2005/02/21

The Day After

O dia seguinte a uma derrota eleitoral é sempre muito complicado.

Porque sabemos ter de recomeçar novamente nesse dia um trabalho que será muito mais complicado do que aquele até aí.
Porque não estamos seguros dos próximos passos a dar, não sabendo o que restou da estrutura directiva hierarquicamente superior.
Porque é preciso analisar os resultados nacionais, distritais, concelhios e por freguesia (e aqui em Guimarães são 68...) por si só e em comparação com outras eleições - única forma de se tentar descobrir o que falhou, onde se falhou, onde será preciso trabalhar mais, analisar as dinâmicas de voto...

Mas quando a derrota é uma hecatombe, como foi este caso, não adianta andarmos a caçar bruxas - há alguns culpados directos (os dirigentes) e indirectos (quem não trabalhou) - mas o fundamental é analisar as causas que tiveram este efeito.

Então que causas poderão estar por detrás desta maioria do PS e do pior resultado do PSD nos últimos 20 anos, abaixo dos 29%?

A nível nacional, temos a estrutura governativa e dos apontados "falhanços" do governo. Mas acima de tudo acho que houve uma "mania" com a imagem que se transmitia, com a aparência, sem haver um cuidado com o conteúdo. Um programa de governo, uma lei, até mesmo um ministro, deve valer pelo seu conteúdo e trabalho e não por uma imagem que se queira transmitir.

A nível partidário acho que esta transição de líderes provou que os estatutos devem ser alterados e actulizados. Parece-me que a eleição directa do presidente do partido terá de ser implementada, apesar de não ser do meu maior agrado. Parece-me que a estrutura distrital deveria ter tendencia a desaparecer e apenas surgir para a "gestão" de processos eleitorais - uma Comissão Política Distrital, até que me provem o contrário, não tem para mim qualquer actividade política EXTERNA relevante, apenas faz política interna (a chamada "trica" partidária) e jogos de bastidores para colocação de pessoas em determinados lugares - e de que a constituição das listas nestas legislativas foram um claro exemplo do distanciamento do partido ao eleitorado, como admitiram já alguns presidentes de distrital que usaram esse mesmo argumento no seu pedido de demissão!

Ao nível local não sei ainda o que mais poderia ser feito.
Pessoalmente, estou de consciência para lá de tranquila, já que apesar de alguns agradecimentos públicos nomearem um qualquer coordenador distrital de Braga, quase todo o trabalho quer do jantar-comício, quer do comício do líder do PSD passou pela concelhia que contactou, dinamizou, vendeu bilhetes, trouxe e distribuiu o material de campanha, ajudou aos preparativos no pavilhão da montagem e desmontagem de toda a estrutura, etc...
Para além disso, fomos a várias freguesias do concelho, andamos em feiras, na rua, visitamos associações, trouxemos o cabeça de lista distrital, Luís Filipe Menezes, várias vezes a Guimarães.
Vou agora, juntamente com toda a CPC como é evidente, analisar os resultados locais. Algo iremos mudar numas próximas eleições, como é evidente. Porque nós gostamos de detectar os problemas, analisar os mesmos e encontrar soluções para os resolver. É assim que se trabalha no PSD de Guimarães...

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