2004/03/18

Madrid: 1 semana depois, a cedência da Democracia ao terrorismo

Uma semana depois do monstruoso atentado de Madrid, pelo visto perpetrado pelos animais da Al-Qaeda, os seus resultados estão à vista: reina a cobardia entre os democratas que cederam à mais baixa das chantagens (qual será a mensagem que passou para a ETA?, não será que à custa de bombas que matem centenas de civis inocentes o País Basco será "livre" do "jugo" espanhol que retirará assim como vai retirar as tropas do Iraque?) e deu de mão beijada aquilo que mais temia: cedeu ao medo, à emoção e à paranóia, dando a vitória que os terroristas queriam e que agora, encorajados por esta conquista perante o "cruzado" espanhol, vão tentar repetir junto de outros "cruzados" europeus! E, meus caros leitores, com ou sem GNR no Iraque, nós somos potenciais alvos: conquistámos e combatemos os árabes ao longo da nossa história de afirmação como nação, somos aliados de longa data dos mais persistentes lutadores contra o totalitarismo fanático religioso e estamos num canto da Europa com fácil acesso aos clandestinos vindos do Magreb...

Mas qual tem de ser a nossa reacção?

Fugir, esconder e pensar que basta que a "bomba" não rebente na nossa casa, apenas na do vizinho?
Ou tomar a única atitude digna de Homens: combater o terrorismo sobre todas as formas e em todos os locais de onde ele possa surgir?

A grande maioria da esquerda portuguesa está a fugir pela chamada "esquerda baixa", que é a primeira opção, disfarçada, como dizia o "sound-byter" Louçã há uns dias, de Política Internacional para a Paz! Honra seja feita, pela primeira vez em 5+3 anos, gostei de uma atitude do Presidente Jorge Sampaio, que afirmou que a GNR está muito bem onde está... e não acompanhou a esquerda nesse processo de fuga de responsabilidades que temos (Portugal mas acima de tudo a Europa!) como nação democrática perante um país que viveu sobre o terror da tirania de um déspota que esmagou, oprimiu e viveu de forma opulenta sobre a pobreza da sua população durante dezenas de anos.

Eu, pessoalmente, sou pela segunda opção. E não pretendo mudar o meu estilo de vida por causa disso. Não vou ceder nem ao medo, nem à paranóia do atentado ao virar da esquina. Se puder vou ao Europeu ver jogos. Se puder e se houver algum concerto interessante vou ao Rock In Rio. Não abdico da minha liberdade! Não cedo aos animais que fazem atentados. Porque sou um ser racional e dou o primado à razão, coisa que muito espanhol não fez à custa das bombas de Madrid! Coisa que alguma esquerda em Portugal não quer fazer, na esperança mórbida de que algo aconteça por cá para vir então proclamar "eu avisei"!...

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