Cem dias, sem Governo

Apesar de uns dias de atraso (ou não visto que a comemoração do facto ocupou boa parte da semana, nos intervalos da Lei das Finanças Regionais e do Conselho de Estado) fica aqui a minha ideia do que foram estes primeiros cem dias.

Como diz o título, foram cem dias sem Governo. Porque o que resta da espuma desses cem dias é uma lei de experimentação social que permite aos homossexuais casar (mas não adoptar), um orçamento negociado sabe-se lá com que custos futuros e uma lei de finanças regionais da oposição contra o Governo que diz que não a vai cumprir. Tambem podemos incluir no rol a manutenção das grandes despesas públicas (ou obras públicas?) do aeroporto, 3ª ponte e TGV apesar de vários estudos reputados apontarem para a sua espera ou desistência por falta de beneficios em relação aos prejuizos.

E fica um desemprego galopante, sempre a subir. E uma emigração superior aos anos 60. E fica tudo o que de mau nos possamos lembrar.

E para terminar em beleza, a publicação dos despachos das escutas ao Sr. Armando Vara (que por acaso telefonaca amíude ao chefe do Governo) e que se não serviram para incrimir judicialmente os mesmos, serviram para todos vermos a massa ética e moral e comportamental de que são feitos os nossos governantes.

Um espectaculo degradante e que só falta terminar, mais dia, menos dia, como a Grécia com intervenções do FMI e UE sobre as finanças do país antes que o colapso seja total...

Quase aposto que não haverá comemoração dos 200 dias do Governo. Pelo menos, se fosse um país civilizado, com toda a certeza que já não havia os 110 dias depois das noticias de 6ª feira...

E assim segue a vida política no meu país, para minha vergonha aqui no estrangeiro (e por sorte estou em Angola e não num país como a Suiça ou a Alemanha e portanto nem tenho tanta gente a chagar-me a cabeça nem tantos sabem o que se passa por aí...) e para meu desespero que desta forma não consigo vislumbrar data de regresso, só consigo vislumbrar datas de partida dos que (ainda) aí estão...