2011/04/25

Somos livres

O 25 de Abril é, para mim, sinónimo de uma música e uma recordação, dos meus 1,5 anos de idade que tinha nesse dia. E que, lendo e ouvindo a letra dessa música, simboliza ainda para mim o que é o 25 de Abril: Liberdade.



Cantava-se então que uma "gaivota voava, voava, e como ela, somos livres, somos livres, de voar".

E como um povo que "cerra fileiras e parte à conquista do pão e da paz", hoje estamos num ponto crucial da nossa vida democrática. Acredito que não terá sido para isto que fizeram a revolução, mas isto é o que temos hoje de herança da geração que fez a "revolução". Um país falido, deprimido, desnorteado e desgovernado e a necessitar que instituições estrangeiras venham "revolucionar" novamente toda a estrutura social e económica do país. É triste ter-mos chegado ao ponto de ter de vir a "troyka" ver o que se pode fazer pelo nosso país e entretanto o Primeiro-Ministro ir a banhos ao Algarve. É triste ver que só no último foram feitas 3 correcções ao orçamento (PEC's vários) e no final vemos que as contas estão piores hoje que há um ano atrás. E é triste perceber que as pessoas que há mais de uma dezena de anos nos levam até ao momento actual ainda têm coragem de aparecer a novas eleições, não assumindo a sua responsabilidade perante o que se passa. Não foi, tenho a certeza, para isso que a revolução terá sido feita. Mas o cravo murchou, está a morrer e nada foi feito por Portugal para o manter vivo.

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Tenho, no entanto, esperança que as coisas melhorem daqui para a frente. Porque é dificil ficar pior, convenhamos. Mas com a "verdade" das contas que a "troyka" está a trazer a lume, com as medidas que de externamente vão ser impostas e que internamente não as soubemos implementar, penso que a médio prazo tudo será melhor. Como o foi após a última intervenção do FMI em 1983 e que permitiu um bom desempenho do país até meados de 1996, momento em que os indicadores (ver em Desmitos) começaram a inversão que nos trouxe até ao momento actual.

A "nova revolução" começou na tomada de posse de Cavaco Silva. E o "processo de revolução em curso" terminará a 5 de Junho com a eleição de um novo Governo que com o apoio das instituições externas e do Povo irá, finalmente, conseguir abrir uma nova República, a IV, depois deste insucesso que foram as 3 primeiras ao longo dos últimos 101 anos...

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