos um jogo que termina num dramático minuto de acontecimentos sucessivos que fazem do futebol o jogo de sucesso que é.

Num jogo que podia ter pendido para qualquer dos lados, o prolongamento acabou por ser natural e, tambem neste tempo extra, qualquer uma das equipas podia ter ganho. Mas foi já minuto 30 do prolongamento que depois de um lance confuso na área do Uruguai, entre remates e ressaltos, o Luis Suarez tira a bola de um golo certo em cima da linha usando as mãos - o que não seria nada de mais não fosse ele o ponta de lança e não um guarda-redes... - sendo expulso por Olegário Benquerença. Gyan, o ponta de lança mortífero do Gana, tem num remate a possibilidade de, pela primeira vez na história dos mundiais, colocar uma selecção africana nas meias finais - mas falha o remate, atirando à barra! E termina o jogo no momento seguinte, pelo que se marcam ainda os penaltis neste momento, com vantagem para o Uruguai, que está prestes a conseguir chegar às meias finais, onde acaba de garantir o lugar para defrontar a Holanda.

Drama e emoção, alegria e tristeza, muita emoção.

2010/07/01

Palhaçada dourada



Muito sinceramente, ou eu não percebo nada de economia e não sei ler o que vem nos jornais, ou esta foi, talvez, a mais disparatada de todas as decisões que o Primeiro-Ministro tomou até hoje (e já foram tantas...) ao usar a "golden share" para impedir a venda da Vivo.

Vamos por partes.

No inicio da semana ele reuniu-se com os presidentes dos maiores bancos portugueses para falar sobre o problema que tem sido o corte ao crédito e financiamento que os bancos estão a fazer aos clientes. A razão dos bancos fazerem isso é mais ou menos conhecida - estão quase descapitalizados e não têm eles próprios acesso ao crédito internacional.

Segundo a imprensa, a PT deve aos bancos mais de 10 mil milhões de Euros que usou nos últimos anos para investimentos em tecnologias, know-how e aquisição de outras empresas, como a própria Vivo.

Quando a empresa espanhola Telefónica se propõe comprar a metade da PT de uma comparticipada brasileira por um valor que é cerca de metade da divida da própria PT à banca, o Governo usa as suas 500 acções especiais para vetar a venda que a maioria dos accionistas queria fazer.

Portanto, e resumindo, para defender os "interesses estratégicos nacionais" o Governo impediu a entrada de 7,5 mil milhões de Euros em Portugal (reparem que as medidas de aumentos de impostos que hoje entraram em vigor conseguem fazer entrar apenas 2 mil milhões de Euros nos cofres até ao final do ano...) que a PT poderia usar, pelo menos boa parte deles, para pagar à banca os empréstimos e injectar dessa forma capital, muito capital, na nossa paralisada economia. E com o restante, ainda poderia comprar outra empresa, até no próprio Brasil, que não sendo da dimensão da Vivo, poderia cumprir os requisitos de internacionalização que a Vivo traz.

Desculpem-me a franqueza, mas isto é uma palhaçada total.

Sem contar com o facto da descredibilização no mercado internacional que esta tomada de decisão vem trazer. Porque isto traduzido em "economês" inglês ou alemão significa uma coisa só: cuidado com as acções especiais do Estado português nas empresas privatizadas porque depois de serem compradas quem continua a mandar nelas é o Estado e não os accionistas, numa espécie de nacionalização pós-moderna à Venezuela! Depois da alteração das regras a meio do jogo nos certificados de aforro (que matou a confiança dos tradicionais investidores nesse produto de poupança) e depois dos impostos de mais valias na bolsa (que matou a bolsa...) agora vem o uso da "golden share". E depois vem numa conferência de imprensa os governantes apelar aos portugueses para comprarem certificados do tesouro que dão 40% em 10 anos. O problema é que eu não me acredito que ele mantenha a palavra e não vá alterar as regras a meio ou criar um novo imposto sobre os certificados do tesouro que coma a fatia de leão do "lucro".

Pela primeira vez vejo uma coisa destas. Em vez de se entregar o ouro ao bandido, vemos o bandido a recusar o ouro que ia receber...
Para mim, o Governo morreu ontem. E hoje o funeral já é mais caro, aumentou o IVA como legado póstumo...