2011/11/15

Tira-teimas

Hoje é o tira-teimas da Selecção de Portugal, contra a congénere da Bósnia, depois do nulo da passada sexta-feira.

Portugal, que não falha nenhuma fase final de uma competição europeia ou mundial desde 1998 (o Mundial de França) tem tido crescente dificuldades a cada nova qualificação em atingir este objectivo. Se com Scolari já foi no último jogo que nos qualificamos em 2008 para o Europeu, com Queiroz já fomos ao paly-off contra esta mesma Bósnia há dois anos e desta vez voltamos a não conseguir o apuramento directo.

E é fácil de perceber a razão disto.

Os jogadores de grande craveira que têm terminado a carreira não têm sido substituidos por outros de igual quilate. Baía nunca teve um substituto à altura em rendimento constante. Costinha não teve nenhum secretário para o substituir no seu ministério. Maniche não teve ninguém que transportasse a bola e atacasse como ele. Deco, um mágico, que substituiu outro, não tem ninguém atrás para tomar o seu lugar. Pauleta, apesar de nunca ter resolvido nos jogos contra grandes selecções, marcava sempre e muito nos pequenos jogos - e como era importante termos resolvidos os pequenos jogos para nos termos qualificado directamente para o Europeu... - e Postiga e Hugo Almeida estão muito longe de assegurar a boa finalização das jogadas criadas pelos (bons) alas que temos.

O futuro, diga-se, é inquietante. Não se antevê, apesar da recente boa prestação dos sub-20, jogadores de grande craveira que venham colmatar problemas crónicos da nossa Selecção. E por isso, mesmo que hoje a qualificação seja conquistada, não sei se a nossa presença em Junho não irá ser uma transição para um abismo maior num futuro próximo.

Por isso, mais importante que o jogo de hoje, são os jogos do futuro. É formar jovens, proteger jovens e permitir, nem que seja por obrigação, que estes tenham lugar nos nossos clubes e nas futuras selecções. Porque o que está em causa é a dificuldade deste (e dos futuros) seleccionadores em conseguir ter jogadores à disposição para formar Selecções competitivas e à altura dos pergaminhos que conquistamos nos últimos 15 anos.

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