Depois, resta fazer a mala e orgulhosamente do que se fez, regressar a casa e esperar por Agosto para começar a época nova...
Sobre o jogo de ontem, agora mais a frio, chego a algumas conclusões.
Primeiro, que começamos a perder a eliminatória ainda na 2ª parte, com a entrada do Fàbregas que revolucionou a equipa espanhola e substituiu dinamicamente o muito estático Negredo. Desde a sua entrada que nunca mais nos entendemos nas marcações aos espanhóis que estavam a ser exemplares até então - pela primeira vez em muito tempo os espanhóis recorreram ao chuto para a frente em vez do tiki-taka e com uma posse de bola abaixo dos 60% - mais propriamente 57-43%!
Mas, como dizia, a entrada de Fàbregas não teve uma resposta à altura (talvez a entrada de Custódio nesse momento pudesse ter funcionado, talvez não...) e funcionou como um tónico para a moral espanhola - e o efeito inverso na portuguesa. O golo perdido (ou falhado...) em cima dos 90 minutos por Ronaldo terá sido o momento da verdade dos jogadores, acredito eu. Nesse momento, perdemos o jogo. Aquela oportunidade soberana terá sido o momento que terá quebrado animicamente a equipa.
Depois do final dos 90 minutos regulamentares, ainda mais se notou esse crescendo moral da Espanha e o baixar de braços de Portugal, o ficar sem pernas, o esperar que os 30 minutos extra passassem e viessem os penaltis.
Entretanto, a Espanha foi lançando jogadores depois do Fàbregas mas ainda no tempo regulamentar esgotou as substituições, e Pedro Rodriguez foi outro quebra-cabeças que foi aumentando a pressão espanhola. Por outro lado, Paulo Bento só mexeu a primeira vez aos 81' com Nelson Oliveira para o lugar de Hugo Almeida (que até ainda tinha pernas para vir ajudar a defesa...) numa substituição de efeito nulo e só no prolongamento é que lançou mais dois jogadores, aos 106' e aos 113', o que não serviu para refrescar a equipa nem sequer para pôr em campo especialistas nos penaltis (os 5 escolhidos eram todos titulares) e, como tal, o pior em campo ontem foi, para mim, Paulo Bento que não conseguiu responder às alterações cirurgicas e certeiras que Del Bosque fez, apesar do bom esquema que montou inicialmente como vimos atrás.
Depois, os penaltis. Uma lotaria. A bola que bate na trave e sai e a bola que bate no poste e entra. O penalti que o guarda-redes quase defende e o outro que o defende mesmo. A cara e a coroa. A sorte. E., desta vez, a sorte foi nossa madrasta.
No entanto, ao contrário da maioria dos portugueses, eu estou satisfeito. Não com a eliminação, evidentemente, mas com a prestação que tiveram no Euro2012 - quem me conhece e leu sabe que eu achava que não passaríamos da fase de grupo. Como passamos, passamos os quartos e nas meias nem o campeão do Mundo e da Europa no derrotou, precisando dos penaltis para nos afastar, tendo alguns dos portugueses sido claramente dos melhores jogadores do Euro2012 (nomeadamente Pepe, Moutinho e Ronaldo) logo só tenho razões para ficar satisfeito. Souberam honrar a camisola e voltar a casa, mesmo sem o título, como autênticos campeões.
Parabéns ao grupo. E comemoremos pois o que fizemos foi notável.
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