2004/12/16

Linha de Rumo n.º 66 - VIA verde para o emprego e requalificação industrial

No segundo trimestre deste ano o PSD de Guimarães dedicou um mês ao tema do emprego e – como habitualmente faz nestes meses temáticos – ouviu a sociedade civil, os empresários, os sindicatos, a Universidade do Minho, a ACIG e muitas outras pessoas que quiseram partilhar com o PSD as suas preocupações, anseios e ideias.
Decorreu deste mês a percepção que se o desemprego é o principal problema de Guimarães que deveria competir também à CM Guimarães actuar como dinamizadora de soluções que visassem combater esse flagelo. Como sempre, o buraco da avestruz que está em Santa Clara funcionou melhor que a apreciação do problema.
Mas nós gostamos mais de concretizar com acções aquilo que preconizamos e, em conjunto com a Distrital do PSD, estudamos as causas desta situação, os números, estatísticas e estudos sobre a industria e o emprego, em particular nesta região e foi assim elaborado o programa Valor e Iniciativa Ave (VIA) que pretendeu dar resposta em 3 campos diferentes ao problema do emprego.
Um campo é a modernização da industria, a valorização do emprego e da imagem da região através da criação de mecanismos que permitam uma forte aposta na imagem, o desenvolvimento de novos produtos de inovação tecnológica em colaboração com os centros de saberes existentes na região ou a promoção da qualidade do emprego.
Outro campo de actuação é a procura da diversificação da actividade produtiva e de novos investimentos, apoiando quer o aparecimento de industrias diferentes das tradicionais (o têxtil, vestuário e calçado) quer as iniciativas da imensa juventude da região, muita acabada de sair da Universidade do Minho, maior investimento na formação profissional e aposta nas áreas do comércio, turismo e actividades económicas. Para além disso, seria fundamental realizar investimentos de grande vulto que fizessem “mexer” toda a região, como a execução de um metro ligeiro de superfície que ligasse os principais pólos urbanos da região (Guimarães, Famalicão, Braga e Barcelos) e um quadro fiscal apelativo e atractivo de novos investimentos.
Por fim, o terceiro campo de actuação deveria centrar-se no apoio social. O PSD não se esquece que é um partido onde a componente social-democrata é muito forte, faz parte da sua história, ideário e até do logótipo. Assim, o apoio à criação de novos postos de trabalho, a compensação salarial por mudar de emprego para uma diferente actividade das tradicionais quando isso significar um abaixamento salarial ou a majoração do subsidio de desemprego em famílias com filhos em idade escolar são algumas das medidas previstas para facilitar a reinserção no mercado de trabalho e para dignificar o desempregado.
O VIA não é a panaceia para todos os males que a nossa região e o nosso concelho padecem e virão a padecer mais ainda num futuro não muito longínquo com a liberalização dos mercados internacionais e a nossa cultura “mono-industrial” largamente baseada nos têxteis e vestuário. Mas é uma forma de demonstrar que as soluções não precisam de vir apenas e só do “pai-estado” a quem recorremos constantemente a pedir subsídios que não visam resolver o âmago da doença mas antes ser um paliativo à dor!
Isto é um exemplo claro da forma diferente do PSD de Guimarães em fazer política. Perante a adversidade, não reagimos; agimos! Perante os nossos companheiros de partido em lugares de decisão não fazemos o elogio fácil, propomos medidas para melhorar o desempenho governativo, para melhorar a região e para melhorar o país. Somos pró-activos e não reactivos e expectantes que os outros venham resolver aquilo que está, também, nas nossas mãos começarmos a tratar.
Sabemos que a iniciativa é uma qualidade das gentes de Guimarães. Sabemos que a juventude da sua população é uma vantagem perante muito país desertificado. Sabemos que estamos no centro do “velho” Entre-Douro e Minho que nos coloca quase tão perto da Galiza como do Porto e de Viseu. Partindo de estes, entre outros, pressupostos, o VIA nasceu e deverá ser apadrinhado e posto em execução pelo Ministro das Actividades Económicas e do Trabalho, Eng. Álvaro Barreto, mesmo apesar de toda a trapalhada promovida pelo Presidente da República nestas últimas semanas com a dissolução do Parlamento e do Governo de gestão.

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