2011/09/15
Carrossel
Ontem fui ver o jogo da Liga dos Campeões do FC Porto, como fui na última sexta ver o jogo contra o Setúbal. E a ideia com que fiquei é que se o ano passado o FC Porto já fazia da pressão alta e da posse de bola um requerimento no seu futebol, este ano o treinador pretende elevar esses requerimentos a um novo e mais elevado patamar. Ao abdicar do trinco em favor de um médio centro, inverte o triangulo do meio campo mas sobe o posicionamento deles no terreno. E como a defesa acompanha essa subida, toda a equipa fica mais compacta e mais à frente no terreno, podendo aumentar a pressão alta sem desgaste físico.
É evidente que isso só funciona contra algumas equipas, nomeadamente as que defendem mais e abdicam de peças ofensivas ou que se vêm em desvantagem numérica em campo. E funciona porque há jogadores no plantel capazes de assumir várias posições sem baixar os níveis de rendimento. Quando aliado a isto a equipa possui jogadores de elevado recorte técnico, então é possível praticar algo que se chamava de "carrossel", modernamente também conhecido como Tiki-Taka celebrizado pelo Barcelona assente nos pés de Xavi e Iniesta.
Longe de mim pensar ou querer dizer que o FC Porto já faz isso como o Barcelona. Porque o Barcelona é um caso à parte, a sua forma de jogar não tem comparação - nem sequer com o celebre Barcelona dos anos 90 de Figo, Ronaldo, Stoychkov, Romário, Guardiola e tantos outros. Mas o FC Porto é, claramente, uma das poucas equipas da Europa que neste momento consegue fazer isto.
Aliás, o CARROSSEL DO DRAGÃO já não é uma novidade absoluta. Na primeira época de Mourinho, 2002/03, o meio campo constituido pelo Costinha, Deco, Maniche, Aleinitchev e ainda mais no ano seguinte com presenças do Pedro Mendes e do Carlos Alberto, o FC Porto muitas vezes usou esse futebol de passes curtos e rápidos com jogadores a trocarem de posições constantemente, em aproximação à área adversária, até encontrarem um espaço para furar em direcção à baliza, com os resultados que conhecemos.
E se quisermos recuar um pouco mais ainda, nos anos 80, o meio campo constituido por André, Sousa, Frasco, Quim, Jaime Pacheco, Eloi, Rodolfo também praticava este futebol enliante e desgastante para o adversário, com resultados muito positivos.
Por isso, é com imenso prazer que vejo o FC Porto fazer da posse de bola e do carrossel uma pratica nos seus jogos. Porque os resultados começam a ser evidentes: nos últimos dois jogos aqui citados, marcou 5 golos e enviou 5 bolas ao ferro (curiosamente, todas elas na mesma baliza norte do Estádio do Dragão) e criou inúmeras oportunidades de golo que, com o tempo, irão ser concretizadas, assim a equipa ganhe mais rotinas e os jogadores mais confiança.
E eu estou muito confiante para esta época. Sei bem que o sonho é (quase) impossível de realizar.
Mas os impossíveis constroem-se jogo a jogo, e o primeiro foi ontem e ganhamos...
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