2010/05/06

Roubou ou "roubou"



Há alturas em que encontro e leio coisas estranhas nos jornais.

Um deputado, no meio de uma entrevista, levou objectos que não lhe pertencem sem autorização nem avisar e não os devolveu. Na minha terra, isso é roubo, não é "roubo".

Lá em casa fui educado para não roubar e para não "roubar".

Não percebo o pudor dos jornais em chamar as coisas pelos nomes. Ou, mais uma vez, como se diz lá na minha terra, chamar os "bois pelos nomes".

Pode vir justificar com o que quiser. Mas lá que roubou, roubou. Sem aspas. Muitos praticantes de actos ilegais alegam depois em sua defesa insanidade, mas o acto ilegal em si não deixa de o ser - a única atenuante à prática do mesmo é que o autor estaria insane no momento da prática do mesmo.

Acho que esse senhor, se tivesse alguma réstia de honorabilidade, no final da conferência de imprensa ontem onde se justificou de tamanha enormidade, tinha renunciado ao mandato e desaparecia de circulação por uns bons tempos. Não o fazendo, é a imagem dos deputados - todos - que é manchada por uma atitude irreflectida, como ele o diz. E fica mais uma machadada na instituição e classe política...

2 comentários:

Rui disse...

Como português e como descendente de açorianos, sinto vergonha de saber que este senhor representa as referidas ilhas na Assembleia da República!

O Expatriado disse...

... e mesmo assim continuou na Comissão de Ética e na de Inquerito à mentira do Socas sobre a TVI. Ainda falamos de África ...