2003/08/06

Direita-Esquerda

É engraçado que o fenómeno dos blogues seja tão marcado pela dicotomia esquerda-direita e ainda não tenha chegado verdadeiramente a outros fenómenos tipo norte-sul, Porto-Lisboa, FCP-SLB-SCP ou outras "guerras" do quotidiano de cada português.

Assim, numa primeira análise a este facto, diria que a maior parte dos "bloguistas" são pessoas relacionadas com a política. E os seus leitores/frequentadores também...

Numa segunda análise diria que os "futebolistas" e os "regionalistas", por exemplo, não usam a internet e menos ainda os blogues...

Esta breve introdução serve para balizar esta Linha de Rumo.

A Linha de Rumo não é apolítica! É ligada à política, local e nacional! Sou do PSD, faço parte da Comissão Política Concelhia, sou militante honorário da JSD, tenho opinião e não me escondo atrás de falsos anonimatos políticos para a defender.
A Linha de Rumo é regionalista! Defendo Guimarães e o Norte. Não gosto do Distrito de Braga, pois acho que em mais 150 anos de vida dos distritos Guimarães perdeu mais do que ganhou com essa organização territorial. Vejo com bons olhos a legislação que visa criar as Áreas Metropolitanas em todo o país e veria com bons olhos uma Comunidade Urbana do Ave e que tendencialmente acabará com os Governos Civis, essas extensões de subserviência ao poder instalado em Lisboa. Não gosto do Sul, em especial de Lisboa e da sua centralidade que absorve - para alimentar maioritariamente "parasitas" - uma enormidade dos recursos que o país - todo - produz.
A Linha de Rumo está claramente identificada com o centro-direita e a ala liberal do PSD. Que querem, nunca gostei muito da esquerda... Desde cedo me incutiram que votar no então PPD é que era bom para o país. Mais tarde comecei a ler jornais e descobri que havia, claramente, diferenças entre o PPD e os outros partidos. Comecei a ler livros sobre política e descobri que era contra a maior parte das coisas que a esquerda (e em especial a extrema-esquerda) defendia. Quero menos Estado. Quero mais iniciativa privada. Quero o Estado como regulador e não como interventor. Aceito que promova, não aceito que execute. Cada macaco no seu galho e acredito que os privados estão claramente mais vocacionados para executar melhor com os mesmos meios do que o Estado.
A Linha de Rumo defende a "classe" dos Arquitectos. Não por interesse. Mas por convicção. Não por interesse, pois cada vez tenho trabalhado menos nessa área, já que profissionalmente estou cada vez mais orientado/vocacionado para a gestão de projectos, num patamar diferente do patamar onde a arquitectura pura se enquadra. Por convicção, pois cada vez mais reconheço que a "classe" dos arquitectos foi menosprezada durante largos anos neste país e à custa dos quais floresceram imensos "patos-bravos" que se aproveitaram disso para enriquecer e deixar Portugal no caos urbanístico e arquitectónico em que se encontra.
A Linha de Rumo tem clubes. É do Vitória - por adopção - e do FC Porto - por devoção! Vivo em Guimarães quase desde que nasci e desde cedo que vou "à bola" aqui no burgo, mas as minhas raízes familiares ligam-me ao Porto e ao clube dos dragões, pelo que não renego nesta terra de vitorianos a paixão que nutro pelo FCP! Detesto o Benfica - porque simboliza todo o centralismo que Lisboa exerce sobre o restante país - e porque ainda me lembro em 1984 na final da Taça das Taças em Basileia e em 1987 na final da Taça dos Campeões em Viena de muitos benfiquistas a puxarem pela Juventus e pelo Bayern! E se há traumas que perduram são aqueles que nos ficam da infância... Desde então, algo que me dá quase tanto prazer quanto ver o Porto e o Vitória a fazerem boa figura é, sem dúvidas, ver o Benfica a fazer figuras tristes - e os últimos anos têm sido profícuos em ambas as matérias...
A Linha de Rumo gosta do Primeiro Ministro, Dr. José Manuel Durão Barroso. Aliás Linha de Rumo foi o nome de uma das suas moções num dos congressos do PSD. E gosto dele desde 1995, quando fiquei a assistir ao famoso Congresso do Coliseu de Lisboa até às tantas da manhã e onde vi o espirito de luta do candidato que entrou como "out-sider" e quase saí líder do PSD. E reforcei a minha admiração por ele em 1997, aqui mesmo em Guimarães, quando veio a um mega-jantar que a JSD promoveu no âmbito da campanha contra a regionalização. E mais ainda quando aceitou o que ninguém queria - tomar conta do PSD depois da trágica cena Marcelo-Portas com a coligação falhada! Sou barrosista! Assumo-o com clareza...

É assim a Linha de Rumo. Os artigos que foram publicados no Noticias de Guimarães têm reflectido estas minhas posições. E vão continuar, talvez já para a semana nas páginas do jornal, novamente...

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