2010/05/26

Qualidade de vida em Lisboa é a 45.ª melhor do mundo, acima de Roma e Nova Iorque

Ou sou eu que ando pessimista ou noticias como esta em que a qualidade de vida em Lisboa é a 45.ª melhor do mundo, acima de Roma e Nova Iorque, me soam mal e me deixam triste em vez de contente.

Porque a ser verdade isso, há desde logo um problema.

É que 90% da população portuguesa não vive na cidade de Lisboa, eu incluído.

E neste estudo não entram outras cidades portuguesas, para podermos avaliar onde está o Porto, Braga, Faro ou Funchal, por exemplo.

E a ideia que tenho é que não estarão tão bem classificadas. Desde logo porque a ideia centralizadora que os nossos pseudo-políticos têm está a tornar realidade, ao centralizar cada vez mais tudo na capital, até as coisas como actividades desportivas-lúdicas-culturais são para lá passadas - exemplos maiores são a Red Bull Air Race ou o fim do apoio ao Fantas Porto e o enorme apoio concedido ao Indie Lisboa e o Super Bock Super Rock que teve de ser partilhado com Lisboa, já para não falar nas actividades a que recorrentemente se colocam em Lisboa, como a Expo 98, campeonatos mundiais e coisas do género ou grandes concertos de mega-bandas (ainda estou para ver se não vão mudar os U2 de Coimbra para Lisboa alegando qualquer coisa de última hora...).

E porque estou cansado de fazer parte da "paisagem" é que acho deprimente este género de noticias. Até porque se perguntar à maior parte das pessoas, apesar de Lisboa se classificar melhor que Nova York, quase todos preferiam estar em Nova York e não em Lisboa...

Por isso, o que precisamos nesta altura é de noticias reais que as coisas estão a melhorar, como por exemplo que o desemprego (real) diminui, que as número de falências diminui, que o investimento estrangeiro de qualidade aumenta, que os jovens não precisam de sair do país à razão de 75.000 por ano para encontrar emprego e oportunidades que não existem em Portugal, coisas assim.

É que a realidade não está boa para estes estudos que são desmentidos pelo dia a dia do cidadão comum e pelos noticiários que nos inundam de más noticias.

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