De tudo o que tenho lido e ouvido sobre o assunto, identifico-me mais com a posição de Duarte Lima hoje aos microfones da TSF.
Não creio, não quero acreditar, que houve censura. Nem do Governo, nem da TVI. Nem penso que o comentador se deixasse censurar assim tão facilmente... Isso seria diminuir a própria pessoa de Marcelo Rebelo de Sousa, que tenho em melhor conta do que se deixar silenciar assim de forma tão simples!
Também não creio que seja a declaração de um ministro quase anónimo, apesar de não me parecer que seja muito abonatória para o ministro em causa, que seja capaz de por si só catapultar este despedimento.
Mas creio, mesmo muito, que Marcelo demarcou-se assim claramente desta liderança do PSD e anunciou não apenas a candidatura presidencial a Belém (caso o Prof. Cavaco Silva não avance, o que não me acredito) conforme Duarte Lima disse, mas também, quanto a mim, marcou aqui a sua candidatura à liderança do PSD no XXVI Congresso Nacional do PSD em Novembro que vem. É que é preciso não esquecer que para além de Marcelo ter sido um dos principais críticos do "santanismo", nas últimas horas outros críticos iniciais como Marques Mendes e Pacheco Pereira, para além de Manuela Ferreira Leite e do próprio Prof. Cavaco Silva terem-se referido ao "caso Marcelo".
Poderei estar enganado, mas desconfio que em Novembro, como delegado ou como observador, irei assistir em Barcelos no XXVI Congresso Nacional do PSD a uma candidatura do Prof. Marcelo e de Marques Mendes à liderança partidária.
As consequências?
Desde logo, caso perca a liderança, Santana cairá. Se haverá eleições antecipadas ou não, não sei. Acredito que nessa situação o Presidente avançaria para eleições, até porque o principal partido da oposição está agora com uma liderança nova e credível, minimamente distanciada do "caso Casa Pia". Mas também não me admiraria que nomeasse o novo líder do PSD, num Governo de iniciativa presidencial, para liderar o Governo até ao Outono do próximo ano, de forma a garantir uma continuidade orçamental e política de forma a que o novo Governo a eleger nas próximas eleições fosse um novo recomeço, seja ele do PSD ou do PS.
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